sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


NOTÍCIAS

FMI aceita controle de capitais para evitar descontrole cambial e bolhas

da Efe, em Washington

Os controles sobre o capital são uma medida válida para frear a valorização excessiva da moeda e as bolhas nos ativos, segundo estudo do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado nesta sexta-feira. O Fundo avaliou, no entanto, que a eficácia desses controles é discutível.

Em outubro, o Brasil anunciou a imposição desses controles, com a aplicação de um imposto de 2% sobre os investimentos estrangeiros em títulos de renda fixa ou variável.

Em um estudo publicado hoje, um grupo de especialistas do FMI afirmou que, em determinadas circunstâncias, "os controles sobre o capital são um componente legítimo da resposta a uma grande entrada de capital".

Os países cuja economia está acelerada, que contam com amplas reservas de divisas e cuja taxa de juros não está desvalorizada, podem impô-los para restringir fluxos transitórios de dinheiro, argumentaram.

No entanto, advertiram que sua aplicação generalizada poderia prejudicar o crescimento mundial e redirecionar os fundos externos a países que não são capazes de absorvê-los.

Além disso, poderiam ampliar os desequilíbrios econômicos mundiais, especialmente se alguns países com moedas desvalorizadas estabelecerem restrições para impedir a valorização de sua divisa.

Em um relatório apresentado ao G7 (grupo dos sete países mais industrializados) e divulgado ontem (18), o FMI destacou especificamente que o yuan (moeda chinesa) está "substancialmente" desvalorizado.

Outra ressalva dos especialistas da entidade aos controles sobre o capital são as dúvidas sobre sua eficácia.

Segundo o FMI, a experiência de Brasil, Chile e Colômbia nos anos 90 mostra que essas medidas não reduziram o volume total de capital externo que entrou nesses países, nem a pressão sobre sua taxa de câmbio. No entanto, há indicações de que modificam a composição dos fluxos.

No Chile, a dívida a curto prazo caiu, enquanto o investimento estrangeiro direto subiu.

Para o atual diretor do departamento para a América do FMI, Nicolás Eyzaguirre, os controles sobre o capital são pouco efetivos, pois pouco restringem a entrada de capital e os investidores encontram formas de contorná-los.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse à época que o objetivo dos controles é frear os movimentos de dinheiro especulativo na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e conter a valorização do real frente ao dólar.

Folha de São Paulo – 19.02.2010

FMI relativiza benefícios do controle de fluxos de capital estrangeiro

da France Presse, em Washington

O controle de fluxos de capital estrangeiro aplicado por países emergentes como o Brasil não tem sucesso garantido, já que costumam modificar somente a natureza dos fundos, advertiram nesta sexta-feira especialistas do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"A evidência parece se inclinar mais à ideia de que os controles de capital têm um efeito na composição do fluxo, em vez do volume", explicou o estudo assinado por especialistas da equipe de pesquisas do Fundo.

Países como Chile e Colômbia aplicaram controles de fluxos de investimento de curto prazo nos anos 1990, para evitar um desequilíbrio de suas balanças de pagamento e uma valorização brusca de suas respectivas moedas, diz o estudo.

Esses dois casos em particular "parecem ter tido algum sucesso ao deixar a composição dos fluxos menos vulneráveis", explicam os autores.

Segundo eles, os controles de capital funcionam melhor nos países que já tinham economias mais fechadas a investimentos estrangeiros antes de uma crise.

Mas países que vigiam de perto a entrada de dinheiro e que não permitem a livre circulação de suas moedas, não se beneficiam tanto de uma recuperação mundial quando ela ocorre, afirmam.

O Brasil bateu recordes em 2009 de investimentos estrangeiros em ações da bolsa e em títulos públicos, que chegaram a US$ 47,148 bilhões.

Para evitar a excessiva valorização do real, o governo brasileiro impôs em outubro passado um imposto de 2% ao capital estrangeiro destinado à renda fixa e à bolsa, que depois foi ampliado com outras medidas.

