terça-feira, 21 de setembro de 2010


NOTÍCIAS


O modesto acordo Sul-Sul

O Brasil e mais dez países poderão concluir em dezembro a primeira Rodada Sul-Sul, uma negociação comercial lançada em São Paulo em 2004. O ponto principal do acordo será uma vantagem tarifária - ou margem de preferência - de 20% para a maior parte dos produtos comercializados entre os participantes. O governo brasileiro propõe a assinatura do compromisso em Foz do Iguaçu, durante a próxima conferência de cúpula do Mercosul. Até lá, os diplomatas terão de torcer para ninguém mais desistir. No começo da negociação os envolvidos eram 40 países. O número foi minguando e dos 11 atuais 4 são do Mercosul.

O resultado econômico será provavelmente modesto, mas o governo brasileiro poderá apresentar o acordo como um feito diplomático importante: pela primeira vez países emergentes da América, da Ásia e da África terão formalizado uma troca de vantagens dentro do Sistema Geral de Preferências Comerciais.

Será também o primeiro acordo brasileiro com vários parceiros de fora da América do Sul. A negociação entre Mercosul e União Europeia foi retomada recentemente, depois de quase seis anos de abandono, e sua conclusão é incerta. O projeto da Área de Livre Comércio das Américas envolveria 34 países do hemisfério, mas foi implodido em 2003. A mais ambiciosa iniciativa multilateral, a Rodada Doha, lançada em 2001, está paralisada há mais de um ano e ninguém sabe quando se poderá retomá-la para valer.

Fora da vizinhança, o Mercosul tem acordos de livre comércio com Israel e com o Egito, Além disso, acertou algumas facilidades com o México, mas em escala muito limitada. A primeira Rodada Sul-Sul foi lançada em São Paulo, há seis anos, durante evento da Unctad, a Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. Realizada pela primeira vez em 1964, em Genebra, essa conferência, concebida como um fórum de países do Terceiro Mundo, se converteu em órgão permanente.

A ideia de uma Rodada Sul-Sul ajustou-se perfeitamente às novas bandeiras da diplomacia brasileira, adotadas a partir de 2003. Mas três quartos dos países mobilizados inicialmente abandonaram o projeto. A China, embora considerada uma potência emergente, seria um parceiro incômodo, por causa de suas condições especiais de competitividade. O grupo remanescente inclui, além dos quatro membros do Mercosul, a Coreia, por muitos considerada um país industrializado, a Índia, a Indonésia, a Malásia, o Egito, o Marrocos e a pequena Cuba, a menor e mais fraca dessas economias.

O Mercosul já tem um acordo de livre comércio com o Egito, assinado este ano. A Coreia já negociou um acordo desse tipo com os Estados Unidos, ainda não aprovado pelo Congresso americano, e suas conversações com a União Europeia estão avançadas. Dentre as economias envolvidas na Rodada Sul-Sul, a mais desenvolvida é a coreana, com elevado nível de industrialização, respeitável estoque de capital humano e alto padrão de competitividade.

A rodada encolheu não só em número de participantes. Também as propostas se tornaram mais modestas. O Mercosul defendeu inicialmente uma redução de tarifas de 40%. Mas a margem de preferência acabou ficando em 20% - apreciável, de toda forma. Além disso, os negociadores foram cautelosos na seleção dos produtos com tarifas sujeitas à redução. O Brasil não terá facilidades maiores para exportar produtos do agronegócio. Sua competitividade nessa área é reconhecida. Mas, em contrapartida, não concederá facilidades para o ingresso de produtos têxteis, eletrônicos, veículos e bens de capital.

A conclusão dessa rodada provavelmente criará oportunidades comerciais. Mesmo com esse acordo, no entanto, o balanço do governo Lula, no campo da diplomacia comercial, será muito pobre. Parte desse resultado será atribuível às suas escolhas. Decisões políticas erradas privaram o Brasil, por exemplo, de uma presença maior no mercado americano e de acordos vantajosos com parceiros do mundo rico. Nossos concorrentes se beneficiaram desse equívoco.

OESP – 21.09.2010


BC reduz previsão para investimentos e prevê deficit recorde com o exterior

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Banco Central reduziu a previsão de investimentos estrangeiros em 2010 de US$ 38 bilhões para US$ 30 bilhões, depois de ver suas estimativas anteriores frustradas por causa da crise internacional.

