Brasil isenta países mais pobres de tarifa de exportação
JAMIL CHADE - Agencia Estado
GENEBRA - A um ano do fim do governo Lula e com a Organização Mundial de Comércio (OMC) em um impasse, o Itamaraty prolifera anúncios sobre novos acordos comerciais e relança iniciativas de negociações que estavam paralisadas. Poucos, porém, terão um impacto econômico importante e são, por enquanto, ações políticas. Hoje, o chanceler Celso Amorim anunciou aos 30 países mais pobres do planeta que o Brasil deixaria de cobrar tarifas sobre as exportações dessas economias. Em 2010, 80% dos produtos vendidos por esses países entrariam sem pagar impostos no mercado brasileiro. Até 2014, a cobertura chegaria a 100%. Mas Amorim deixou claro que se houver uma expansão rápida das exportações têxteis de Bangladesh, por exemplo, salvaguardas serão impostas. "As devidas proteções serão estabelecidas", afirmou.
O comércio entre esses países e o Brasil é pequeno e a iniciativa tem um impacto político maior que o efeito nas exportações. A Argentina, que terá de autorizar o Brasil a rebaixar suas tarifas por fazer parte do Mercosul, sequer sabia do anúncio de Amorim. "Não estou sabendo de nada", afirmou o subsecretário de Comércio da Argentina, Alfredo Chiaradia.
Amanhã, o Brasil lança negociações para a criação do maior bloco do Hemisfério Sul e na quarta-feira fecha um tratado de preferências tarifárias com outros países emergentes. Entre os países latino-americanos, cresce a percepção de que a Rodada Doha dificilmente será concluída. A ideia do governo, portanto, é a de deixar algum acordo assinado como marca do governo Lula. Em oito anos, o Brasil praticamente não fechou nenhum acordo comercial.
Amanhã, Amorim anuncia o lançamento de uma negociação para a criação de um bloco comercial entre o Mercosul, países africanos e Índia. O ministro do Comércio da África do Sul, Rob Davies, admite que o projeto é apenas "de longo prazo". "Vamos passo à passo. Sem pressa", disse. Davies admite que existe ainda o projeto de usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar projetos de integração regional na África Austral.
Os argentinos, porém, estimam que o projeto pelo menos dá uma demonstração de que o Mercosul quer estabelecer entendimentos com outras regiões. "Não vamos ficar parados. Está na hora de buscar acordos", afirmou ao Estado o negociador-chefe da delegação argentina, Nestor Stancanelli. Amorim admite que, mesmo em uma aproximação com os emergentes, todos precisam de um acordo na OMC. "Só isso vai limitar os subsídios", disse. Pedindo anonimato, um diplomata sul-americano insistiu que o acordo entre os emergentes era apenas "um lance político".
Agencia Estado – 29.11.2009
Santos amplia participação na economia
Diogo Caixote
Fonte: Da Redação
O Porto de Santos aumentou sua importância na economia nacional, ao ampliar sua participação na balança comercial em dois pontos percentuais. Na soma das exportações e importações nos primeiros dez meses do ano, o complexo marítimo respondeu por 26,4% das trocas comerciais do País. Por seus terminais passaram cargas avaliadas em US$ 60,5 bilhões.
Embora tenha crescido a representatividade no comércio exterior brasileiro, o valor das mercadorias caiu. No mesmo período de 2008, o cais santista respondeu por 24,4% da balança comercial, comuma movimentação de produtos de US$ 77,5 bilhões, US$ 17 bilhões a mais do que entre janeiro e outubro deste ano.
Esses dados são referentes ao balanço das operações de comércio exterior realizadas até outubro, feito através do Sistema Alice, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O programa contabiliza as cargas segundo o local de registro de sua importação ou exportação (um embarque de café que será realizado em Santos pode ser declarado em uma cidade de Minas Gerais.
A Tribuna – 28.11.2009
Para Lula, conversas sobre substituir dólar são 'exagero'-jornal
REUTERS
ESTORIL, PORTUGAL - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vê uma diversificação natural de moedas acontecendo no comércio mundial, mas que qualquer plano de substituir o dólar como moeda de reserva global seria "um exagero".
Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal econômico português Diário Econômico, Lula disse que ele permaneceria comprometido à ideia de usar moedas locais em negócios com a China, que neste ano se tornou o maior parceiro comercial do Brasil.
"Minha proposta vai na mesma direção da tendência de diversificação de uso de moedas acontecendo no sistema internacional, especialmente quando isso ajuda a reduzir custos", disse Lula ao jornal.
"Mas falar na substituição do dólar parece um exagero", acrescentou.
A China e o Brasil têm discutido já há algum tempo o uso de moedas locais no comércio bilateral.
Lula se encontra em Portugal para a cúpula Íbero-Americana. Ele também disse ao jornal que Portugal "tem muito o que ganhar" com o crescimento econômico brasileiro, especialmente enquanto a Europa ainda tenta consolidar a saída da recessão.
(Reportagem de Andrei Khalip)
OESP – 30.11.2009
China critica EUA por permitir desvalorização do dólar
da France Presse, em Genebra
O ministro do Comércio da China, Chen Deming, criticou nesta segunda-feira em Genebra (Suíça) a imunidade que, em sua opinião, os Estados Unidos têm para desvalorizar sua moeda, em contraste com a pressão que o governo chinês enfrenta por sua rigidez sobre a valorização do yuan.
Durante uma entrevista coletiva à margem da sétima conferência ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio), o ministro chinês questionou as razões pelas quais a imprensa se interessa tanto na cotação do yuan.
"Há outra economia que desvaloriza sua moeda e não vejo a menor crítica nos meios de comunicação contra esse país", completou Chen Deming, em uma clara referência aos EUA, acusado de manter um dólar frágil para favorecer suas exportações e facilitar a recuperação da economia americana.
"O governo chinês quer um sistema monetário estável", reiterou o ministro, antes de acrescentar que as importações aumentaram rapidamente este ano na China e as exportações caíram de modo considerável.
A China já anunciou em diversas ocasiões que pretende manter o controle da política cambial, baseada em um "yuan estável", como voltou a afirmar nesta segunda-feira o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao.
Folha de São Paulo – 30.11.2009
Japão anuncia plano de US$ 31 bi para conter alta do iene
da France Presse, em Tóquio
da Folha Online
O governo do Japão anunciou nesta segunda-feira um plano de estímulo de pelo menos US$ 31 bilhões para apoiar a economia e enfrentar a valorização do iene.
"O governo e o primeiro-ministro são conscientes da necessidade de adotar medidas ante a valorização do iene e suas consequências nos mercados", declarou o porta-voz do governo, Hirofumi Hirano.
O novo plano de estímulo será contabilizado no fim do atual ano orçamentário, que termina em 31 de março de 2010.
Na sexta-feira (27) o ministro de Finanças do Japão, Hirohisa Fujii, afirmou que a forte alta do iene frente ao dólar é "anômala", prejudica a economia japonesa e que o governo tomaria providências.
O iene chegou na semana passada a registrar sua maior alta frente ao dólar em 14 anos; a moeda americana chegou ao patamar de 84 ienes, em meio à preocupações dos exportadores.
A revalorização do iene frente ao dólar ocorre em meio a previsões que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) manterá sua taxa de juros extremamente baixa durante um tempo, perante uma reativação lenta da economia dos EUA. A taxa está hoje em uma margem de variação entre zero e 0,25% ao ano.
Para os exportadores japoneses, que constituem um dos principais motores da economia do Japão, um iene forte é prejudicial porque reduz seus lucros no estrangeiro.
Em suas previsões para este ano fiscal, muitas empresas contavam com uma mudança de referência de entre 90 e 95 ienes por dólar.