Folha de São Paulo – 19.02.2010

BNDES pode receber R$ 40 bi para compra de máquinas

AE Agencia Estado

RIO - O governo prepara nova injeção de recursos do Tesouro Nacional na renovação das linhas de crédito subsidiadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)para compra e exportação de bens de capital (Máquinas e equipamentos). A ideia é de um reforço de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões, o que dobrará os recursos disponíveis no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), nome oficial da linha de crédito lançada no ano passado, em caráter de emergência, em meio à crise econômica.

Atendendo a uma solicitação do Ministério da Fazenda e do Tesouro, o BNDES enviou, no início do mês, um documento com as justificativas para elevar os recursos do programa. O principal argumento é que o PSI tem ajudado a elevar a taxa de investimento da indústria. De acordo com fonte do governo, já há uma corrente que defende a manutenção do programa até dezembro. Mas ainda há preocupação quanto ao custo fiscal do benefício.

Lançado em julho do ano passado, como instrumento de redução dos impactos negativos da crise sobre a produção industrial, o programa tinha prazo para terminar - 31 de dezembro do mesmo ano - e recebeu R$ 40 bilhões do Tesouro para equalizar as taxas subsidiadas dos empréstimos do BNDES. Ou seja, o BNDES baixou os juros para as indústrias comprarem equipamentos e máquinas e o Tesouro entraria com a parcela restante para igualar os juros à remuneração mínima, evitando prejuízos para o banco.

Com isso, o BNDES pôde reduzir à metade, para o tomador final, os juros para aquisição e exportação de bens de capital. No Finame, linha de crédito tradicional para a indústria, a taxa anual ficava em torno de 10% ao ano; no PSI, passou, em média, a 4,5% ao ano. A prorrogação até junho deste ano já havia sido decidida. No encerramento de 2009, o PSI aprovara projetos de R$ 37,1 bilhões, sendo 75% (R$ 28,1 bilhões) para o segmento de bens de capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 19.02.2010

Fabricantes de máquinas integram pool para importar aço

AE Agencia Estado

SÃO PAULO - Cresce o número de fabricantes de máquinas e equipamentos interessados em importar aço da China ou de outros mercados como alternativa para baratear o custo de produção e tornar o produto brasileiro mais competitivo. Desde a semana passada, quando anunciou a formação de um pool de empresas para trazer o produto do exterior, a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), tem recebido diariamente um número crescente de consultas de associados, de fabricantes de outros tipos de máquinas e até mesmo de empresas não associadas à entidade interessadas em participar do grupo.

"Ficamos surpresos com tamanha reação", diz o presidente da CSMIA, Celso Casale. "Mas é um sinal de que não podemos continuar reféns das siderúrgicas nacionais." O aço é o principal componente usado na fabricação de máquinas e equipamentos. Sem contar o segmento de tratores e colheitadeiras, o setor de máquinas e implementos agrícolas usa em torno de 60 mil toneladas de aço por mês.

Os empresários se queixam que o aço brasileiro é muito mais caro que em outros mercados como Europa, China e Estados Unidos. De acordo com Casale, é possível encontrar lá fora chapas de aço, com qualidade semelhante à do produto nacional, até 50% mais baratas. Mesmo incluindo custos com transporte, impostos e demais despesas com importação, o insumo chegaria ao País com valor 20% inferior ao do aço produzido no Brasil.

Até a semana passada, 30 empresas já haviam se cadastrado para fazer parte do pool. Numa primeira leva, a previsão é trazer 50 mil toneladas de aço da China, Rússia ou Índia para o País, ou em quantidade suficiente para quatro meses de produção das empresas do grupo. A lista deve crescer na próxima semana, quando os novos interessados deverão confirmar a adesão ao grupo, informa o presidente da câmara setorial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 19.02.2010

UE reage às acusações do Brasil sobre venda de açúcar

Itamaraty pede na OMC que Europa suspenda exportação de 500 mil toneladas

Jamil Chade

O Brasil acusa a União Europeia de estar gerando prejuízos de "milhões de dólares" aos exportadores nacionais de açúcar e deprimindo o preço da commodity diante de sua decisão de elevar o volume de vendas no mercado internacional. Bruxelas reagiu às críticas do Brasil e insinuou que o objetivo do lobby brasileiro é impedir que a UE volte a ter uma parcela do mercado mundial do produto.