Até agosto, o resultado acumulado está em US$ 17,1 bilhões. No mês passado, entraram US$ 2,43 bilhões.

Para 2011, a instituição espera uma recuperação, com os investimentos subindo para US$ 45 bilhões.

Esse dinheiro não será, no entanto, suficiente para financiar o deficit nas transações do país com o exterior.

O BC manteve a previsão de um resultado negativo recorde de US$ 39 bilhões neste ano. Para 2011, espera um novo recorde, de US$ 60 bilhões, o equivalente a 2,78% do PIB.

O resultado acumulado neste ano até agosto está em US$ 31,1 bilhões. No mês passado, ficou em US$ 2,86 bilhões.

BALANÇA

No comércio exterior, o país acumula um superavit de US$ 11,7 bilhões neste ano. Com isso, o BC revisou de US$ 13 bilhões para US$ 15 bilhões a previsão para 2010. O número é a diferença entre exportações e importações.

Em 2011, a expectativa é que o resultado recue para US$ 11 bilhões. As exportações devem subir de US$ 192 bilhões para US$ 230 bilhões. As importações, de US$ 177 bilhões para US$ 219 bilhões.

AÇÕES E TÍTULOS

O BC aumentou a previsão de investimentos estrangeiros em ações e títulos de longo e médio prazo de US$ 35 bilhões para US$ 38 bilhões. Até agosto, já entraram US$ 26,7 bilhões.

Em 2011, devem entrar no país US$ 36 bilhões por essa conta.

Folha de São Paulo – 21.09.2010


Fluxo cambial neste mês está positivo em US$ 11,135 bi

Segmento comercial teve fluxo negativo de US$ 706 milhões no mesmo período
Fabio Graner e Fernando Nakagawa, da Agência Estado

BRASÍLIA - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou que o fluxo cambial em setembro até o dia 17 foi positivo em US$ 11,135 bilhões. O resultado foi basicamente determinado pelo segmento financeiro, que contou até a última sexta-feira com saldo positivo líquido de US$ 11,841 bilhões, resultado de entradas de US$ 30,385 bilhões e saídas de US$ 18,544 bilhões. No segmento comercial, o fluxo foi negativo em US$ 706 milhões, refletindo exportações de US$ 8,523 bilhões e importações de US$ 9,229 bilhões.

Altamir informou que as atuações do Banco Central no mercado de câmbio elevaram as reservas internacionais brasileiras em setembro até 17 em US$ 5,874 bilhões. Altamir informou ainda que a posição de câmbio nos bancos, que fechou agosto vendida em US$ 13,724 bilhões, diminuiu para em US$ 10,980 bilhões.

Agência Estado – 21.09.2010


Presidente francês defende criação de imposto global

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em cúpula da ONU sobre as Metas do Desenvolvimento do Milênio, em Nova York, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu ontem a criação de um imposto global que incida sobre as movimentações financeiras.

O dinheiro resultante seria destinado para a concretização da segunda parte do programa das Nações Unidas voltado para a promoção dos oito grandes objetivos do milênio estabelecidos em 2000.

Sarkozy, ao propor a elaboração do chamado imposto solidário ou social, deu uma guinada à esquerda. Nos últimos dias, seu governo foi alvo de críticas ferrenhas, comparado até mesmo ao nazismo, por ter expulsado os ciganos, a maioria advinda de Bulgária e Romênia, do território francês.

A ideia de elaborar um dispositivo financeiro em escala global que atue em favor do equilíbrio social não é nova. O economista americano James Tobin, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1981, propôs, no começo dos anos 70, a criação de um imposto com alíquota calculada em 0,1% que fosse aplicado sobre todas as transações financeiras realizadas diariamente no mundo. Com a oposição dos EUA e das principais economias, a ideia não avançou.

Se fosse levado em consideração o tamanho do atual sistema financeiro, utilizando a alíquota proposta por Tobin, a arrecadação chegaria a US$ 170 bilhões por ano.

No início do primeiro mandato, o presidente Lula, em entrevistas a jornais estrangeiros, defendeu a utilização de um imposto global para arrecadar recursos para combater a pobreza. O petista, além do mercado financeiro, objetivava taxar o lucrativo comércio de armas pesadas.

FALTA DE EMPENHO

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentou em outras oportunidades que os países não se empenhem tanto como em tempos de crise para levantar dinheiro em favor de causas sociais.

