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Reunião busca definir detalhes do pacote para exportadores
O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse ontem que deve haver, ainda esta semana, uma reunião entre ele e o minsitro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir as medidas de apoio ao setor esportador. Miguel Jorge acrescentou, porém, que as medidas não devem ser anunciadas até sábado. O ministro confirmou que as medidas devem englobar uma solução para eliminar os créditos tributários, acumulados na Receita Federal. O pacote, no entanto, só deve trazer uma solução para os créditos futuros. "Nunca trabalhamos em cima dos estoques, porque já sabíamos que seria uma dificuldade grande", afirmou.
Ainda ontem, Miguel Jorge se reuniu com o ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, Reiner Bruderle, para discutir investimentos alemães no Brasil. Segundo ele, foram discutidas as possibilidades de investimentos daquele país em obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 em outras áreas de infraestrutura como na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e nas áreas de petróleo e gás.
O ministro alemão disse que a filosofia do seu país é parecida com a do Brasil e defendeu a necessidade de retornar a Rodada de Doha (negociação multilateral pra a liberação do comércio). "Precisamos avançar na liberdade dos mercados contra o protecionismo", comentou ele também defendeu, assim como o Brasil tem defendido junto ao G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), uma regulamentação mais dura do mercado financeiro mundial. Miguel Jorge comentou que a negociação para um acordo comercial entre a União Européia e Mercosul deve ocorrer de forma pararela às discussões da Rodada de Doha. O minsitro afirmou acreditar em um acordo, mas segundo ele, não se deve esperar uma conclusão rápida das negociações.
Sobre esses fóruns interancionais, no discurso de posse de diretor de assuntos interancionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, pretende colaborar com os debates para a criação de novas regras prudencias para esses encontros, tais como o Banco Mundial, G-20 Banco Internacional de Compensações Financeiras (BIS, na sigla em inglês). Um dos objetivos desses debates, segundo o novo diretor, é a "suavização de ciclos" com a "prociclicidade" observada no sitema financeiro e o ciclo de crédito. Também citou que manterá vigilância aos temas domésticos, como a inflação, crédito e área fiscal.
DCI - 28.04.2010
Lula discutirá com Mantega pacote pró-exportações
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir ainda esta semana detalhes sobre o pacote pró-exportações que visa a aumentar os incentivos fiscais e de crédito em vários setores da economia. Até sexta-feira (30), Lula se reúne com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.
O ministro do Desenvolvimento afirmou nesta terça-feira (27) que as medidas não estão concluídas e nem serão fechadas esta semana. “Ainda há muitas diferenças que precisam ser discutidas. Esta semana não sai”, disse Miguel Jorge, depois de reunião com o ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, Rainer Brüderle, e uma comitiva empresarial alemã, no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Inicialmente, a expectativa era que o pacote fosse anunciado em março. A nova previsão é que a divulgação ocorra em maio. Uma das medidas esperadas é a criação de uma instituição destinada exclusivamente ao financiamento das exportações que será submetida ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Também está em estudo a criação de um fundo de crédito para exportação. Outra expectativa é sobre a possibilidade de reduzir tributos que reflitam diretamente no produto nacional a ser exportado.
Miguel Jorge se reuniu com o ministro alemão e empresários de 50 indústrias da Alemanha para discutir parcerias para investimentos na Copa do Mundo de 2014, e das Olimpíadas de 2016.
DCI – 27.04.2010
Pequenas empresas aprendem a exportar no Rio de Janeiro
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro (Sedeis) realiza, a partir de hoje (28), curso gratuito que vai ensinar às pequenas empresas da região serrana fluminense os primeiros passos para a internacionalização de seus negócios.
O curso é uma prévia do Programa Primeira Exportação, que o governo do estado e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) lançam em maio, no Rio, dentro do programa mais amplo Rio Expoint, que oferece atendimento técnico e consultivo especializado em comércio exterior para pequenas empresas.
Segundo o superintendente de Projetos Especiais da Sedeis, Nassim Mehedff, o Primeira Exportação tem o objetivo de apoiar micro, pequenos e médios empresários que já exportaram e pararam a atividade por alguma razão ou que querem entrar nos mercados internacionais.
“Nesses dois dias de curso, eles vão entender todo o processo, as idéias iniciais do que significa exportar e internacionalizar as empresas das quais são proprietários”. No fim do curso, aqueles que optarem por assinar o termo de compromisso de participação no projeto poderão cumprir novas etapas que durarão até oito meses, “até que os empresários cheguem ao ponto de exportar corretamente”, disse o superintendente.
