quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


NOTÍCIAS

Argentina espera avanços na relação comercial com Brasil

da Reuters, em Buenos Aires

O governo argentino informou nesta terça-feira (2) que espera avanços na relação comercial com o Brasil, seu maior sócio regional, durante as reuniões que os chanceleres de ambos os países farão a partir de quinta-feira (4).

"Prevemos que possa ter algum tipo de avanço a partir de melhores condições gerais. Estamos falando dos temas históricos", disse o secretário de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria, Alfredo Chiaradía.

Um dos objetivos será buscar alguma definição sobre o código alfandegário do Mercosul e, em particular, sobre a eliminação da dupla cobrança de impostos sobre os produtos importados de países terceiros ao circular dentro do bloco. "Se rompermos essa noz, teremos uma evolução histórica no Mercosul", disse Chiaradía.

"Temos a expectativa de que isso possa ser alcançado (...) É um desejo europeu para que se resolva porque sem dúvida eles querem fazer um acordo [com o Mercosul], e um acordo implica que a fronteira seja a fronteira externa do Mercosul, não a fronteira interna", afirmou.

O secretário acrescentou que está prevista a partir de março uma série de reuniões de trabalho entre o Mercosul e a União Europeia para aproximar posições como preparação para a cúpula entre os dois blocos, que acontecerá em meados de maio.

A relação entre Argentina e Brasil foi abalada no fim de novembro por um conflito envolvendo licenças comerciais. Espera-se que essas diferenças sejam resolvidas nos encontros, que também terão a participação dos ministros de Economia e Indústria.

Os encontros serão abertos pela reunião entre o chanceler argentino, Jorge Taiana, e seu homólogo brasileiro, Celso Amorim.

Folha de São Paulo – 03.02.2010

Mantega aumenta pressão contra aumento dos juros

AE Agencia Estado

BRASÍLIA - O debate em torno do tema econômico preferido do governo Lula - crescimento versus juros - voltou mais forte no início do ano e tem alimentado uma nova queda de braço nos bastidores da equipe econômica. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aumentou a pressão junto ao Banco Central (BC) na tentativa de evitar que seja iniciado um novo ciclo de alta da taxa Selic já em março.

A avaliação na equipe de Mantega, segundo fontes, é de que antes de mexer na Selic o BC deve primeiro apertar os depósitos compulsórios. A lógica da Fazenda é a seguinte: durante a crise financeira, o BC mexeu primeiro nos compulsórios (liberando R$ 100 bilhões) para só depois reduzir a Selic e, agora, deveria seguir o mesmo caminho. O BC afirma que já vem reduzindo o direcionamento do compulsório, mas não confirma a possibilidade de um aumento das alíquotas.

A questão foi levada por Mantega ao presidente Lula. Com o argumento que os números indicam que o ritmo da economia não está tão acelerado como apontam os analistas do mercado, o ministro procurou mostrar ao presidente de que não há necessidade de aumento da Selic, porque a inflação está sob controle e o crescimento previsto é sustentável.

O BC, porém, vê com mais cautela o movimento de retomada da economia e avalia que pressões inflacionárias devem ser combatidas no nascedouro para evitar que o crescimento seja prejudicado. Para o BC, não há incompatibilidade entre a política monetária e a expansão da economia, já que preservar a estabilidade é uma condição necessária ao crescimento.

Mantega e sua equipe cobram do presidente do BC, Henrique Meirelles, uma ação ainda mais coordenada do que a feita no auge da crise para, agora, garantir um crescimento superior a 5%. Internamente, a Fazenda imputa ao BC a conta de um Produto Interno Bruto (PIB) menor em 2009 por causa de um suposto atraso do Copom em reduzir a Selic na crise. Enquanto a crise estourou em 15 de setembro, com o quebra do Lehman Brothers, o BC só começou a reduzir os juros no fim de janeiro.

O secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, disse em um artigo recente que a desvalorização do real logo após a crise fez o BC relutar em cortar a Selic, "mesmo diante de uma abrupta queda do nível de atividade". A demora, afirma o secretário, teve de ser compensada por medidas de política fiscal, como desonerações tributárias e a redução do superávit primário. A posição do BC, expressa em público várias vezes nos últimos meses, é de que era necessário avaliar melhor a situação econômica antes de cortar a Selic. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 03.02.2010

Entrada de dólares supera saída em US$ 1,075 bi em janeiro

da Folha Online

As entradas de dólares no país ultrapassaram as saídas por US$ 1,075 bilhão no mês de janeiro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira. No mesmo mês de 2009, em plena crise mundial, o fluxo cambial foi negativo em US$ 3,018 bilhões.