Ontem, na Organização Mundial do Comércio (OMC), Brasil, Austrália e Tailândia condenaram a decisão da União Europeia de autorizar a exportação de 500 mil toneladas de açúcar, alegando que isso viola os compromissos do bloco na entidade e a exportação seria de açúcar subsidiado. O Brasil ainda indicou que a decisão da UE já teve um impacto no preço mundial do açúcar, que voltou a cair e afetou a renda dos produtores nacionais.

A UE garantiu ontem, em resposta, que a autorização é temporária e não deve ser repetida em 2010. A exportação de 500 mil toneladas extras estaria ocorrendo diante de "condições extraordinárias do mercado" e de um preço recorde do açúcar no mundo. Mas Bruxelas insistiu que tem "o direito de também participar do mercado internacional" do açúcar e indicou que há mesmo um déficit do produto hoje no mundo que não é atendido pelo Brasil, Índia e outros grandes produtores.

Já o Itamaraty insistiu que a medida europeia reverteu a tendência do preço do açúcar, que estava em alta ate o anúncio da UE de despejar 500 mil toneladas de açúcar no mercado. Desde então, o preço teria caído.

O Brasil venceu há cinco anos uma disputa contra a UE sobre as vendas de açúcar. A OMC condenou as exportações europeias e a UE foi obrigada a limitar suas vendas internacionais. Qualquer volume de açúcar que ultrapassasse a marca estabelecida pela OMC seria considerado como exportação ilegal de açúcar subsidiado e com distorções ao mercado.

O Brasil ainda indicou que o impacto seria sentido a médio e longo prazos, já que os produtores europeus seriam estimulados a produzir mais açúcar subsidiado, além do fato de que mercados já reagiriam com novos preços. Para a Tailândia, 1,5 milhão de produtores serão afetados.

Apesar de se queixar, o Brasil não disse se abrirá ou não uma queixa legal. Apenas pediu informações sobre a atitude da Europa, o que a União Europeia disse estar disposta a oferecer.

OESP – 19.02.2010

Ação do Fed derruba bolsas da Ásia e atinge commodities

Reuters

HONG KONG - A bolsa de Tóquio caiu 2,1% nesta sexta-feira, enquanto ações vinculadas a commodities como as da Mitsui recuaram depois que o Federal Reserve decidiu na véspera aumentar a taxa de redesconto norte-americana, em uma decisão que surpreendeu os mercados.

Enquanto isso, a decisão fez o dólar subir para o maior nível em um mês contra o iene, impulsionando ações de exportadores no início da sessão. Mas esse movimento perdeu terreno conforme cresceu o nervosismo dos investidores sobre como os mercados internacionais responderão ao Fed.

"A decisão do Fed aliada ao aumento do compulsório na China, na semana passada, e que ainda precisa ser refletida pela bolsa de Xangai, é algo que os mercados não podem ignorar. Afinal, são as duas das maiores economias do mundo", afirmou Masayoshi Okamoto, diretor de corretagem na Jujiya Securities.

"Apesar de a decisão do Fed não ser realmente ruim, vai ser duro para os mercados por vários dias, mas no médio prazo provavelmente não será tão negativo", acrescentou.

A bolsa de Tóquio encerrou em queda de 2,1% a 10.123 pontos, conseguindo segurar ganho ligeiro de 0,3% na semana, que foi a segunda seguida em terreno positivo.

O índice MSCI que reúne mercados da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 1,63%, para 389 pontos, recuando pelo segundo dia consecutivo. O movimento da sessão foi pressionado por quedas fortes nos setores financeiro, commodities, consumo e energia.

O Fed anunciou na véspera aumento da taxa de redesconto de 0,5 para 0,75%, dando um passo para normalizar a política de empréstimos de emergência usados para combater os efeitos da pior crise financeira internacional desde a Grande Depressão.

Mas o Fed também informou que a decião não sinaliza qualquer mudança no cenário para a economia ou para a política monetária e manteve a taxa básica de juros próxima de zero.

