sexta-feira, 3 de setembro de 2010


NOTÍCIAS


Produção interna e importação de máquinas impulsionam investimento

Juliana Ennes e Rafael Rosas Valor

RIO - O que mais explicou o crescimento do investimento foi a produção interna e a importação de máquinas e equipamentos, de acordo com a gerente coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. Isso levou a formação bruta de capital fixo a registrar recorde de 26,5% no trimestre, após o recorde de queda registrado no segundo trimestre do ano passado, de -16%.

A indústria de transformação, que registrou alta de 13,8%, desacelerou em relação ao início do ano, quando registrou avanço de 17,2%. Dentro da indústria, o setor de maior avanço foi a construção civil, que apresentou recorde histórico - desde 1996 - ao crescer 16,4%. Rebeca lembrou que a maior parte da construção civil é considerada investimento. "É um dos componentes muito importantes do investimento", disse.

O avanço da construção civil pode ser muito explicado pelo crescimento nominal do crédito com recursos direcionados, que, segundo dados do Banco Central, avançou 34%. Houve também crescimento da ocupação nessa atividade, de 9,8% no segundo trimestre.

Os principais destaques da indústria de transformação foram de máquinas e equipamentos, metalurgia, veículos, madeira, material para escritório e material eletrônico. A extrativa mineral registrou avanço de 14,1% no segundo trimestre, seguido pela produção e distribuição de eletricidade, gás e água (10,8%).

A gerente do IBGE lembrou, no entanto, que o elevado nível de crescimento das importações de bens e serviços, de 38,8%, prejudica o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB). A exportação de bens e serviços foi bem menor, de 7,3%. A taxa de crescimento das importações foi mais de cinco vezes superior à das exportações. "O comércio exterior está contribuindo bastante negativamente para o crescimento do PIB, que está ancorado no crescimento da demanda interna", explicou Rebeca Palis.

Ele lembrou ainda que a taxa de câmbio média de compra e venda, de R$ 1,79 entre abril e junho, favorece as importações em nível superior ao efeito do ano passado para o mesmo período, quando a taxa média de câmbio foi de R$ 2,07. Os destaques na pauta de importações foram da siderurgia, refino de petróleo, veículos e têxteis.

(Juliana Ennes e Rafael Rosas Valor)

Valor Econômico – 03.09.2010


Brasil ultrapassa China em ritmo de importações

Com real forte e mercado doméstico aquecido, País registrou no segundo trimestre deste ano o dobro da taxa de expansão de compras da média mundial

Jamil Chade - O Estado de S.Paulo

Com uma moeda valorizada e um mercado doméstico aquecido, o Brasil passa a ser o país com a maior expansão de importações do mundo, superando até mesmo a China. No segundo trimestre do ano, a taxa de expansão foi o dobro que a registrada na média mundial. O Brasil ainda tem a segunda maior expansão de importações no mundo desde que a recuperação da economia mundial começou a ganhar fôlego em meados de 2009.

Desde o auge da crise, as importações já aumentaram em 121%. Só a China tem uma taxa superior, de 127%. No segundo trimestre de 2010, o Brasil registrou uma expansão nas compras de 56%, bem superior a todos os demais países.

Dados coletados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) indicam que o País praticamente já voltou aos mesmos níveis de fluxo comercial dos meses que antecederam à crise em 2008. Entre as exportações, o Brasil registrou o quarto maior aumento no mundo no segundo trimestre.

O resultado é um superávit comercial cada vez menor em um ritmo de crescimento que já supera o da China. Em setembro de 2008, o Brasil importava US$ 18,1 bilhões. Nos meses que se seguiram, a queda foi acentuada. Em fevereiro de 2009, o valor chegou a US$ 8 bilhões. Mas a expansão está sendo agora a mais acelerada do mundo. Hoje, os dados apontam uma importação de US$ 17,7 bilhões.

A fase mais intensa foi no terceiro trimestre de 2009, com uma expansão de 60%. Mas naquele momento, a alta na China chegava a 71%.

No segundo trimestre de 2010, a taxa brasileira de 56% em comparação ao mesmo período de 2009 foi de longe a mais alta entre as maiores economias. Na China, a alta foi de 44% diante da desaceleração de sua economia, ante 35% no Japão. Na Rússia e Índia, a expansão foi de 33%, ante 32% nos Estados Unidos.

Desde o ponto mais agudo da crise em fevereiro de 2009, os demais países emergentes também registraram altas importantes nas importações.

