quinta-feira, 30 de setembro de 2010


NOTÍCIAS


Brasil, China e UE exigem maior empenho dos EUA na Rodada Doha

Reivindicações foram feitas durante sessão na Organização Mundial do Comércio

Ana Conceição, da Agência Estado

GENEBRA - Brasil, China e União Europeia (UE) exigiram dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 29, maior engajamento nas negociações para a conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio global. "Muitos membros (da OMC) observaram que, especialmente nos dois últimos anos, os Estados Unidos parecem ter renunciado a seu papel de liderança nas negociações", disse o embaixador chinês Sun Zhenyu, durante sessão na Organização Mundial do Comércio (OMC) em que as políticas comerciais dos EUA foram avaliadas, o que ocorre a cada dois anos.

Embora peçam que os países em desenvolvimento façam mais concessões para se chegar a um acordo global, os Estados Unidos "falham em dizer como pretende melhorar sua própria oferta em questões que preocupam as nações menos desenvolvidas", disse Sun, ecoando preocupações que também são do Brasil. A UE pediu que os EUA acelerem sua posição "inclusive dando mais contribuições próprias às negociações e sendo realista naquilo que pede de seus parceiros".

Segundo o chefe da delegação europeia em Genebra, John Clarke, "os EUA estiveram na vanguarda daqueles que reconhecem o valor de um comércio aberto, baseado em regras internacionais". Recentemente, contudo, "vemos alguns sinais de que esse compromisso e disposição para liderar pelo exemplo está diminuindo. Isso é motivo de grande preocupação", disse Clark durante a reunião.

Além das negociações da Rodada Doha, Washington também foi bastante criticado em outras frentes de sua política comercial. A China fez uma observação especialmente endereçada ao modo como os EUA conduzem a economia e o dólar.

"Estamos muito preocupados sobre que medidas responsáveis e práticas o país tomará para impedir o recuo do dólar e manter a estabilidade da moeda", afirmou Sun.

A política agrícola norte-americana foi outro ponto crítico. A OMC pediu que os EUA reduzam os subsídios dados a seus agricultores, tão "consideráveis" que podem distorcer os mercados mundiais. "A agricultura representa apenas 0,8% do PIB dos EUA e emprega só 1,4% de sua força de trabalho", disse Roberto Azevedo, enviado do Brasil à entidade. "Apesar disso, esse setor se beneficia de um arsenal de medidas restritivas e que distorcem o mercado".

Subsídios

A OMC pediu que os Estados Unidos reduzam seus subsídios agrícolas, dizendo que eles são tão "consideráveis" que podem distorcer os preços internacionais.

Em relatório no qual analisa as políticas norte-americanas desde 2007, a entidade disse que enquanto promove suas exportações, os EUA devem reduzir "medidas que promovem distorções, incluindo o suporte para a agricultura". A OMC observou que o suporte dado ao setor sob a multibilionária Farm Act (Lei Agrícola) está "relacionado aos preços e/ou à produção" e que, por causa desse apoio, "produtores de cereais, oleaginosas e algodão estão efetivamente isolados das cotações de mercado, enquanto produtores de açúcar e lácteos são beneficiados por programas de suporte de preços".

A OMC continua, dizendo que "a grande dimensão do setor agrícola nos EUA implica um volume considerável de subsídios, que variam de um ano para outro, dependendo dos preços. É uma política que pode afetar os preços internacionais".

O Brasil também criticou os subsídios agrícolas dos Estados Unidos durante o mais recente exame que a OMC faz das políticas norte-americanas, realizado a cada dois anos. "A agricultura representa apenas 0,8% do PIB dos EUA e emprega só 1,4% de sua força de trabalho", disse Roberto Azevedo, enviado do Brasil à entidade.

"Apesar disso, esse setor se beneficia de um arsenal de medidas restritivas e que distorcem o mercado". Azevedo apontou que a maior parte dos subsídios está concentrada em produtos como algodão, soja e arroz. "Esses subsídios entram em ação justo em momentos de quedas de preços, o que provoca grandes distorções que prejudicam os produtores do resto do mundo", afirmou o brasileiro.

