quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


NOTÍCIAS

Auditores ameaçam boicotar fiscalização centralizada

BRASÍLIA -- Auditores da Receita Federal por todo o país começam a se rebelar contra a portaria sigilosa que centraliza a fiscalização sobre os grandes contribuintes na sede do órgão, em Brasília, retirando a autonomia dos fiscais. No Congresso, vários deputados da oposição também partiram para o ataque contra o governo por conta da medida.

O caso foi revelado pela Folha no domingo. A portaria foi editada às vésperas do Natal (no dia 23 de dezembro) e não foi publicada nem no "Diário Oficial da União" nem na página do órgão na internet. A medida prevê que a sede do fisco selecione previamente todos os grandes contribuintes a serem fiscalizados a partir deste ano, em que haverá eleições.

Ao menos três delegacias sindicais do fisco (São Paulo (capital), Campinas/Jundiaí e Ceará) já disseram ser contra. O mesmo fez a Unafisco São Paulo, associação que começou no Estado, mas que representa auditores em todo o país.

As delegacias de Campinas/ Jundiaí e Ceará propõem que toda a categoria se mobilize contra a portaria na reunião do Conselho dos Delegados Sindicais que haverá na semana que vem, em Brasília, "em um grande movimento de resistência e repúdio coletivo a esse comportamento da atual administração da Receita".

Folha de São Paulo – 25.02.2010

União Europeia e Mercosul voltam a discutir acordo comercial em março

Assis Moreira Valor

GENEBRA - O Mercosul e a União Europeia vão se reunir discretamente na segunda quinzena de março em Buenos Aires, em nova tentativa de aplainar o terreno para um anúncio, em maio, da retomada formal da negociação do acordo de livre comércio birregional. A ideia é de que a retomada significará que o acordo será fechado rapidamente.

Com a economia europeia mostrando mais fragilidade que o previsto para se recuperar, a União Europeia tenta acelerar aberturas de mercados. Esta semana, Bruxelas espera concluir negociações de acordo com Colômbia e Peru, que poderá ter algum impacto sobre exportações brasileiras. Os colombianos esperam exportar mais jeans e outros tecidos para o mercado europeu com tarifa reduzida. O Peru tem esperanças de exportar pescado livre de tarifas. A Europa alertou ao Peru que só estarão isentos os pescados de empresas com 100% de capital peruano ou até 50% de um país da União Europeia.

Mas para a Business Europe, espécie de Fiesp europeia, um acordo com o Mercosul é mais importante, pelo peso do Brasil, colocado na lista de prioridade das companhias europeias depois dos Estados Unidos, China, Rússia, Índia e Japão.

Em 2009, as exportações europeias para o Brasil caíram 22% e as importações declinaram 29%. Foi bem mais do que a média do comércio mundial. O diretor-geral da Organização Geral do Comércio (OMC), Pascal Lamy, anunciou ontem que o comércio global em volume degringolou 12%, na maior queda desde a segunda guerra mundial.

Para este ano, a Business Europa projeta crescimento do comércio mundial de 4,3% e de 6,2% em 2011. Com a recuperação europeia fragilizada e na falta de um um empurrão no consumo, o desemprego na Europa poderá passar de 8,9% em 2009 para 10,1% em 2010. E uma das maneiras de atenuar essa bomba social é expandir o comércio.

A União Europeia está negociando com dezenas de países. A negociação entre os europeus e o Mercosul foi interrompida em 2006, em meio a enormes divergências envolvendo demandas nas áreas agrícolas, industrial e de serviços. Desde meados do ano passado, os negociadores voltaram a se encontrar informalmente, testando o que cada um pode oferecer para acelerar o acordo birregional.

A Espanha e a Argentina, nas presidências respectivas da União Europeia e do Mercosul neste semestre, apostam na retomada formal da negociação em maio, na cúpula que será realizada entre os europeus e os latino-americanos em Madri, o que é visto favoravelmente pelo setor industrial europeu.

"O Brasil é mercado-chave para a Europa, não apenas pelo seu crescimento estável nos últimos anos, mas também por seu papel como local para muitos investimentos por companhias europeias", diz documento estratégico da Business Europa. "O principal método para avançar a relação seria a conclusão de um acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia. No entanto, muito progresso pode ser feito na relação bilateral, em questões como barreiras técnicas ao comércio, acordos de bitributação e infraestrutura."