O curso utiliza material do MDIC já empregado em outros estados no Programa Primeira Exportação. O desenvolvimento do projeto conta com parceiros como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), os Correios e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entre outros. Os pequenos empresários aprendem a fazer desde o diagnóstico das empresas para melhorar sua qualificação técnica, até providenciar aspectos legais e de financiamento.
“Você tem no Primeira Exportação toda a assistência que o Rio Expoint dá para ajudar as pequenas empresas a fazer as adequações necessárias que vão torná-la competente em comércio exterior”, disse Mehedff. O primeiro curso será realizado no Laboratório de Informática da Universidade Católica de Petrópolis (UCP) e dará ênfase às empresas do setor metalmecânico, fornecedor da cadeia de petróleo e gás do Rio, e de tecnologia da informação.
Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil – 28.04.2010
Brasil promulga Acordo de Livre Comércio entre Israel e Mercosul
Acordo elimina as barreiras ao comércio de bens entre Israel e os quatro países fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai
Agência Estado
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promulgou o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e o Estado de Israel, que estabelece uma área de livre comércio entre os países signatários. Assinado em Montevidéu (Uruguai) em dezembro de 2007 e aprovado pelo Congresso brasileiro em março de 2010, o acordo elimina as barreiras ao comércio de bens entre Israel e os quatro países fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O decreto de promulgação do acordo está na edição de hoje do Diário Oficial da União, em 161 páginas.
Agência Estado – 28.04.2010
Miguel Jorge descarta acordo Mercosul-União Europeia em 2010
BRASÍLIA – As negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) estão em “compasso de espera”, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. De acordo com ele, os países membros do bloco sul-americano apresentaram propostas de abertura no setor industrial e aguardam que os europeus indiquem compensações na área agrícola. No entanto, o ministro afirmou que um acordo final “dificilmente” será fechado este ano.
“Uma negociação como essa não é fácil. Não esperamos um acordo no curto prazo. Não há essa possibilidade. São negociações sempre muito difíceis”, disse Miguel Jorge após uma reunião com o ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, Rainer Brüderle, e uma comitiva empresarial alemã, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Em junho, representantes de países da América Latina e da União Europeia se reunirão em Madrid, Espanha. Segundo Jorge, a previsão é de que o assunto domine os debates. Propostas de ambos os lados foram apresentadas recentemente e, por isso, há uma expectativa de avanço nas negociações.
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, conduzirá as discussões em nome da União Europeia. A presidente da Argentina, Cristina Kirshner, representará o Mercosul. Miguel Jorge negou que os argentinos estejam impondo dificuldades na busca de soluções para o impasse comercial. “Desconheço essa informação”, disse ele, quando indagado se o governo argentino estaria dificultando um acordo.
Em 2004, em Viena (Áustria), as negociações entre Mercosul e União Europeia foram interrompidas por falta de acordo. Os dois blocos reivindicam abertura em setores específicos. Os europeus, na área industrial. Os sul-americanos, no setor agrícola.
DCI – 27.04.2010
Chávez afirma que assinará vários acordos com Lula no Brasil
da Efe, em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou ontem que nesta quarta-feira (28) assinará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva novos convênios em áreas como petroquímica e alimentícia, durante da visita que fará ao Brasil.
"Iremos esta noite ao Brasil", disse Chávez ontem à televisão estatal. A visita do presidente venezuelano está inserida na série de encontros trimestrais que vem tendo com Lula.
"Temos um conjunto de novos convênios" para assinar, entre eles "energéticos, petroquímicos, de obras públicas, financeiros", afirmou.
Segundo ele, no setor petroquímico será assinado um acordo para construir, na península de Paraguaná, no noroeste venezuelano, "uma unidade de polipropileno" com a participação da Brasquem.
Ainda de acordo com Chávez, será ratificado um termo de compromisso para que a Venezuela venda à Brasquem 750 mil barris mensais de nafta, além de um memorando para que a estatal venezuelana PDVSA compre da empresa brasileira produtos químicos.
Amanhã também serão assinados acordos agropecuários na área de criação de gado, leiteira e do cultivo e manejo da soja, disse Chávez.
Chávez lembrou ainda que está previsto que os governos venezuelano e brasileiro concretizem convênios nos campos automotivo, turístico, técnico-financeira, urbanístico e de cooperação fronteiriça.
"Além disso, vamos conversar sobre outros temas, como geopolítica e as ameaças", declarou o presidente da Venezuela.
Sobre a agenda, Chávez disse que certamente se reunirá amanhã com a pré-candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff, chamada por ele de "amiga".