Os subsídios dos EUA ao setor agrícola local são um dos principais pontos que travam as longas negociações da Rodada Doha da OMC para o estabelecimento de um novo acordo de comércio global. O Brasil, inclusive, venceu um painel na entidade contra os subsídios norte-americanos ao algodão. Mas o País concordou em não usar seu direito de retaliação e esperar por uma nova Farm Bill em 2012 para ver que modificações serão feitas na lei agrícola do país. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 29.09.2010


Governo pode elevar IOF para conter especulação

Aumento da alíquota visaria acabar com operações que buscam ganhos no curto prazo

Fabio Graner, Adriana Fernandes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O governo tem monitorado com lupa as aplicações financeiras feitas por estrangeiros para aproveitar a diferença entre a taxa de juros brasileira e a de outros países. Essas operações de "arbitragem" estão contribuindo para derrubar o dólar ante o real.

Com o excesso de recursos no mercado internacional, a avaliação no governo é que essas operações especulativas ganharam força nos últimos meses. Passada a capitalização da Petrobrás, e constatados eventuais excessos em apostas do mercado, o governo pretende agir de forma mais incisiva e pode elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), hoje em 2%.

Uma das possibilidades é a adoção de um IOF diferenciado conforme o prazo que o dinheiro trazido do exterior permaneça no País. Esse tipo de tributação é praticado na cobrança do Imposto de Renda. "Em matéria de câmbio, não se confirma antes, se faz", disse um assessor da Fazenda.

Essas operações são conhecidas no jargão econômico como "carry trade". Na prática, investidores tomam dinheiro emprestado em um país a juros baixos, como os EUA, e aplicam numa região que pague juros mais altos, como o Brasil. Os especuladores ganham não só com a diferença de juros, mas também com uma eventual valorização da moeda em que estão aplicando.

Um IOF mais elevado tornaria menos atrativo esse tipo de especulação quando o dinheiro entra no País. Essa tributação não seria eficiente para o caso de investidores que estão fazendo suas apostas no chamado mercado futuro e, portanto, não estão vinculados necessariamente ao movimento de entrada e saída de capitais no País. Essa diferenciação nas aplicações torna mais difícil a situação do governo, já que o mercado futuro movimenta mais recursos do que o mercado à vista.

De qualquer forma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera que pode ser necessário elevar a alíquota do IOF para desmontar pelo menos em parte as posições do mercado. Por isso, ele não descartou a adoção da medida. Mantega se limitou a dizer que, neste momento, não deve haver aumento do tributo.

OESP – 30.09.2010


Brasil segue atraente para capital externo, mesmo com IOF de 2%, diz Hamilton

O diretor de Política Econômica do Banco Central avalia que a alíquota, decidida em outubro de 2009, já teve seu impacto diluído como freio da entrada maciça de dólares no País

BRASÍLIA

Fernando Nakagawa e Fábio Graner, da Agência Estado - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, avalia que a criação da alíquota de 2% de IOF para ingresso de capital estrangeiro para investimentos em renda fixa e variável, decidida em outubro de 2009, já teve seu impacto diluído como freio da entrada maciça de dólares no País. A apresentar valores relativos à emissão de títulos e ações no Brasil em 2010, que até agosto são muito superiores ao total de 2009, o diretor afirmou que "aparentemente" a alíquota do IOF não surtiu efeito nesses ingressos "ou no curto prazo pode ter havido algum impacto que depois foi diluído".

"É difícil avaliar, mas aparentemente o Brasil continua sendo um destino atrativo", afirmou ele, durante entrevista a jornalistas sobre o relatório trimestral de inflação do BC.

O diretor, porém, não quis comentar a hipótese de que a equipe econômica poderia alterar novamente essa alíquota, como reação à atual entrada maciça de dólares no País.

OESP – 30.09.2010


Meirelles: estímulos dos EUA piorariam fluxo de capital

REUTERS

Medidas de estímulo adicionais nos Estados Unidos irão intensificar a entrada de capital que muitas economias emergentes já tentam controlar, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quinta-feira.