No mês passado, a conta financeira foi a maior responsável pelo saldo positivo do período: enquanto o lado comercial (exportações e importações) teve saldo negativo de US$ 140 milhões, a conta financeira teve um resultado de US$ 1,215 bilhão.

Em janeiro do ano passado, o quadro era inverso: a conta financeira teve um saldo negativo de US$ 3,550 bilhões, ante um resultado positivo de US$ 532 milhões da conta comercial.

O nível das reservas internacionais do país atingiu US$ 241,185 bilhões (dado atualizado até ontem). No mesmo período de 2009, as reservas estavam em US$ 200,755 bilhões.

Folha Online – 03.02.2010

EUA e China são países-chave para regulação financeira global, diz Soros

da Folha Online

O megainvestidor George Soros disse nesta quarta-feira que Estados Unidos e China precisarão cooperar mais para que seja possível criar uma nova regulação financeira global que seja capaz de impedir novas crises financeiras.

Segundo ele, a crise no ano passado demonstrou a necessidade de crise um sistema regulatório global depois que décadas de políticas cada vez mais liberais levaram os bancos a tomar riscos que foram danosos ao sistema financeiro.

"A globalização é baseada na falsa premissa que o mercado não precisa ser regulado, que as instituições financeiras podem cuidar de seu próprio risco", disse Soros em um evento em Hong Kong. "Essa é uma falta ideia".

Para o investidor, o que é necessário agora é uma padronização da regulação. "Não é apenas uma questão de reiniciar o sistema", disse. "Nós realmente temos que criar um sistema que atualmente não existe, ou seja, uma regulação global dos mercados financeiros."

Para desenvolver esse sistema, a cooperação americana e chinesa seria "indispensável", disse Soros. "Em termos de liderança, se esses dois não concordarem, então eu acho que nada pode ser feito."

Folha Online – 03.02.2010

Brasília sediará segunda cúpula dos Brics em 16 de abril

da Reuters
da Folha Online

Brasília vai receber a segunda reunião do grupo conhecido como Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) no dia 16 de abril, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira (2).

Líderes dos quatro países se encontraram pela primeira vez na Rússia em 2009 para discutir a crise financeira global e reformas nas instituições financeiras e comerciais do mundo.

A reunião dos Brics acontecerá um dia depois de um encontro entre os dirigentes de Brasil, Índia e África do Sul, também em Brasília, de acordo com o Itamaraty.

O subsecretário-geral do Itamaraty para Assuntos Políticos, Roberto Jaguaribe, viaja para Rússia, Índia, China e África do Sul para definir a agenda das duas reuniões. Ele disse ontem à agência oficial de notícias chinesa Xinhua que os quatro países do grupo precisam cooperar para enfrentar os últimos efeitos da crise global.

Segundo Jaguaribe, o governo brasileiro defende uma reforma "gradual" do sistema financeiro internacional, embora os Brics não tenham um plano para substituir o papel do dólar na economia global.

Folha Online – 03.02.2010

China adverte os EUA de que tensão prejudica economia

O aumento da tensão diplomática entre a China e os EUA ameaça gerar repercussões econômicas. Pequim reiterou ontem sua intenção de levar adiante sanções contra empresas americanas que vendam armas a Taiwan. Além disso, fez ameaças veladas contra Washington ao dizer que o estremecimento das relações entre as duas maiores potências mundiais poderia prejudicar a recuperação econômica dos EUA - a China é o maior detentor de títulos americanos.

No último de uma série de casos antagonizando os dois países, Pequim disse que um possível encontro do presidente dos EUA, Barack Obama, com o líder tibetano Dalai Lama vai abalar ainda mais as relações sino-americanas. O regime chinês está cada vez mais assertivo na sua oposição aos encontros do Dalai Lama com dignitários estrangeiros.

O tema se soma a outros entraves nas relações entre Pequim e Washington. Já há atritos por causa de assuntos como política cambial, comércio, medidas para evitar as mudanças climáticas, controle da internet e Taiwan.