Folha de São Paulo – 28.04.2010
Tráfego aéreo mundial teve alta de 10,3% em março, diz Iata
da France Presse, em Genebra
O tráfego aéreo internacional de passageiros aumentou 10,3% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, um "forte" aumento, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), completando nesta quarta-feira que "o trauma da recessão não passou".
A associação, que representa 230 companhias aéreas que asseguram 93% do tráfego comercial mundial, advertiu que as companhias aéreas europeias, já debilitadas pela crise, serão afetadas "mais duramente" pela paralisia do tráfego em abril, depois da erupção do vulcão islandês.
"A maioria dos US$ 1,7 bilhão de receitas perdidas" em abril devido ao fechamento dos espaços aéreos durante seis dias "afeta as companhias europeias", que representam "a parte mais frágil do setor", segundo o diretor geral da Iata, Giovanni Bisignani.
"Os resultados do mês de março mostram que o ritmo de recuperação é rápido. Mas o trauma da recessão não passou", considerou também em comunicado o diretor-geral da associação.
"O setor perdeu dois anos de crescimento, e os mercados de tráfego de passageiros e de mercadorias continuam sendo 1% inferiores aos picos alcançados no início de 2008", informou.
Há um ano, em plena crise financeira, o tráfego aéreo atingiu seu nível mais baixo, lembrou a Iata. Mas a recuperação empreendida desde então se confirma.
América Latina
A atividade na América Latina se viu fortemente afetada pelo terremoto no Chile em 27 de fevereiro, segundo a Iata. O tráfego na região subiu 4,6% em março na comparação com o ano anterior, abaixo dos 8,5% de fevereiro.
Apesar da fragilidade de sua atividade, as companhias aéreas europeias e americanas conseguiram resultados melhores que em fevereiro. O aumento do tráfego foi de 6% na Europa e de 7,8% na América do Norte.
O aumento mais forte ocorreu no Oriente Médio, com alta de 25,9%. Na região Ásia-Pacífico, a demanda cresceu 12,6% e na África, 13,6%.
Folha de São Paulo – 28.04.2010
Euro atinge cotação mínima em um ano ante o dólar com crise na Grécia
da Reuters*com Folha*
O problema de dívida da Grécia obscurecia todos os mercados financeiros nesta quarta-feira, derrubando as Bolsas de Valores e levando o euro à mínima em um ano ante o dólar. Apesar das promessas de ajuda, a União Europeia --por conta da resistência alemã-- ainda não decidiu como liberar a ajuda de 45 bilhões de euros ao país, mergulhado em um alto déficit.
O euro atingiu o menor patamar em um ano ante o dólar durante o pregão asiático. Pouco depois, era cotado a US$ 1,3190. "É tudo por conta das reduções [de avaliação pela S&P] da Grécia e de Portugal. Sem uma solução para os problemas internos europeus, a tendência de queda do euro continuará", disse Dag Muller, estrategista do SEB.
Um dia após a agência de risco Standard & Poor's reduzir a avaliação da dívida grega para "junk", o rendimento do bônus da Grécia de dois anos foi acima de 22%, o rendimento do título de 10 anos superou 900 pontos-básicos sobre os papéis alemães, e a comissão de mercados de capitais local suspendeu a venda a descoberto de ações.
"As chances de uma moratória da Grécia estão aumentando, não dia a dia, mas hora a hora. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e os governos europeus não aparecem com algo logo, então eu vejo o mercado caindo mais bastante rapidamente", disse Koen De Leus, economista do KBC Securities.
"Os investidores estão começando a reagir emocionalmente. No atual ambiente, é muito difícil se impressionar com lucros melhores que o esperado."
O índice MSCI de Bolsas de Valores mundiais caía 1,15%, depois de perder mais de 2% na véspera. O indicador de ações dos mercados emergentes recuava 1,7%.
As Bolsas europeias atingiram a mínima em cinco semanas pela manhã, para depois recuarem 1,37%, segundo o índice FTSEurofirst 300.
A crise levou o membro do conselho do Banco Central Europeu, Juergen Stark, a pedir uma ação dos governos europeus. "O ônus agora é dos governos para assegurarem que a crise que inicialmente afetou o setor financeiro e em seguida a economia real, não leve a uma crise de dívida soberana", afirmou.