Folha Online – 30.11.2009
China defende estabilidade do yuan e diz que pedidos da UE são "injustos"
da Efe
da Folha Online
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, defendeu nesta segunda-feira a estabilidade do yuan (moeda local) e disse que é "injusto" que a UE (União Europeia) peça ao país uma valorização de sua moeda. As declarações foram feitas durante a cúpula China-União Europeia, na qual esteve presente o presidente da Comissão Europeia (o órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso.
A UE pressionou o primeiro -ministro chinês ontem para que se fosse realizada uma apreciação do yuan "gradual e ordenada", mas Jiabao reagiu às pressões justificando sua política monetária e afirmando que a estabilidade de sua divisa "é crítica para a estabilidade econômica da China".
"No contexto de uma crise financeira internacional de um tipo pouco comum na história, manter a estabilidade básica do câmbio do yuan beneficiou o desenvolvimento econômico da China e a recuperação econômica mundial", afirmou.
"Agora alguns países [em alusão à UE e EUA], por um lado, querem que o yuan aumente seu valor, e por outro, realizam um protecionismo descarado contra a China", disse Jiabao.
No último dia 16, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse que um yuan mais forte é parte do conjunto de políticas de que Pequim precisa para elevar o consumo doméstico e ajudar a diminuir os desequilíbrios globais.
"Permitir que o yuan e outras moedas asiáticas valorizem-se ajudaria a elevar o poder de compra das famílias, a fatia de renda do trabalho e daria os incentivos corretos para redirecionar investimentos", afirmou então.
Em sua visita à China, realizada neste mês, o presidente americano, Barack Obama, indicou, após reunião com o presidente da China, Hu Jintao, que ambos abordaram o assunto da cotação da moeda chinesa, um dos temas mais espinhosos em sua relação econômica.
Obama expressou satisfação pelo "compromisso da China de fazer a cotação de sua moeda mais orientada aos mercados gradualmente", algo que considerou que contribuirá para fazer mais "equilibrada" a economia mundial.
Folha Online – 30.11.2009
Yuan estável é bom para China e para Europa, diz Jiabao
HÉLIO BARBOZA - Agencia Estado
NANJING - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse hoje que a estabilidade do yuan é boa tanto para a China como para a Europa e reiterou a política de Pequim de permitir apenas elevações graduais e administráveis no valor da moeda. "A China vai continuar a seguir sua política de medidas graduais, controláveis e proativas para permitir que o yuan se valorize numa base razoável", afirmou Jiabao.
Os comentários foram feitos após uma reunião de cúpula entre a China e a União Europeia na cidade de Nanjing, no leste da China. "Há alguns países, por um lado, pedindo que o yuan suba e, por outro, adotando medidas protecionistas. Isso não é justo", declarou. As informações são da Dow Jones
Agencia Estado – 30.11.2009
Diretor-geral da OMC pede que Rodada Doha seja concluída em 2010
da Efe, em Genebra (Suíça)
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o francês Pascal Lamy, pediu hoje aos 153 membros do organismo, que deram início hoje a uma reunião ministerial, que saiam dela "com a clara determinação de concluir a Rodada Doha em 2010".
Em seu discurso de inauguração da conferência e apesar de a agenda oficial não incluir as negociações da estagnada Rodada Doha, Lamy afirmou que, "agora, mais que nunca, chegou o momento de reforçar a mensagem de que o comércio aberto é um jogo no qual todos ganham".
"A maior adaptação que temos de fazer é concluir com sucesso a Rodada de Doha e em breve", ressaltou, diante dos ministros dos países-membros.
Embora tenha sido lançada em 2001 em Doha com o objetivo de liberalizar o comércio em benefício do mundo em desenvolvimento, a rodada está estagnada pelas diferenças entre os países ricos e os países em desenvolvimento, especialmente em matéria de agricultura.
No entanto, na opinião de Lamy, esses "mais de oito anos de trabalho na mesa de negociação (...) já representam um acúmulo de ativos importantes", pois, segundo ele, "contém concessões mútuas".
O responsável da OMC elogiou o sistema do organismo multilateral de comércio, que qualificou de "apólice mundial de seguros" que permitiu que não houvesse um recurso geral ao protecionismo devido à crise econômica mundial, apesar da redução do comércio.