Máquina chinesa. Na China, as importações passaram de U$ 51 bilhões em seu ponto mais baixo no início de 2009 para US$ 116 bilhões em agosto. Na Rússia, o volume passou de US$ 10 bilhões no auge da crise para importações hoje de US$ 19,8 bilhões. Já a Índia registrou US$ 28 bilhões em importações, depois de ter o valor em US$ 15 bilhões no início de 2009.

A expansão das importações dos emergentes tem sido muito mais acentuada que a dos países ricos. Nos EUA, as importações passaram de US$ 112 bilhões em fevereiro de 2009 para US$ 173 bilhões em agosto. Mas o número ainda é inferior às compras de mais de US$ 200 bilhões que a economia efetuava a cada mês.

Na Europa, o fenômeno é similar. As importações caíram de uma média de US$ 600 bilhões por mês antes da crise para US$ 340 bilhões no início de 2009. Hoje, estão em US$ 434 bilhões, longe dos níveis pré-crise.

OESP – 03.09.2010


Exportações da América Latina e Caribe devem crescer 21,4% em 2010

MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA

As exportações da América Latina e Caribe devem encerrar o ano com alta de 21,4%, uma recuperação ainda parcial da queda de 22,6% apurada em 2009 por conta da crise econômica mundial. É isso que informou nesta quinta-feira a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), no documento Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2009-2010.

Na teleconferência para a apresentação do documento, a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, afirmou que a recuperação das economias globais se mostra mais forte do que o projetado inicialmente. Contudo, ela ressaltou que há uma preocupação com a heterogeneidade dessa recuperação. Enquanto os países asiáticos e, principalmente, Índia e China apresentam forte ritmo de crescimento, os países desenvolvidos ainda estão bem abaixo.

Isso, na opinião da secretária-executiva da Cepal, pode gerar graves incertezas na recuperação global como um todo, criando problemas para países em desenvolvimento que devem ter um bom resultado, caso do Brasil. 'Isso pode gerar uma entrada forte de investimentos, mas uma apreciação cambial, o que afeta as exportações', explicou.

Em 2010, os países em desenvolvimento devem responder por um avanço de 5,3% no comércio mundial, enquanto as nações desenvolvidas devem responder por uma alta mais modesta, de 3,9%. 'Os países em desenvolvimento são o principal motor da recuperação', explicou Alicia, que ainda apontou com preocupação as graves incertezas em relação a Japão, Europa e Estados Unidos.

A Cepal ainda ressaltou, como fator positivo, o fortalecimento do comércio Sul-Sul (entre os países em desenvolvimento). No caso específico de América Latina e Caribe, a Cepal defende um aumento ainda maior das negociações inter-regionais.

Alicia também afirmou que um dos fatores de risco para a recuperação da economia global, especialmente nos países desenvolvidos, é a tirada antecipada de programas de estímulo. Ela citou como positivas medidas como as adotadas pelo Brasil para enfrentar a crise, como abaixar as alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente em veículos.

Folha de São Paulo – 02.09.2010


Cresce volume de contêineres com cargas apreendidas nos portos

Agência Estado

O aumento das importações elevou de forma significativa o volume de contêineres com cargas apreendidas pela Receita Federal nos portos brasileiros. Segundo dados da Centronave (associação que representa os armadores), hoje há pelo menos 5 mil contêineres com a chamada carga em perdimento armazenadas nos terminais.

Além de ocupar uma área nobre, que já é escassa no Brasil, os armadores não podem usar os contêineres que ficam sem uso durante meses.

A Receita Federal deveria fazer leilões periódicos, mas o último que ela fez foi em janeiro. Há casos em que a Receita libera o material para ser jogado fora, mas os terminais ficam sem saber o que fazer. Foi o que ocorreu recentemente com cerca de 20 contêineres cheios de pneus. A solução foi destinar a carga para uma indústria de asfalto. Há outros casos, de produtos perecíveis, que até o contêiner tem de ser destruído.

A Tribuna – 02.09.2010


Brasil puxa avanço do Mercosul no mercado global, aponta Cepal

MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA

O Brasil tem sido o grande motor por trás dos avanços do Mercosul no comércio global neste ano, informou nesta quinta-feira a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), na divulgação do Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2009-2010.

Embora todos os países do bloco tenham tido avanços nas suas exportações neste ano, em relação ao ano passado, a força do Brasil tem sido uma das principais justificativas para esse avanço. "O Brasil arrasta as economias do Mercosul", afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

Para este ano, a Cepal projeta que o bloco econômico irá registrar alta de 23,4% nas exportações e de 29,2% nas importações. De um modo geral, América Latina e Caribe, nos últimos dez anos, tiveram taxas de crescimento médio anual de exportações abaixo do registrado no mundo todo, tanto em volume exportado quanto em valor.