Folha de São Paulo – 28.04.2010
Euro se recupera ante dólar com otimismo sobre ajuda à Grécia
Às 10h40, o euro subia para US$ 1,3226, de US$ 1,3181 no fim da tarde de ontem, e para 124,30 ienes, de 122,85 ienes ontem
Danielle Chaves, da Agência Estado
TORONTO - O euro se recuperou diante do dólar e superou a marca de US$ 1,3250, depois de ter atingido a mínima dos últimos 12 meses durante a madrugada. O otimismo com a aprovação de um pacote de ajuda para a Grécia deu impulso à moeda europeia. O euro também se recuperou diante do iene, atingindo o pico de quase 125 ienes.
Comentários positivos de autoridades da Alemanha e de outros países da zona do euro sobre a aproximação de um consenso com relação ao plano de socorro à Grécia ajudaram a dar força ao euro. "Os legisladores europeus estão finalmente entendendo a preocupação do mercado de que eles têm de agir muito rapidamente para garantir que isso são provoque contágios", disse Boris Schlossberg, diretor de câmbio da GFT Forex.
Mesmo que o euro consiga registrar recuperação, permanecerá sob pressão, segundo Schlossberg, já que outros países periféricos da zona do euro - como Portugal, Itália e Espanha - estão à espera, com seus próprios problemas de dívida soberana.
Às 10h40 (de Brasília), o euro subia para US$ 1,3226, de US$ 1,3181 no fim da tarde de ontem, e para 124,30 ienes, de 122,85 ienes ontem. O dólar avançava para 93,97 ienes, de 93,18 ienes, enquanto a libra caía para US$ 1,5213, de US$ 1,5255 e o dólar operava a 1,0844 franco suíço, de 1,0872 franco suíço ontem. O índice do dólar estava em 82,112, de 82,285. As informações são da Dow Jones.
Agência Estado – 28.04.2010
'NYT' compara crise grega com 2008 e alerta para dívida espanhola
A edição desta quarta-feira do jornal New York Times compara a crise que atinge a Grécia com a crise econômica de 2008, pela dificuldade em obter financiamento, e alerta que o mesmo pode ocorrer com Portugal e Espanha nos próximos meses. Nessa terça-feira, a agência reguladora de risco Standard &Poor reduziu a nota de crédito soberano grega para "BB+", primeiro nível do grau especulativo, além de cortar o rating de Portugal para "A-". Em consequência, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, caiu 3,43%, para 66.511 pontos.
O professor de economia internacional do Trinity College na Irlanda, Phillip Lane, disse ao jornal que a crise "é como o Lehman Brothers e Bear Steams", referindo-se às falências que ocasionaram a crise financeira de 2008. "Não são os fundamentos do mercado, mas a relutância dele em financiar você", afirmou.
A agência informou, ao reduzir o índice da Grécia, que os investidores podem perder 50% das suas participações no mercado deste país. Além das quedas mundiais nas bolsas ocorridas nessa terça, como o índice Dow Jones (perdeu 1,9%) e o Nasdaq Composite (caiu 2,04%), os mercados asiáticos também apresentam queda. A Bolsa de Valores de Tóquio teve o seu valor mais baixo nos últimos três meses (2,56%) e o Euro abriu no índice mais baixo em relação ao dólar do último ano.
Os novos níveis de risco aumentaram as taxas de juros sobre as dívidas em Portugal e na Espanha também. Segundo o New York Times, o rebaixamento das notas de crédito aumenta o custo do seguro da dívida em níveis recordes em Grécia, Portugal e Espanha, um indício claro de fuga dos investimentos. "A situação está se deterioriando rapidamente, e não está claro quem tem condições de parar a falência da Grécia", disse o especialista Edward Yardeni. Os especialistas incluem os países ibéricos pois as suas dívidas devem aumentar em breve, segundo o jornal. "A Espanha terá de emitir mais dívidas e rolar as anteriores", disse Jonathan Tepper da Variant Perception, um grupo de pesquisa conhecido por suas ideias pessimistas sobre a Espanha. "Eles são dependentes da bondade de estranhos", afirmou.
Mesmo os planos internacionais, incluindo as ajudas do FMI e da União Europeia prometidas, não animam os especialistas entrevistados pelo jornal. O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, anunciou nesta quarta-feira, em Tóquio, que convocará uma reunião dos países da zona euro "para 10 de maio", para debater a crise grega. De acordo com Piero Ghezzi, da Barclays Capital, a comunidade internacional terá que investir uma "quantidade muito alta" para frear o processo de falência da Grécia e também dos países ibéricos. "O número será enorme. Nove bilhões de euros para a Grécia, 40 para Portugal e 350 para a Espanha. Agora, estamos falando de dinheiro de verdade", afirmou Ghezzi.