Embora seja benéfica para a economia norte-americana, a segunda rodada de estímulos sendo considerada pelo Federal Reserve poderia "acentuar a liquidez e o excesso de ingressos (globais)", disse Meirelles à Reuters Insider TV.

"Nós não podemos simplesmente permitir que as nossas economias sejam desequilibradas enquanto permitimos que outras economias sejam equilibradas", afirmou.

Meirelles defendeu que as reuniões do G20 em outubro e novembro deveriam abordar a questão, pois os desequilíbrios estariam impedindo que a economia mundial tenha um desempenho no "nível ótimo".

"Nós poderíamos concordar em um conjunto de ações em que todo país leve em consideração o que os outros países estão fazendo."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira que o mundo vive atualmente uma "guerra cambial", em que os governos manipulam as taxas de câmbio para melhorar a competitividade de suas exportações.

O dólar chegou a cair abaixo de 1,700 real nesta quarta-feira pela primeira vez no ano, elevando o risco de uma bolha se formar devido à forte entrada de capital.

(Reportagem de Sebastian Tong)

OESP – 30.09.2010


Novas medidas de estímulo dos EUA piorariam fluxo cambial, diz Meirelles

Segundo ele, segunda rodada de estímulos poderia ‘acentuar a liquidez e o excesso de ingressos (globais)’

Reuters

LONDRES - Medidas de estímulo adicionais nos Estados Unidos irão intensificar a entrada de capital que muitas economias emergentes já tentam controlar, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quinta-feira.

Embora seja benéfica para a economia norte-americana, a segunda rodada de estímulos sendo considerada pelo Federal Reserve poderia "acentuar a liquidez e o excesso de ingressos (globais)", disse Meirelles à Reuters Insider TV.

"Nós não podemos simplesmente permitir que as nossas economias sejam desequilibradas enquanto permitimos que outras economias sejam equilibradas", afirmou.

Meirelles defendeu que as reuniões do G20 em outubro e novembro deveriam abordar a questão, pois os desequilíbrios estariam impedindo que a economia mundial tenha um desempenho no "nível ótimo".

"Nós poderíamos concordar em um conjunto de ações em que todo país leve em consideração o que os outros países estão fazendo."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira que o mundo vive atualmente uma "guerra cambial", em que os governos manipulam as taxas de câmbio para melhorar a competitividade de suas exportações.

O dólar chegou a cair abaixo de R$ 1,70 nesta quarta-feira pela primeira vez no ano, elevando o risco de uma bolha se formar devido à forte entrada de capital.

(Sebastian Tong)

OESP – 30.09.2010


Ouro renova recorde com enfraquecimento do dólar

Às 10h45 (de Brasília), o contrato mais ativo de ouro, para entrega em dezembro, subia 0,22%, para US$ 1.313,20 por onça-troy, na Comex

Danielle Chaves, da Agência Estado

NOVA YORK - Os contratos futuros de ouro continuam batendo recordes nesta manhã, enquanto participantes do mercado compram o metal para se proteger da queda do dólar e os operadores aumentam as posições em meio à sétima sessão seguida de rali.

Às 10h45 (de Brasília), o contrato mais ativo de ouro, para entrega em dezembro, subia 0,22%, para US$ 1.313,20 por onça-troy, na Comex. O contrato atingiu ais cedo US$ 1.317,50 por onça-troy, o preço intraday mais alto já visto para um contrato mais ativo.

O sentimento do investidor permanece muito positivo com relação ao ouro, com uma série de incertezas macroeconômicas direcionando o interesse", afirmou Suki Cooper, analista do Barclays Capital.

O mais recente boom do metal precioso vem enquanto aumentam as expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, possa implementar mais afrouxamento quantitativo com medidas que incluem a compra de Treasuries (títulos do Tesouro americano). A criação de dinheiro novo pressionaria o dólar e daria impulso ao ouro como hedge contra uma potencial desvalorização da moeda norte-americana.