"Esses números mostram a perda de dinamismo de exportações da América Latina e Caribe, bastante impactadas pela participação da China no comércio mundial", explicou Alicia. Entretanto, se a região ficou abaixo, o Mercosul teve taxas acima da média mundial, e o principal responsável foi o Brasil.

Para a Cepal, o papel do Brasil se explica pela maior diversificação da pauta de exportações do país, apesar de ele também vir reproduzindo, nos últimos anos, o panorama das outras nações de América Latina e Caribe: uma "reprimarização" do padrão exportador.

Esse fenômeno ocorre porque o peso das exportações de matérias-primas aumenta na balança comercial, reduzindo a participação das exportações de produtos manufaturados com maior valor agregado e tecnologia. A China novamente é a principal responsável por essa dinâmica, por vender muitos produtos manufaturados mais baratos e ser um grande comprador de matérias-primas.

Ainda segundo Alicia, o forte dinamismo do Brasil ainda é bom para o Mercosul porque ajudou a fortalecer as negociações internas entre os países. Segundo a Cepal, o bloco foi a exceção na América Latina e Caribe entre ao aproveitar de forma adequada o comércio intrarregional.

A Cepal ainda apontou que o comércio Sul-Sul (entre as nações em desenvolvimento) deverá seguir crescendo nos próximos anos e que há uma necessidade maior de cooperação entre as nações, como a coordenação global para a retirada gradual de programas de estímulo.

Para as nações do Caribe e da América Latina, a entidade afirma que há uma necessidade de incorporação de maior valor agregado às exportações, por intermédio de programas de desenvolvimento de inovação nas indústrias, além de melhoras e logística e infraestrutura. A Cepal defende ainda o fortalecimento das micro e pequenas empresas, além de programas para o aprimoramento da mão de obra.

Folha de São Paulo – 02.09.2010


Crescimento do Brasil desacelera, mas ainda supera países ricos

DE SÃO PAULO

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no segundo trimestre, de 1,2% na comparação com os três meses imediatamente anteriores, ficou acima do registrado na maioria dos países desenvolvidos.

Contra o primeiro trimestre de 2009, o PIB brasileiro registrou alta de 8,8% e, no primeiro semestre, de 8,9% --a maior alta para o período em 14 anos. O ano de 2009 registrou queda de 0,2% no PIB.

Depois de um início de ano muito aquecido, com a economia se expandindo a uma taxa de 2,7% no primeiro trimestre, ante o quarto trimestre de 2009, o ritmo de crescimento no Brasil arrefeceu um pouco, mas ainda ficou acima do esperado pelo governo. Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia previsto que o PIB cresceria entre 0,5% e 1% entre abril e junho.

Nos Estados Unidos --onde os problemas com as hipotecas "subprime" (de alto risco) se tornaram o cerne da crise financeira--, a economia registrou alta de 0,4% no segundo trimestre (o último dado divulgado aponta para expansão anualizada de 1,6%). No primeiro trimestre, o crescimento havia sido de 0,9%.

A desaceleração no ritmo de expansão dos Estados Unidos levantou os temores de que a tendência de retomada da economia no país pode ser revertida. Dados mostram que o setor privado está receoso em contratar novos funcionários, por conta das incertezas sobre a força dos negócios nos próximos meses. Isso tem feito com que as pessoas se preocupem com a manutenção de seus empregos e gastem menos. Mas até que o consumo das famílias se eleve, o desemprego pode continuar alto.

Em 2009, o PIB do país registrou retração de 2,4%.

No Japão, que perdeu neste trimestre o posto de segunda maior economia do mundo para a China, a expansão também arrefeceu, e a expansão foi de apenas 0,1% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. No trimestre anterior, a economia havia crescido 1,2%.

Preocupado com a fraca recuperação do país, o Banco Central japonês expandiu seu programa de empréstimos baratos, atendendo os pedidos do governo para agir contra a alta do iene e deixando a porta aberta para mais afrouxamento monetário.

O iene saltou mais de 1% ante o dólar após o anúncio do banco, que investidores classificaram como um gesto simbólico que pouco fará para conter a valorização da moeda.

O mercado ficou desapontado com o fato de o BC não ter adotados medidas mais agressivas, como aumentar a compra de bônus do governo japonês ou reduzir a taxa de juro de 0,1% para zero.