O economista Kenneth Rogoff, ex-FMI e especialista em questões de soberania, afirmou que talvez o investimento para ajudar os três países chegue a R$ 200 milhões, mas a Goldman Sachs avalia que um número final de R$ 150 bilhões será necessário apenas para a Grécia. "É o círculo mais vicioso de todos: estagnar a economia é forçar o corte de investimentos, que reduz a capacidade de gerar receita e pagar as dívidas. Como parte da zona do Euro, esses países não tem como imprimir mais moeda para simular o crescimento e aumentar as exportações, aumentando assim a dívida e uma perspectiva cada vez maior de resultado padrão.", afirma o jornal.
O New York Times reforça que as economias de Grécia e Portugal são "pequenas" para afetar o mundo inteiro, mas o problema pode ser mundial se chegar à Espanha. "Na superfície, a dívida é administrável. Relativa ao produto doméstico, ela é de 54%, comparada aos 120% da Grécia. Mas a Espanha tem o maior 'déficit gêmeo', que combina orçamento e contas, de qualquer país do mundo exceto a Islândia, uma mostra de como o país é dependente dos investimentos estrangeiros. Essa dívida chega a 225 bilhões de euros, quase o tamanho da economia grega", diz o NYT.
Redação Terra – 28.04.2010
Grécia estuda novas medidas para reduzir o déficit
da Efe, em Atenas
O governo grego estuda nesta quarta-feira a adoção de novas medidas para reduzir o enorme deficit do país enquanto o custo da dívida segue aumentando nos mercados internacionais.
A ampliação da estratégia de poupança é uma condição estabelecida pela Alemanha para ativar o pacote de resgate financeiro projetado pela zona do euro e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
O Conselho de Ministros discutirá nesta quarta-feira formas de enxugar a administração local e a eliminação de dois terços das Prefeituras.
O chamado "Plano Kallikratis" unificará municípios em entidades maiores e vai demitir até 30% dos funcionários da administração local.
Enquanto a comunidade internacional aprova essa estratégia de economia e pede ainda mais esforços, internamente seguem acontecendo conflitos e protestos sindicais pelos cortes salariais, congelamento das pensões e atraso da idade de aposentadoria.
Os docentes das universidades e dos colégios privados iniciam nesta quarta interrupções pontuais, que serão mantidas até a próxima segunda-feira.
Os professores se somarão nos próximos dias 4 e 5 de maio a uma greve de 48 horas do setor, convocada por seus colegas da educação pública.
Cerca de 400 jovens bloquearam no início da manhã a entrada do Ministério das Finanças em Atenas, para exigir que sejam efetivadas 877 contratações aprovadas no ano passado e foram atrasadas até 2013 dentro da política de poupança governamental.
Além disso, as centrais sindicais majoritárias convocaram uma greve geral de 24 horas para o dia 5 de maio.
Folha de São Paulo – 28.04.2010
Pacote de ajuda à Grécia atingirá até 120 bi de euros, diz FMI
da Reuters, em Berlim
O pacote de ajuda da zona do euro e do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Grécia somará de 100 bilhões a 120 bilhões de euros em três anos, avaliou o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, segundo um membro do parlamento alemão.
Juergen Trittin, líder parlamentar do Partido Verde, também disse a jornalistas nesta quarta-feira que foi dito aos parlamentares alemães que a Grécia deveria ser retirada do mercado por três anos.
Um membro do partido da chanceler Angela Merkel, CDU, afirmou que o FMI e o BCE (Banco Central Europeu) rejeitaram uma demanda de alguns parlamentares alemães de que os bancos fossem incluídos no pacote de resgate.
Norbert Barthle, porta-voz de orçamento no parlamento do CDU, afirmou após uma reunião com o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, e como o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que as duas entidades se opuseram a incluir os bancos.
Folha de São Paulo – 28.04.2010
Grécia pede ajuda para que crise não se propague pela economia mundial
da Efe, em Atenas
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, pediu nesta terça-feira à UE (União Europeia) e aos países que fazem parte da zona do euro que contribuam para "apagar o fogo" da crise financeira no país, para que não se "propague por toda a economia europeia e mundial".
O líder reconheceu que seu país assume sua responsabilidade e que seu governo fará tudo o que for possível para solucionar o grave endividamento, mas advertiu que a intervenção internacional é imprescindível.
"O Governo grego carrega sobre seus ombros uma grande responsabilidade nacional e também uma responsabilidade frente à Europa, e a assumimos completamente", disse Papandreou.
No entanto, o premiê afirmou que "a UE e os países da zona do euro devem, com suas ações, todos juntos, evitar que o fogo que cresceu devido à crise mundial se propague por toda a economia europeia e mundial".
Folha de São Paulo – 28.04.2010