Já na área agrícola, os europeus mostram-se na verdade cada vez mais protecionistas. Além disso, concluir negociação é uma coisa, mas aprová-la será cada mais difícil. O Parlamento Europeu tem mais poder desde o começo do ano, com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, e pode agora recusar um acordo comercial, a exemplo do Congresso dos Estados Unidos. É o que é possível ocorrer com o entendimento fechado por Bruxelas com a Coreia do Sul. Fabricantes europeus de automóveis consideram as exportações coreanas mais baratas perigosas para sua própria produção.

Em Buenos Aires, Mercosul e União Europeia vão testar o que pode ser um acordo possível, insistem negociadores. Para os europeus, a questão também é garantir acesso preferencial antes dos chineses. Companhias europeias enfrentam uma situação crescentemente difícil nas exportações e investimentos. A concorrência se intensifica na medida em que a recuperação do mundo em desenvolvimento é lenta e mantém baixa a demanda global.

Nesse cenário, a Europa está perdendo fatias de mercado para emergentes. A perda é calculada em 11% para a Índia e 9% para a Rússia. Ao mesmo tempo, a competitividade da China aumenta e assusta os europeus.

Valor Econômico – 25.02.2010

Abimaq culpa o câmbio por queda de faturamento do setor

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, disse que o câmbio continua a ser determinante para explicar a queda de faturamento do setor.

Os números divulgados hoje (24) pela Abimaq indicam que a indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve queda de 26,1% no faturamento nominal em janeiro deste ano em relação a dezembro do ano passado e que as exportações também caíram 31,3% na comparação com o mesmo período de 2009.

“O câmbio está sendo mortal para a gente. O mês de janeiro deste ano representou a pior exportação dos últimos dez anos do nosso setor. Estamos perdendo mercado lá fora. Em função da crise (econômica), tivemos uma queda natural. Mas perdemos muito além disso: perdemos para os chineses”, afirmou ele.

Segundo o presidente da Abimaq, as importações de máquinas, principalmente provenientes da China, estão crescendo muito e prejudicando a indústria nacional.

“O setor de máquinas está sendo rifado. E esta é uma estrutura estratégica para qualquer país desenvolvido do mundo. Não existe um país desenvolvido que não tenha um setor de bens de capital desenvolvido”.

O balanço de janeiro divulgado pela Abimaq também mostrou aumento do déficit de 8,6% na balança comercial do setor de bens de capital, em comparação a janeiro de 2009, passando de US$ 1,05 bilhão para US$ 1,14 bilhão.

Apesar desses problemas, o setor vê com otimismo 2010, prevendo que os investimentos cresçam cerca de 20% em relação a 2009. A expectativa do setor é de que grande parte desses investimentos será para a modernização tecnológica e reposição de máquinas depreciadas.

Segundo Neto, iniciativas como o programa Minha Casa Minha Vida, a Copa do Mundo em 2014, as Olimpíadas de 2016 e a exploração do pré-sal podem explicar o otimismo. Mas para que o setor cresça, ressaltou que é preciso que o governo reveja sua política de câmbio.

Agência Brasil – 24.02.2010

Comércio mundial tem maior queda desde a 2ª Guerra

AE Agencia Estado

GENEBRA, SUÍÇA - O comércio mundial tem sua maior queda desde a Segunda Guerra Mundial e, em 2010, terá apenas uma recuperação medíocre diante da estagnação de algumas das maiores economias. O alerta é da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deixa claro: o crescimento da China não será suficiente para recuperar o prejuízo e as consequências políticas da crise ainda estão por vir. Como solução, a entidade indica que os pacotes de resgate implementados por governos não são sustentáveis e que as economias terão de buscar um novo "motor de crescimento".

Ontem, a OMC indicou que 2009 foi o pior ano desde a década de 40 para as exportações mundiais. Pelos dados da entidade, a queda do comércio foi de 12% no ano passado. Quando a crise eclodiu, a entidade havia estimado que a queda seria de apenas 7% no comércio. Naquele momento, o diretor da OMC, Pascal Lamy, rejeitou números de outras entidades indicando que o cenário poderia ser bem pior.