No caso da União Europeia, que dá sinais de recuperação após os novos problemas enfrentados graças ao alto endividamento público de alguns de seus países-membros, a expansão foi melhor que a registrada no primeiro trimestre. O grupo de 27 países registrou elevação de 1% no PIB entre abril e junho, mesma variação registrada na zona do euro (grupo de 16 países do bloco que usam o euro como moeda única). Nos três primeiros meses do ano, a variação (nas duas regiões) havia sido de 0,3%.

Entre os países do bloco, a Alemanha registrou a maior variação positiva no período, de 2,2% ante o primeiro trimestre --a maior taxa de crescimento desde a reunificação do país. Reino Unido (1,2%), França (0,6%) e Itália (0,4%) vêm em seguida.

A exceção ficou por conta da Grécia, que passa por uma crise fiscal e recebeu ajuda financeira da UE e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para conter seus deficit, cujo PIB registrou queda de 1,5% no trimestre.

A China, que não divulga o crescimento frente ao trimestre imediatamente anterior, registrou expansão vigorosa, de 10,3%, ante o mesmo período do ano passado. O número, porém, representou desaceleração contra a variação do primeiro trimestre (11,9%). Completando os Brics (grupo dos principais emergentes), a Rússia teve crescimento de 5,2% na comparação anual, enquanto o PIB da Índia subiu 8,8% na mesma base.

Folha de São Paulo – 03.09.2010


Carga tributária no Brasil é maior do que nos Estados Unidos, na Espanha e no Canadá

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A carga tributária do Brasil é maior do que a de países como o Japão, os Estados Unidos, a Suíça e o Canadá. A comparação faz parte de estudo da Receita Federal divulgado hoje (2) e leva em conta os dados mais recentes, apurados em 2008, entre os países-membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Enquanto o peso dos impostos no bolso do cidadão chegou, em 2008, a 34,41% no Brasil, no Japão ficou em 17,6%. A carga também foi menor, por exemplo, no México (20,4%), na Turquia (23,5%), nos Estados Unidos (26,9%), na Irlanda (28,3%), Suíça (29,4%), no Canadá (32,2%) e na Espanha (33%).

Acima do Brasil, ainda na comparação com os países da OCDE, ficam o Reino Unido (35,7%), a Alemanha (36,4%), Portugal (36,5%), Luxemburgo (38,3%), a Hungria (40,1%), Noruega (42,1%), França (43,1%), Itália (43,2%), Bélgica (44,3%), Suécia (47,1%) e Dinamarca (48,3%).

Fora da OCDE, o estudo da Receita destaca a Argentina (29,3%). “A comparação com outros países é importante e serve como referência, só que a carga tributária de um país reflete muito o Estado que se tem. A Constituição brasileira traz obrigações que impõem certos gastos dos quais não há como fugir”, explicou o subsecretário de Tributos e Contenciosos da Receita Federal, Sandro de Vargas Serpa.

Segundo ele, em tese, países mais liberais, que não oferecem certos serviços públicos para a sociedade e não têm a Previdência administrada pelo setor público, por exemplo, têm carga tributária menor. “Países que têm o perfil mais ligado ao atendimento de forte demanda social à população notadamente têm uma carga tributária bruta maior. O Brasil se encontra no meio desse caminho”, afirmou.

Edição: Juliana Andrade

Agência Brasil – 02.09.2010


Carga fiscal teve recuo para 33,58% do PIB brasileiro em 2009

SÃO PAULO - A carga tributária do Brasil caiu em 2009 para 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB), informou ontem a Receita Federal. Em 2008, a carga tributária equivalia a 34,41% do PIB, portanto, a queda em 2009 foi de 0,83 ponto percentual. É a primeira vez, desde 2006, que ocorre um recuo no indicador.

De acordo com a Receita Federal, esse decréscimo se deveu à influência da crise econômica na arrecadação e também às medidas anticíclicas de natureza tributária adotadas ao longo do ano passado pelo governo e que também reduziram o fluxo de receitas do governo. "O impacto da crise internacional sobre a arrecadação total só não foi maior devido ao bom desempenho do setor de serviços e à estabilidade na arrecadação dos tributos previdenciários", informou a Receita, em nota.