Na última instabilidade econômica, nascida no mercado imobiliário americano em 2008, foram gastos trilhões de dólares em socorro às instituições financeiras. Um dos pacotes lançados pelos EUA, o de US$ 700 bilhões, passou sem maiores divergências pelo Congresso.

Um representante do governo americano afirmou que o presidente Obama não deve contribuir com doações para completar os US$ 150 bilhões que ainda são precisos.

"O relógio está avançando, e ainda temos muito o que fazer", alertou Ban Ki-moon na reunião.

O secretário-geral se refere aos países mais pobres do mundo, especialmente os da África subsaariana, que apresentam pouco progresso na erradicação da pobreza nos dez anos do programa.

As conversas entre os 192 líderes dos países que compõem as Nações Unidas se estendem até a próxima quinta-feira.

Folha de São Paulo – 21.09.2010


ONU insiste que taxa sobre transações deveria ser global

DA EFE,
EM BRUXELAS

A Comissão Europeia voltou a defender nesta terça-feira que a criação de uma eventual taxa sobre as transações financeiras internacionais seja adotada em escala mundial, para ser eficaz e não criar distorções.

"Sempre dissemos que uma taxa sobre as transações financeiras deveria ser global", disse a porta-voz do Executivo comunitário, Pia Ahrenkilde.

A declaração foi concedida depois que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu a adoção de um imposto sobre as transações para lutar contra a pobreza, durante a cúpula organizada pela ONU em Nova York para revisar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

O presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, aderiu ao pedido de Sarkozy e se comprometeu a defender a medida em todos os fóruns internacionais, desde a União Europeia até o Grupo dos Vinte (G20, grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes).

Neste sentido, a CE reconheceu hoje "a necessidade de encontrar fontes apropriadas e efetivas para financiar as metas de desenvolvimento" e explicou que estuda outras possibilidades, entre elas a taxa sobre as transações financeiras.

A Comissão Europeia também lembrou que a fiscalização do setor financeiro está sendo objeto de revisão em um sentido mais amplo, depois que os líderes europeus acordaram, em junho deste ano, em introduzir um imposto dentro do novo marco de resolução de crise bancárias.

A União Europeia estuda os diferentes tipos de encargos e objetivos aos quais seria destinada a arrecadação, desde as políticas de luta contra a mudança climática, o desenvolvimento, fundos de resolução de crises financeiras ou a simples estabilização dos orçamentos dos Estados-membros atingidos pela crise.

No entanto, o primeiro debate centrado nos detalhes do assunto, em 7 de setembro, revelou que ainda não existe um consenso sobre a sua forma.

A Comissão Europeia divulgou nesta terça-feira que o comissário de Fiscalização e União Aduaneira, o lituano Algirdas Semeta, apresentará uma série de propostas sobre o tema em outubro.

Folha de São Paulo – 21.09.2010


Obama diz que China não faz o suficiente para valorizar Yuan

DA REUTERS, EM WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (20) que a China não tem feito o suficiente para aumentar o valor do yuan, mantendo a forte retórica sobre a política cambial chinesa enquanto parlamentares norte-americanos avaliam novas leis para punir Pequim.

Para Obama, o yuan "está valorizado abaixo do que as condições de mercado diriam que ele deveria estar", dando à China uma vantagem no comércio ao tornar os produtos chineses mais baratos nos EUA e os produtos norte-americanos mais caros na China.

"O que nós dissemos a eles é que é preciso deixar a moeda subir de acordo com o fato de que sua economia está crescendo, vocês estão ficando mais ricos, vocês estão exportando muito. Deveria haver um ajuste aí, baseado nas condições de mercado", disse Obama em reunião organizada pela televisão CNBC.

"Eles disseram sim em teoria, mas, na verdade, eles não fizeram tudo que precisa ser feito."

Pedindo uma relação comercial mais justa com Pequim, Obama afirmou que Washington apresentará mais ações contra a China à OMC (Organização Mundial do Comércio). "Nós vamos reforçar nossas leis de comércio de maneira muito mais eficaz do que nós fizemos no passado", disse ele.

Com a tensão gerada pela questão cambial, Obama irá se encontrar com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, quando os dois participarem da Assembleia Geral da ONU nesta semana, em Nova York.

CHINA

A China vem tomando recentemente uma série de medidas para que sua moeda, o yuan, seja mais utilizada nos intercâmbios internacionais, mesmo que ainda não sofra conversão. A medida, dizem analistas, serviria para reduzir a exposição da moeda ao dólar americano.