Mas, em dezembro, promoveu uma revisão do número e identificou que a queda já havia sido de 10%. Agora, a constatação dele é de que a crise é ainda maior. A retração teria ocorrido diante da queda dos maiores mercados consumidores, como Europa, EUA e Japão. Para 2010, a previsão é de que haja uma recuperação. Mas dados preliminares da OMC indicam que a taxa seria insuficiente para compensar as perdas do ano passado. Com a economia europeia paralisada, a perspectiva é de que o comércio internacional tenha uma retomada apenas tímida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 25.02.2010

Recuperação do PIB europeu é ameaçada pelos problemas fiscais na zona do euro

Comissão mantém previsão de que economia da União Europeia deve avançar 0,7% no ano

Danielle Chaves, da Agência Estado

BRUXELAS - A recuperação econômica da União Europeia permanece frágil e enfrenta os riscos dos crescentes temores com as finanças dos governos da zona do euro, afirmou a Comissão Europeia nesta quinta-feira. Em seu relatório trimestral, a comissão manteve a previsão de que a economia da União Europeia e dos 16 Estados membros da zona do euro deve ter expansão de 0,7% neste ano.

A estimativa da comissão se concentra nas sete maiores economias do bloco, que representam cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Entre esses países, a comissão reduziu a previsão para o Reino Unido e agora espera expansão de 0,6% neste ano, em vez de 0,9% como estimado anteriormente. As projeções para Alemanha e França foram mantidas em expansão de 1,2% neste ano.

No entanto, a comissão alertou que os riscos para essas estimativas permanecem, já que as preocupações com o crescimento das dívidas e dos déficits orçamentários na zona do euro podem afetar outras áreas da economia europeia.

A Grécia é o principal foco. Com um déficit orçamentário estimado em quase 13% do PIB no ano passado e um ônus da dívida perto de 120% do PIB, o país assustou investidores do mercado de bônus soberanos. Os temores com a Grécia também prejudicaram Portugal, Espanha e outros países endividados da região.

"Os acontecimentos nos mercados de bônus soberanos indicam que as crescentes preocupações com a sustentabilidade das finanças públicas em alguns Estados podem ter um impacto adverso mais forte do que o previsto anteriormente", disse a comissão no relatório. A Grécia não foi especificamente mencionada. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 25.02.2010

Comissão Europeia vê recuperação frágil na UE em 2010

da Reuters, em Bruxelas

A economia da UE (União Europeia) está se recuperando da mais longa e profunda recessão da sua história, mas o crescimento ainda é frágil, apesar de os riscos em 2010 estarem equilibrados, disse a Comissão Europeia --o órgão executivo do bloco-- nesta quinta-feira.

A comissão manteve as suas projeções de crescimento e inflação para o bloco e para a zona do euro em 2010, e disse que os riscos às previsões estão amplamente equilibrados. O órgão previu que tanto a zona do euro quanto a UE crescerão 0,7% neste ano, após contrações de 4% e 4,1%, respectivamente, em 2009.

"Com muitas das principais forças motrizes ainda sendo temporárias na UE e globalmente, a robustez da recuperação ainda será testada", informou a comissão em comunicado.

As previsões para 2010 da instituição ainda mostram que, embora uma demanda global melhor que o esperado possa impulsionar as exportações, o investimento permanece muito fraco, refletindo a excepcionalmente baixa utilização da capacidade.

"Um cenário brando de investimentos tipicamente implica um fraco mercado de trabalho adiante, o que, por sua vez, deve desanimar o consumo privado", disse a comissão.

Segundo as estimativas do órgão, a inflação da zona do euro, que o BCE (Banco Central Europeu) quer manter um pouco abaixo de 2% no médio prazo, seria de 1,1% em 2010. Na UE como um todo, a inflação deve ser de 1,4%, acima do previsto em novembro, de 1,3%.

"Uma calmaria considerável na economia deve manter a inflação sob controle, ofuscando os aumentos nos preços de energia e de commmodities. A estabilidade dos preços deve ser mantida", disse a comissão.