"Enquanto os membros seguirem aplicando políticas responsáveis no plano interno, o sistema da OMC deveria continuar proporcionando a nós uma apólice mundial de seguros contra o protecionismo", acrescentou.
Lamy insistiu em que "conseguir que o comércio se reanime e manter abertas as oportunidades comerciais é decisivo para o progresso" de todos os países, especialmente os mais pobres.
"A crise também colocou em relevo o valor do sistema de solução de controvérsias da OMC", disse. "A capacidade de resolver pacificamente as diferenças comerciais (...) é uma enorme vantagem da qual careceram nossos antepassados em crises econômicas anteriores."
Folha de São Paulo – 30.11.2009
Parceiros do maior projeto de internacionalização de empresas executado no Brasil se reúnem em Brasília
Brasília, 27/11/09 – Nos dias 1º e 2 de dezembro, representantes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), da Delegação da Comissão Européia no Brasil (DCE), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) reúnem-se com representantes de mais de 30 entidades brasileiras, públicas e privadas, que participam da execução do Projeto de Apoio à Inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas (PAIIPME). O encontro tem como objetivo a apresentação de resultados parciais e a troca de experiências do primeiro ano de execução do Projeto, que foi lançado em 2 de dezembro de 2008 e tem um plano de ação a ser cumprido até dezembro de 2010.
O PAIIPME é fruto de um acordo de cooperação entre Brasil e União Européia e visa a inserção competitiva das pequenas e médias empresas brasileiras no mercado europeu. Com um orçamento de 44 milhões de euros (metade proveniente de fundos não-reembolsáveis da União Européia e metade proveniente de fundos brasileiros de origem pública e privada), esse é o maior projeto de cooperação técnica cofinanciado pela União Européia em execução na América Latina. Suas ações são realizadas por meio de parcerias com entidades nacionais, setoriais e locais, públicas e privadas, que executam 31 subprojetos específicos, dos quais 15 são desenvolvidos por meio de acordos de cooperação técnica e 16 são projetos locais de subvenção.
O MDIC, órgão brasileiro beneficiário dos recursos europeus destinados ao PAIIPME, delegou à ABDI a responsabilidade de executar as atividades de implementação e gestão do Projeto. “O PAIIPME já beneficia diretamente mais de 600 PMEs brasileiras, por meio ações de assistência técnica, formação de recursos humanos, aquisição de equipamentos de alta complexidade tecnológica, intercâmbio entre instituições homólogas, capacitação empresarial e realização de estudos. Essas ações estão diretamente ligadas a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Governo Federal que, entre outras coisas, estimula a internacionalização das PME brasileiras e propõe aumentar os investimentos de diversos setores produtivos nesse processo, impulsionando as empresas em direção aos mercados mundiais por meio do investimento direto”, explica Reginaldo Arcuri, presidente da ABDI.
PARCEIROS
Para a execução do PAIIPME, a ABDI conta com a parceria da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (SECEX-MDIC), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Agência conta, ainda, com parcerias em vários setores empresariais, por intermédio de entidades representativas, como a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), Associação Brasileiras das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (ABRAMEQ), a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMOVEL), a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT), o Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB), o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (ASSINTECAL).
Os parceiros regionais e locais, por sua vez, atuam em setores específicos nos Estados e municípios brasileiros, com projetos próprios, subvencionados pelo PAIIPME. Eles são responsáveis por multiplicar as ações do Projeto nas regiões em que atuam. Entre eles estão entidades como ASSINTECAL, SOFTEX, PANGEA, CITS, Endeavor Brasil, Fundação CERTI, SEBRAE/ES, SEBRAE/RJ, SINCASJB e UNISINOS, além das Federações das Indústrias dos Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Assessoria de Comunicação Social ABDI
Marcia Oleskovicz / Maruska Freitas / Mécia Menescal / Bianca Smolarek / Messias Queiroz / Kátia Couto
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(61) 3962-8700
MDIC – 30.11.2009