O ouro também tem se beneficiado de um enfraquecimento do dólar simplesmente porque isso torna os contratos de ouro, denominados em dólar, menos caros para compradores que usam outras moedas. Além disso, taxas de juros super baixas têm fornecido um amplo cenário de suporte ao tornar o metal que não depende de juros um investimento mais atraente. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 30.09.2010


Próximo presidente terá que comprovar liderança internacional do Brasil

DA DEUTSCHE WELLE, NA ALEMANHA

Quem vencer as eleições encontrará caminho pavimentado deixado por Lula no cenário internacional, avaliam especialistas. Conquistas deixaram o Brasil em mais evidência e criaram grandes expectativas.

Ao fim da primeira década do século 21, as maiores instituições do globo acompanham com atenção o fim da era Lula e a chegada de um novo líder político brasileiro. Mas, há 20 anos, o mundo não esperava ver o Brasil atuando com influência no cenário internacional.

"O que vemos agora não era previsível. O Brasil, assim como outros países da América Latina, passou por uma ditadura, teve uma entrada tardia na democracia e teve que lutar por uma série de coisas. Acho que muita lição de casa foi feita. Lula mostrou ao mundo coisas novas e áreas novas em que seu país poderia contribuir", avalia Federico Foders, especialista em Relações Internacionais e professor da Universidade de Colônia, no oeste alemão.

Continua...

Folha de São Paulo – 30.09.2010


Porto de Vitória faz reajuste em todas as tarifas a partir desta sexta-feira

De A Tribuna On-line

O Porto de Vitória fará um reajuste de 5% em todas as suas tarifas, a partir da próxima sexta-feira. O aumento será linear e vai incidir sobre as tarifas das tabelas I (proteção e acesso ao porto), II (instalações de acostagem), III (utilização da infra-estrutura), IV (armazenagem), V (aluguel de equipamentos) e VI (serviços diversos).

O reajuste atende a Resolução nº 1731-Antaq, de 22 de junho de 2010, que aprovou um reajuste linear de 15% incidente sobre os valores da tarifa do Porto de Vitória. O Conselho de Autoridade Portuária (CAP) da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), entretanto, homologou o reajuste em duas etapas: 5% a partir de 01/10/2010 e 9,52% a partir de 01/11/2011.

O reajuste não incidirá sobre as novas tarifas offshore criadas a partir de 01/09/2010 e nem sobre a armazenagem de importação.

A Tribuna - 29.09.2010


Greve em porto da França afeta comércio e encarece combustível

MURIEL BOSELLI E IKUKO KURAHONE – REUTERS

Trabalhadores do maior porto petrolífero da França entraram em seu quarto dia de greve nesta quinta-feira, impedindo dezenas de navios de abastecer grandes refinarias e empurrando para cima os preços do óleo combustível, devido aos receios de bloqueios ainda maiores.

Cerca de 24 navios-tanque com petróleo e produtos refinados estavam bloqueados no centro petrolífero estratégico de Fos-Lavera, perto de Marselha, disseram as autoridades portuárias, enquanto trabalhadores protestavam contra uma lei que altera o regime de aposentadorias e buscavam garantias de manutenção de seus empregos, apesar da reforma dos portos.

Os grevistas devem reunir-se com a administração do porto na tarde desta quinta-feira.

Se a greve continuar, pode colocar em risco o processamento de até 1 milhão de barris por dia (bpd) de óleo em sete ou possivelmente oito refinarias europeias, o que equivale a aproximadamente 7 por cento da capacidade de refino da Europa.

Um comerciante que trabalha em uma empresa ligada a uma refinaria próxima ao porto disse: "O que está me afetando mais é a greve em Marselha. Há problemas para levar e tirar produtos das instalações."

Ele afirmou que a greve ainda não refletiu na taxa de uso da refinaria, mas que ele está tendo de recorrer a meios alternativos para abastecer seus clientes.

Christopher Bellew, da Bache Commodities, disse que o preço do óleo combustível no mercado futuro da ICE está subindo em parte por causa da greve e também porque a demanda está aumentando devido à necessidade de aquecimento no inverno europeu.