Desde a crise financeira de 2008, o maior possuidor de reservas cambiais do mundo diversificou seus investimentos e levou as empresas a pagar suas compras em yuans com o objetivo de limitar o fluxo de dólares que entra no país.

"A crise do crédito em 2008 mostrou à China que os pagamentos em moeda local reduzirão a exposição do país a uma súbita falta de liquidez", segundo um trabalho dos especialistas Ben Simpfendorfer e Erik Lueth de RBS (Royal Bank of Scotland).

Apesar do êxito dos exportadores, o yuan só desempenha um papel marginal nos intercâmbios internacionais porque não é completamente convertível e o dinheiro não pode ser retirado da China com a mesma facilidade com que pode ser investido no país.

Os dirigentes chineses afirmam querer que o yuan se converta numa moeda de reserva, mas, segundo analistas, não estão dispostos a levantar os controles cambiais por temor de desestabilizar a economia, por exemplo, no caso de uma rápida valorização de sua moeda ante o dólar que castigue os exportadores.

"Estão presos pelos fluxos que entram e que saem, um temor que remonta à crise financeira asiática de 1997", explicou um analista de Pequim, que preferiu não revelar sua identidade.

Naquela ocasião, as moedas dos países emergentes da Ásia, com exceção do yuan, haviam afundado em relação ao dólar.

Nos últimos dois anos, a China assinou uma série de acordos de intercâmbio de divisas e lançou um título experimental de pagamento em yuans com uma série de países, principalmente no Sudeste asiático.

Por outro lado, um acordo entre o banco central chinês e a autoridade monetária de Hong Kong autorizou aos estabelecimentos bancários da ex-colônia britânica a utilizar os yuans para os pagamentos entre empresas, abrindo a porta para produtos financeiros em moeda chinesa.

O gigante das lanchonetes McDonald's foi a primeira empresa não financeira a aproveitar a emissão de obrigações em yuans por um total de US$ 30 bilhões.

O último gesto de Pequim aconteceu na semana passada com a decisão de abrir o mercado de obrigações interbancárias chinesas a mais investidores estrangeiros, o que busca incentivar as empresas do exterior a aceitar yuans quando fizerem negócios na China.

Um número reduzido de investidores institucionais já tinha acesso a esse mercado desde 2005.

"Quanto mais yuans saíram da China e quanto mais o yuan servir como moeda de intercâmbio internacional, mais diminuirá o risco de dependência de cara uma divisa em particular", explicou analista baseado em Pequim.

Mas, mesmo que seja bastante improvável que a moeda seja plenamente conversível da noite para o dia, Pequim já não tem poder para controlar uma possível especulação.

Outro obstáculo é a quase ausência e yuans circulando no exterior em função do superavit comercial chinês.

"É muito difícil acumular yuans porque são constantemente repatriados para China", assinalou nesse sentido Patrick Chovanec, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade Tsinghua de Pequim.

As reservas cambiais da China alcançavam no final de julho US$ 2,45 trilhões, dos quais US$ 843,7 bilhões estão investidos em bônus do tesouro dos Estados Unidos.

Folha de São Paulo – 21.09.2010


China diz que pressão dos EUA por valorização do yuan é ‘insensata’

Na véspera, o presidente Obama acusou o país de não ter feito o suficiente para elevar a cotação da moeda

Cynthia Decloedt, da Agência Estado

PEQUIM - A porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, disse que a pressão norte-americana para apreciação do yuan é "insensata e míope", em resposta a comentários feitos ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que o país não teria feito o suficiente para elevar a cotação da moeda.

"Recentemente, tem havido comentários não harmoniosos nos Estados Unidos criticando a taxa de câmbio do yuan", disse Jiang, por meio de uma nota divulgada pelo ministério. Ela acrescentou que alguns nos EUA estão "considerando a utilização de todos os meios possíveis para pressionar a favor da apreciação do yuan. Isto é insensato e míope", afirmou na nota.

A tensão entre os EUA e a China tem aumentado em relação ao yuan, com muitas autoridades e legisladores nos EUA dizendo que a apreciação da moeda chinesa desde 19 de junho, quando o país disse que aumentaria a flexibilidade do yuan, tem sido insuficiente. Foram apresentadas leis no Congresso norte-americano para cobrar impostos sobre as importações chinesas se o país não permitir uma apreciação de sua moeda.