Para a carga tributária do ano passado, o PIB considerado foi de R$ 3,143 trilhões e a arrecadação tributária bruta, de R$ 1,055 trilhão. O resultado considera não só a arrecadação da União, mas também de Estados e municípios. Dessa forma, a União, no ano passado, foi responsável por carga tributária de 23,45% do PIB (24,12% em 2008), Estados e Distrito Federal por 8,59% do PIB (8,75% em 2008) e os municípios observaram estabilidade na carga, de 1,54% do PIB.

A Receita comparou os dados da carga tributária de 2008 com a dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avaliou que o Brasil ficou abaixo da média de 35% do PIB desses países e situa-se próxima a países como Espanha e Nova Zelândia. A comparação foi feita com dados de 2008 porque os dados da OCDE são divulgados com defasagem.

Os dados da Receita mostram que o Brasil, em média, tributa menos a renda e a propriedade e sobrecarrega bens e serviços. O órgão do governo destaca, ainda com base nos dados de 2008, que a tributação sobre a renda equivale a 20,5% da carga tributária bruta, enquanto na OCDE, em média, ela equivale a 37%.

No caso da tributação sobre a propriedade, que representou 3,3% da carga, também o Brasil está abaixo da média da OCDE de 5,8%. No caso da folha de salários, o País segue abaixo da média (24,1% contra 25,3%). Já a carga tributária relativa a bens e serviços, que equivale a 48,7%, está acima da média apurada nos países da OCDE, de 31,5%.

"Para uma análise coerente, deve-se ter em mente que a carga tributária de cada país é determinada pela combinação de sua legislação tributária e de suas características socioeconômicas, assim como fatores culturais e comportamentais", pondera a Receita.

DCI – 03.09.2010


Camex suspende o direito antidumping sobre as importações de cimento portland

Resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), publicada hoje (2/9) no Diário Oficial da União, suspende o direito antidumping atualmente aplicado sobre as importações de cimento portland comum (NCM 2523.29.10) e outros cimentos portland (NCM 2523.29.90), quando originárias do México e da Venezuela e destinadas ao mercado constituído pelos Estados do Acre, do Amazonas, de Roraima e pela região compreendida à oeste do Estado do Pará, limitada pelo meridiano 53. A resolução entra em vigor hoje e terá vigência até 27 de julho de 2011.

A decisão foi motivada pela necessidade de preservação da estabilidade dos preços de cimento portland na região abrangida pela aplicação do direito antidumping e foi definida na última reunião da Camex, dia 17 de agosto. A aplicação do antidumping foi determinada pela Resolução Camex nº 18, de 25 de julho de 2006, e alterada pela Resolução nº 36, de 22 de novembro de 2006.

Clique aqui para ler a Resolução Camex nº 64, de 1º de setembro de 2010.

MDIC – 02.09.2010


UE chega a acordo sobre sistema de supervisão financeira comum

DA EFE, EM BRUXELAS

A UE (União Europeia) finalizou nesta quinta-feira a negociação de um projeto para reforçar a supervisão financeira. Haverá um conjunto de reformas para evitar os excessos que originaram a crise em 2008.

Representantes da Presidência rotativa belga, a Comissão Europeia e a Eurocâmara trataram o assunto em reunião na qual deram o sinal verde à criação de três novas autoridades europeias de vigilância dos bancos, as seguradoras e os mercados.

As três delegações já avançaram nas negociações durante uma reunião na última terça-feira, com o objetivo de dar a aprovação final ao pacote na sessão plenária que será realizada no fim de mês, para que possa entrar em vigor em 2011.

Folha de São Paulo – 02.09.2010


China mostra reservas e alerta sobre depreciação

A China fez nesta sexta-feira uma rara exibição de suas reservas internacionais, confirmando que elas estão concentradas em dólares, enquanto um membro do banco central disse que o montante de capital pode enfrentar riscos de depreciação.

As reservas de US$ 2,45 trilhões do governo chinês, as maiores do mundo, são mantidas em linha com o que é considerado a média global: 65% em dólares, 26% em euros, 5% em libras e 3% em ienes.

A reportagem do China Securities Journal, jornal estatal da China, citou autoridades não identificadas.

A localização das reservas cambiais chinesas é considerada um segredo de Estado, mas analistas estimam que cerca de dois terços estão investidos em ativos em dólar.

Hu Xiaolian, vice-presidente do Banco Popular da China, alertou que a depreciação é um risco para as reservas de países em desenvolvimento.

"Se o valor de uma moeda de reserva se torna instável, haverá riscos bem grandes de depreciação para os ativos", escreveu Hu em artigo publicado na última edição da China Finance, revista do banco central.

Portal Terra – 03.09.2010

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