Os preços do óleo combustível no mercado futuro de outubro subiram 3,7 por cento às 10h09 (horário de Brasília), superando a alta de 2 por cento do óleo cru.

O porto petrolífero foi atingido por várias greves nos últimos três anos, desde que o governo decidiu privatizar as operações de descarga nas docas antes administradas pelo Estado.

"Estas greves raramente duram mais que cinco dias", disse um negociador de produtos de Londres.

Mas o impacto dos protestos foi ampliado pela pane de uma unidade de destilação de óleo cru (UDC) na refinaria de Trecate, na Itália, após um incêndio este mês, e também por paradas planejadas para manutenção em outras unidades na região, disse ele.

Uma greve semelhante de 12 dias em dezembro de 2008 ameaçou fechar várias refinarias dependentes do maior porto petrolífero da França.

Na quarta-feira a UFIP, o organismo francês da indústria petrolífera, disse temer que as operações de sete refinarias europeias possam ser prejudicadas pela nova greve e que isso possa causar prejuízos de longo prazo ao refino de petróleo na região.

"A UFIP observa com preocupação que as ações trabalhistas vêm impedindo as operações normais no porto de Marselha há vários anos, comprometendo sua competitividade e, portanto, a continuidade do refino na região", disse a UFIP.

Os grevistas estavam bloqueando a passagem de nove navios de óleo cru e 15 embarcações com outros produtos petrolíferos. Outras embarcações impedidas de usar o porto incluem oito navios de gás e quatro com cargas de produtos químicos.

O porto, pelo qual passam anualmente 64,2 milhões de toneladas de petróleo, abastece de óleo cru seis refinarias francesas e duas na Suíça e Alemanha, com capacidade total de 900 mil barris por dia, segundo estimativas da Reuters.

Mas a refinaria de Miro, na Alemanha, possui uma fonte de abastecimento alternativa, segundo a UFIP.

OESP – 30.09.2010


Siderúrgicas dão desconto e zeram prêmio sobre importações—Inda

ALBERTO ALERIGI JR. REUTERS

SÃO PAULO - As siderúrgicas no Brasil praticamente zeraram a diferença de preços do aço plano em relação ao produto importado, não conseguindo impor reajustes anunciados no início do segundo semestre, afirmou o presidente do instituto nacional de distribuidores Inda, Carlos Loureiro.

Diante de importações recordes em agosto, as siderúrgicas no país estão concedendo "descontos de 5, 10, 15 por cento em relação aos preços do primeiro semestre", disse Loureiro à Reuters no final da tarde de quarta-feira. "Não fizeram o segundo aumento na distribuição e ainda estão dando desconto."

"As usinas já tomaram posições, principalmente em material de qualidade comercial, para fazer preços que desencorajam novas importações (...) Com esse nível de preço, elas estão praticamente zerando o prêmio sobre o material importado", acrescentou, referindo-se aos valores para outubro e apostando que a situação vai perdurar até o final do ano. Uma alta nos preços externos também tem ajudado a reduzir a diferença, comentou.

No final do primeiro semestre, as usinas negociavam reajustes de até 10 por cento para implementação a partir de julho. Mas, com aço importado chegando nos portos do país e uma cadeia distribuidora abarrotada com um volume equivalente a 4 meses de vendas, a estratégia está sendo de garantir o mercado interno enquanto o externo ainda não se recuperou totalmente.

"A pressão de estoque vai até o final do ano e entra no primeiro bimestre", estimou o presidente do Inda.

Os números do Inda apontam que o volume de estoque de aço plano, usado em produtos desde máquinas de lavar a automóveis e navios, era de 1,25 milhão de toneladas em agosto, equivalente a 3,9 meses de vendas pelos distribuidores no Brasil, quando o ideal considerado pela entidade seria de cerca de 2,5 meses.

O volume ganhou impulso a partir do segundo trimestre, após um forte desempenho de vendas de aço no mercado interno nos três primeiros meses do ano. Isso acabou encorajando não só empresas tradicionais do setor a encomendarem mais aço como também traders que formaram estoques aproveitando incentivos fiscais de portos em vários Estados do Brasil.