"No aspecto negativo, a situação dos mercados financeiros continua altamente incerta e sujeita a sérios riscos adversos", segundo comunicado. "No aspecto positivo, o vigor da recuperação global, particularmente nos mercados emergentes asiáticos, e a iminente reversão do ciclo de estoques na podem ter um impacto maior sobre a demanda doméstica do que o atualmente antecipado."

Folha de São Paulo – 25.02.2010

Para inspetores da UE, meta fiscal grega é difícil de cumprir

REUTERS

ATENAS - Inspetores da União Europeia avaliaram em visita a Atenas que a recessão maior que o esperado da Grécia e os altos juros tornarão as metas de redução de déficit difíceis de serem cumpridas, disse uma autoridade do ministério das Finanças grego nesta quinta-feira.

"As negociações continuam porque eles veem um grande descompasso nas metas", disse a autoridade, que não quis ter seu nome citado.

Ele acrescentou que os inspetores estimam que a porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) da dívida da Grécia seja reduzida somente de 1,5 a 2 pontos percentuais, ante a meta de 4 por cento neste ano.

Uma equipe de inspetores da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) está visitando Atenas nesta semana para verificar o progresso do país em lidar com a crise da dívida antes do prazo de 15 de março.

A autoridade disse que quaisquer medidas extras para atingir as metas serão anunciadas após a inspeção e a visita do Comissário de Assuntos Econômicos da UE, Olli Rehn, na semana que vem.

(Texto de Dina Kyriakidou)

OESP – 25.02.2010

Tóquio fecha em queda de 1% com exportadoras pressionadas por iene

Setores de eletrônicos, transportes marítimos e matérias-primas foram os mais afetados no pregão

Hélio Barboza, da Agência Estado

TÓQUIO - A Bolsa de Tóquio fechou em queda, uma vez que as grandes exportadoras, como Sony e Panasonic, afundaram ante a valorização implacável do iene. A alta da moeda derrubou a Bolsa depois de um rali na abertura do pregão, provocado pela elevação de ontem nos índices acionários de Nova York. O Nikkei 225 caiu 96,87 pontos, ou 1%, e fechou aos 10.101,96 pontos, perto da mínima.

"As preocupações com o fortalecimento do iene não vão se dissipar logo", disse o estrategista Tsuyoshi Kawata, da corretora Nikko Cordial. A pressão vendedora sobre o dólar está crescendo, avisou Kawata, já que o atual cenário de baixas taxas de juros nos EUA não deve mudar tão cedo. Segundo o analista, se a sustentação psicológica dos 10 mil pontos desmoronar, a mínima de fechamento de 2010, de 9.932,90 pontos, será considerada como a próxima linha de suporte.

Os setores de eletrônicos, transportes marítimos e matérias-primas foram particularmente afetados nesta quinta-feira. Sony perdeu 2,1%, Panasonic caiu 1,9%. O dólar chegou a recuar para 89,47 ienes durante o dia, em reação às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, sobre a intenção de manter as taxas de juros próximas de zero por pelo menos alguns meses.

"Para quem tinha vendido ações dos EUA na semana passada diante do aumento da taxa de redesconto, o depoimento de Bernanke serviu de pretexto para cobrir vendas a descoberto", disse o diretor operacional da Tachibana Securities, Kenichi Hirano. Contudo, ele afirmou também que, para os investidores que prestam atenção aos fundamentos, as preocupações com o ritmo da recuperação econômica norte-americana ganharam mais destaque depois da divulgação, na quarta-feira, do dado fraco sobre a venda de imóveis nos EUA.

Entre as ações ligadas a matérias-primas, a transportadora marítima Nippon Yusen cedeu 1,5% e a Mitsui O.S.K. Lines perdeu 1,2%.

As ações da Toyota recuaram 0,2% depois de terem aberto em alta de 2,2%, com o alívio que se seguiu ao depoimento do presidente da montadora, Akio Toyoda, ao Congresso dos EUA, no qual ele pediu desculpas pelos problemas detectados nos carros da empresa. Os operadores do mercado, porém, ainda estão cautelosos com os papéis da Toyota, enquanto esperam os números das vendas de fevereiro. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 25.02.2010

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