Obama disse ontem que em entrevista à rede de notícias CNBC que a moeda chinesa é um "problema real" e que os Estados Unidos pressionaram o país para deixar o yuan subir. Obama deve se reunir com Wen na quinta-feira. "Eles disseram sim na teoria, mas na verdade não fizeram tudo o que era necessário ser feito", disse Obama.

Jiang repetiu que a apreciação do yuan não irá resolver o déficit comercial dos Estados Unidos, acrescentando "haver um considerável consenso sobre isso dentro dos EUA".

Na nota, a porta-voz diz ainda que a China e os Estados Unidos deveriam centrar foco na consolidação da recuperação econômica e que os EUA, como emissor de moeda de reserva, deveria seguir implementando políticas fiscais e monetárias responsáveis, além de manter a estabilidade das principais taxas de câmbio, contribuindo, dessa forma, para a recuperação econômica global.

Hoje, o yuan subiu pelo nono dia seguido contra o dólar no mercado local, após o banco central chinês novamente fixar a paridade dólar/yuan em nível recorde de baixa. Desde 19 de junho, o yuan subiu 1,9% contra o dólar. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 21.09.2010


Comércio mundial deve ter aumento de 13,5% neste ano

São Paulo - A Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou ontem suas projeções revisadas para o crescimento do comércio mundial em 2010. De acordo com os dados, a entidade espera agora um aumento sem precedentes de 13,5%, contra os 10% previstos até o momento. "Após uma recuperação mais importante que a esperada dos fluxos comerciais mundiais, os economistas da OMC revisaram para cima as projeções de crescimento do comércio mundial para 2010, a 13,5%", informou um comunicado da entidade divulgado ontem. Nas estimativas anteriores de março, a OMC previa um crescimento de 10% para este ano.

DCI – 21.09.2010


Deficit comercial da Espanha cresce 32%

DA FRANCE PRESSE, EM MADRI

O deficit comercial da Espanha aumentou 32,7% em julho, em ritmo anual, a 4,28 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões), anunciou nesta terça-feira o ministério espanhol da Indústria.

As exportações espanholas subiram 13,2% em ritmo anual, a 16,37 bilhões de euros, enquanto as importações subiram 16,7%, a 20,66 bilhões de euros.

Nos sete primeiros meses do ano, o deficit comercial subiu 11,5%, a 30,53 bilhões de euros, na comparação com o mesmo período de 2009.

BÔNUS

A Espanha disponibilizou nesta terça-feira 7,04 bilhões de euros (US$ 9,19 bilhões) em bônus do Tesouro a 12 e 18 meses, um valor superior ao esperado mas com taxas mais elevadas que a da emissão anterior, de agosto.

A demanda para esta emissão foi elevada, 14,16 bilhões de euros (US$ 18,48 bilhões) e o valor alcançado foi levemente superior aos objetivos do Tesouro, que calculava uma quantia entre seis e sete bilhões de euros.

No leilão dos títulos a 12 meses, o Tesouro disponibilizou 5,28 bilhões de euros (US$ 6,89 bilhões) com taxa média de 1,908%, ante 1,836% da operação de 17 de agosto.

Nos bônus a 18 meses, a rentabilidade é de 2,146%, levemente superior aos 2,078% de agosto.

Folha de São Paulo – 21.09.2010


Antaq espera que portos atinjam 760 milhões de toneladas em 2010

De A Tribuna On-line

A movimentação de carga nos portos e terminais de uso privativo do Brasil no segundo trimestre de 2010 foi de 182 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 9,6% em relação a igual período de 2009. Somado ao volume do primeiro semestre deste ano e às expectativas em relação ao desempenho das economias brasileira e mundial, a previsão, segundo a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), é que neste ano os portos e terminais brasileiros deverão movimentar 760 milhões de toneladas de cargas.

O volume representa um aumento de 3,8% em relação ao ano passado, quando foram movimentadas 732,9 milhões de toneladas. Apesar do crescimento, a circulação de mercadorias não deverá atingir os patamares de 2008, quando chegou a 768,3 milhões de toneladas.

Os números fazem parte do Boletim Informativo Portuário sobre o 2º trimestre de 2010, que foi produzido pela Antaq com base nos dados enviados pelos portos e terminais de uso privativo (TUPs) para o Sistema de Desempenho Portuário da agência.