Em março, o volume de aço estocado nos distribuidores representava 2,1 meses de vendas, disse Loureiro.

Em agosto, enquanto a venda pelos associados do Inda somou 323 mil toneladas, alta de 1,2 por cento sobre julho, as compras tombaram 20 por cento, passando de 400 mil toneladas em julho para 320 mil toneladas no mês passado, equilibrando o fluxo.

CLIENTES ESTOCADOS

Loureiro afirmou que em setembro a expectativa é que as vendas de aço plano na distribuição sejam semelhantes às verificadas em agosto, podendo ficar 2 ou 3 por cento maiores. "Não existe um volume muito grande de vendas porque também os nossos clientes estão muito estocados."

A avaliação do mercado de que os grandes projetos de infraestrutura saíssem do papel e motivassem um consumo muito maior de aço no país ainda não se concretizou. "Está demorando. Chapa grossa, por exemplo, ainda não está se consumindo no mesmo nível que se consumia em 2007", disse o presidente do Inda.

Ele citou que a expectativa do mercado após a capitalização da Petrobras, ocorrida este mês, é de que a estatal comece a fazer encomendas mais significativos nos próximos meses, incentivando o consumo.

OESP – 30.09.2010


Comus debate infraestrutura portuária nesta quinta-feira

De A Tribuna On-line

Os últimos congestionamentos de caminhões nos acessos rodoviários ao Porto de Santos ainda repercutem. Nesta quinta-feira, o Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus) irá realizar uma reunião para analisar e discutir possíveis novos estacionamentos e pátios para carretas e caminhões, o rastreamento desses veículos e a implantação em Santos do Porto 24 Horas.

O encontro será realizado na Associação Comercial de São Paulo, na Rua Boa Vista, 51, 11º andar, Centro, em São Paulo.

Entre os tópicos que serão discutidos no encontro, está a criação de uma logística cadenciada de cargas de importação e exportação movimentadas no Porto de Santos, tal como a comunicação entre os atores de sistemas logísticos e o rastreamento de caminhões, carretas, contêineres, entre outras cargas.

Além destes pontos, outros assuntos pautados para a reunião do Comus é a necessidade da implantação do sistema Porto 24 Horas e a análise dos pontos falhos e sugestões para os processos relacionados aos terminais de contêineres vazios.

O encontro deverá ter a participação dos membros da Comissão de Discussão do Atendimento nos Terminais de Contêineres Vazios (Depots); do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, além de outros profissionais da área.

A Tribuna – 29.09.2010


Grupo Evergreen encomenda 10 porta-contêineres

De A Tribuna On-line

Após uma recente encomenda de 10 navios porta-contêineres, em julho deste ano, o Grupo Evergreen encomendou mais dez embarcações com capacidade de 8.000 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

O novo pedido é a segunda parcela da atualização da frota da transportadora chinesa, que se absteve de adquirir novos navios antes da crise globlal e agora precisa acompanhar as outras linhas operadoras de contêineres. Todas as embarcações serão construídas pela Samsung Heavy Industries, em Taipei, na China.

De acordo com o presidente da Evergreen, os planos da companhia para a nova frota ainda incluem pedidos para 32 navios com capacidade de 8.000 TEUs, 20 com 7.024 TEUs, 20 com 5.364 TEUs e 20 ou mais navios de 2.000 TEUs, que serão utilizados para serviços de alimentação.

Sete das 10 embarcações da primeira encomenda serão construídas para a chinesa Evergreen Marine. As outras três, para a Evergreen International SA, no Panamá. O primeiro dos navios recém-encomendados deve ser entregue em 2013.

Todos os porta-contêineres de 8.000 TEUs terão 335 metros de comprimento, com 45 metros de boca (largura), calado máximo de 47 pés (14 metros) e velocidade de 24.5 nós (45 km/h). Segundo a Evergreen, os navios vão incluir funcionalidades de economia de combustível e características ambientais, como revestimentos de casca de estanho livre.

O grupo está em 4º lugar no ranking TOP 15 de Operadores de Contêineres do Journal Of Commerce.

A Tribuna – 29.09.2010

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