Há especulações de que Obama se encontraria com o Dalai Lama durante uma visita do líder espiritual budista aos EUA, nos próximos meses. O secretário de Imprensa da Casa Branca, Bill Burton, disse que o presidente americano pretende se encontrar com o líder tibetano, mas não há ainda data para o evento.

A China considera o Dalai Lama como um ativista separatista. O dirigente comunista Zhu Weiqun disse que o regime vai se opor veementemente ao eventual encontro. "Se isso vier a ocorrer, então a China terá forte oposição", disse Zhu, que chefia um departamento responsável por questões religiosas e étnicas.

A China elevou o tom das suas críticas ao Dalai Lama desde a repressão violenta do regime a uma série de manifestações de tibetanos em março de 2008. Presidentes anteriores a Obama encontraram-se com o Dalai Lama.

Segundo Zhu Weiqun, o eventual encontro "seria totalmente contrário às práticas internacionais aceitas e iria abalar seriamente a base política das relações sino-americanas".

Zhu foi além e lançou uma ameaça velada. "Se o líder dos EUA escolhe este momento para encontrar o Dalai Lama, isso iria danificar a confiança e a cooperação entre os nossos dois países, e como isso iria ajudar os EUA a superar a atual crise econômica?"

Huang Jing, professor da Universidade Nacional de Cingapura, diz que uma escalada na tensão entre os dois países poderia fazer com que a China se tornasse menos propensa a cooperar em assuntos financeiros, assim como nos esforços para mitigar os efeitos da crise global de crédito. Para ele, "os chineses podem adotar uma visão míope em relação aos EUA e os americanos podem adotar medidas protecionistas em relação à China", caso a tensão se estenda.

Indústrias americanas estão na linha de fogo. Ontem, Ma Zhaoxu, porta-voz da Chancelaria chinesa, reiterou que a China pretende impor sanções a empresas americanas envolvidas na venda de armas a Taiwan. Pequim considera a ilha uma sua Província rebelde.

Há considerações políticas nos dois países que podem tornar mais difícil que qualquer parte ceda. A elite comunista chinesa vem lutando por mais influência num momento em que já prepara a sucessão dos principais cargos do país, em 2012. Enquanto isso, Obama enfrentará eleições legislativas em novembro e já vem recebendo pressão de deputados e Senadores para forçar a China a valorizar sua moeda e equilibrar seu comércio.

Valor Econômico – 03.02.2010

Fabricantes e importadores negociam acordo para tênis

AE Agencia Estado

SÃO PAULO - Fabricantes nacionais e importadores de calçados estão negociando um acordo para evitar que os tênis de alta tecnologia vindos da China continuem sujeitos à tarifa antidumping. O argumento dos importadores é que não há condições de produzir esse tipo de tênis no Brasil. A indústria nacional aceita conversar, desde que seja estabelecido um preço mínimo, um limite de volume de importação e uma definição clara do que é tênis de alta tecnologia.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a legislação brasileira antidumping permite que os dois lados envolvidos negociem um compromisso de preço. Segundo uma fonte próxima à negociação, um preço mínimo em discussão está por volta de US$ 27,50 o par, o que significa cerca de R$ 50. No entanto, na documentação do processo, os importadores definem como de alta tecnologia todos os tênis acima de 7,50 euros (cerca de R$ 19).

As conversas estão em fase inicial e há muito desentendimento entre os dois lados. Participam das reuniões representantes da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) e da Associação Brasileira do Mercado Esportivo (Abramesp), que representa as marcas Nike, Adidas, Puma e Asics no País. Um representante dos importadores nega haver ?propostas concretas sobre a mesa? e diz que as discussões ?são genéricas, sobre o futuro da indústria?, mas reconhece que ?um acordo interessa a todos?.

Desde setembro, todos os tipos de calçados importados da China estão sujeitos a uma tarifa adicional de US$ 12,47 por par. Esse valor é somado aos 35% de tarifa de importação que já incidiam sobre o produto - o porcentual máximo que o Brasil consolidou na Organização Mundial de Comércio (OMC). A tarifa de US$ 12,47 por par é provisória e foi aplicada para evitar um dano irreversível à indústria nacional enquanto corre a investigação antidumping. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 03.02.2010

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