No acumulado do ano (soma do primeiro e do segundo semestres), o País já atingiu a marca de 344 milhões de toneladas, representando 11,7% acima da movimentação registrada em igual período de 2009. Desse total, dois terços foram movimentados pelos terminais de uso privativo.

“Os dados apurados até aqui mostram a continuidade do processo de expansão da carga bruta movimentada nos portos públicos e terminais de uso privativo do país, que deve se manter até o final do período”, avalia o gerente de Gestão e Desempenho Portuário da Antaq, Bruno Pinheiro, diante das expectativas em relação ao desempenho da economia brasileira e mundial.

Os números do segundo trimestre dos portos e terminais brasileiros confirmam a avaliação do gerente da Antaq, ao registrar uma movimentação 3,6% superior a igual período de 2008, fase pré-crise econômica mundial.

Carga conteinerizada

A movimentação de contêineres nos portos e terminais de uso privativo do país retomou a trajetória ascendente após forte queda registrada pela crise de 2008. No segundo trimestre de 2010, foram movimentados 1,3 milhão de TEU's (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) contra 1,2 milhão em 2009.

O volume ainda está abaixo do nível alcançado no segundo trimestre de 2008 (4,3%), e 9,85% aquém do acumulado nos dois primeiros trimestres daquele ano. Contudo, em relação a 2009, houve um avanço de 9,3% no segundo trimestre deste ano e de 9% no acumulado dos dois primeiros trimestres.

Para os técnicos da Antaq, a quantidade de contêineres movimentada em 2008 só deverá ser alcançada em 2012. “Embora a crise tenha derrubado a movimentação de contêineres, a mesma já vinha sofrendo desaceleração antes mesmo da tormenta do ano de 2008”, aponta o boletim da agência.

Granéis e carga geral solta

A movimentação de granéis sólidos atingiu 108 milhões de toneladas no segundo trimestre deste ano, das quais 70% foram movimentados pelos terminais de uso privativo. No acumulado do ano (soma do primeiro e segundo trimestres), a movimentação atinge 200 milhões de toneladas.

O minério de ferro responde por metade da movimentação de granel sólido, e apenas três terminais de uso privativo (CVRD Tubarão, Ponta da Madeira e MBR) foram responsáveis por mais de 90% da movimentação dessa carga.

A expectativa dos técnicos da Antaq, porém, é de um certo arrefecimento na movimentação de minério de ferro, devido à retirada de alguns incentivos por parte do governo chinês. “Além das restrições monetárias e creditícias, a retirada de importantes estímulos fiscais deve trazer taxas menores de crescimento à economia chinesa e, consequentemente menos investimentos, reduzindo a demanda por minério em nível mundial”, acredita o gerente de Gestão e Desempenho Portuário da agência.

Outro granel importante pela movimentação no período foi o açúcar, que cresceu 9% em relação a igual trimestre de 2009. A expectativa é que os números da movimentação de açúcar sejam ainda maiores no terceiro e quarto trimestres, quando as dificuldades de escoamento da produção do segundo trimestre estarão sanadas.

A movimentação de granéis líquidos, principalmente combustíveis e óleos minerais, alcançou o volume de 50 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2010 e de 99 milhões de toneladas no acumulado (soma dos dois primeiros trimestres do ano).

A movimentação de carga geral solta, por sua vez, atingiu nove milhões de toneladas. No acumulado do ano (soma dos dois primeiros trimestres) chegou a 19 milhões de toneladas.

Longo curso e cabotagem

A movimentação nos portos públicos caiu no segundo trimestre de 2010, mas cresceu 8,3% nos terminais de uso privativo. No acumulado do ano, houve crescimento de 7,6% na movimentação ante o início de 2009, período do auge dos efeitos da crise no sistema portuário.

Todos os tipos de navegação tiveram crescimento da carga transportada no segundo trimestre de 2010 em relação a igual período do ano anterior, situando-se acima também da carga movimentada durante igual período de 2008 (período pré-crise).

No acumulado do ano, a navegação de longo curso apresentou taxa de crescimento consistente, registrando um aumento de 14,5% da carga transportada contra igual período de 2009. Houve, contudo, uma pequena desaceleração na carga transportada pela navegação de cabotagem, iniciada no primeiro trimestre deste ano e que se manteve neste segundo trimestre.

A Tribuna – 20.09.2010

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