As bolsas de Xangai e Taiwan não operaram por feriado. Seul caiu 1,68 %, enquanto Hong Kong despencou 2,59%. Cingapura recuou 0,44% e Sydney se desvalorizou em 0,43%.

Os futuros de bolsas dos Estados Unidos e o índice que reúne mercados acionários da Europa operavam no vermelho na manhã desta sexta-feira.

OESP – 19.02.2010

Zona do Euro tem em dezembro 1º superávit em conta corrente desde julho 2009

Já produção no setor privado registra sétimo mês seguido de crescimento em fevereiro

Cynthia Decloedt e Danielle Chaves, da Agência Estado

FRANKFURT E LONDRES - O balanço em conta corrente da zona do euro registrou em dezembro seu primeiro superávit desde julho de 2009, refletindo o bom desempenho na balança de serviços e bens, informou o Banco Central Europeu (BCE).

O superávit em conta corrente somou 1,9 bilhão de euros (US$ 2,56 bilhões) em dezembro, seguindo-se a um déficit de 500 milhões de euros em novembro. Os números são ajustados a efeitos sazonais e ao número de dias trabalhados em cada mês.

O BCE afirmou que o superávit na balança de serviços e bens, de 4,5 bilhões de euros e 4,4 bilhões de euros, respectivamente, foi parcialmente minimizado por déficit nas transferências correntes e de lucros, de 5,2 bilhões de euros e 1,7 bilhão de euros, respectivamente.

Na conta financeira não ajustada na zona do euro, os investimentos diretos e indiretos mostraram entrada líquida de aproximadamente 44 bilhões de euros em dezembro. Os investimentos de carteira tiveram uma entrada líquida de 45,9 bilhões de euros em dezembro, significativamente superando a saída líquida de 2,4 bilhões de euros em investimentos diretos.

Produção no setor privado cresce pelo sétimo mês consecutivo

Já a produção do setor privado da zona do euro cresceu pelo sétimo mês consecutivo em fevereiro, à medida que um aumento maior do que o esperado na produção industrial contrabalançou uma desaceleração da expansão dos serviços. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) ficou estável em comparação com janeiro, em 53,7.

O resultado foi mais forte do que o previsto por uma pesquisa realizada pela Dow Jones com economistas, de 53,4. Uma leitura acima de 50 indica que a produção está crescendo, enquanto um número menor significa contração.

O PMI industrial aumentou mais do que o esperado, para 54,1 em fevereiro, de 52,4 em janeiro, o nível mais alto desde agosto de 2007. No entanto, o índice de atividades do setor de serviços caiu inesperadamente para 52,0, de 52,5 em janeiro. Economistas esperavam que o PMI industrial subisse para 52,6 e o de serviços permanecesse estável. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 19.02.2010

Zona do euro registra superávit em dezembro

CYNTHIA DECLOEDT E DANIELLE CHAVES Agencia Estado

FRANKFURT - O balanço em conta corrente da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda) registrou em dezembro seu primeiro superávit desde julho de 2009, refletindo o bom desempenho na balança de serviços e bens, informou o Banco Central Europeu (BCE). O superávit em conta corrente somou 1,9 bilhão de euros (US$ 2,56 bilhões) em dezembro, seguindo-se a um déficit de 500 milhões de euros em novembro. Os números são ajustados a efeitos sazonais e ao número de dias trabalhados em cada mês.

O BCE afirmou que o superávit na balança de serviços e bens, de 4,5 bilhões de euros e 4,4 bilhões de euros, respectivamente, foi parcialmente minimizado por déficit nas transferências correntes e de lucros, de 5,2 bilhões de euros e 1,7 bilhão de euros, respectivamente. Na conta financeira não ajustada na zona do euro, os investimentos diretos e indiretos mostraram entrada líquida de aproximadamente 44 bilhões de euros em dezembro. Os investimentos de carteira tiveram uma entrada líquida de 45,9 bilhões de euros em dezembro, significativamente superando a saída líquida de 2,4 bilhões de euros em investimentos diretos.

Produção no setor privado

A produção do setor privado da zona do euro cresceu pelo sétimo mês consecutivo em fevereiro, à medida que um aumento maior do que o esperado na produção industrial contrabalançou uma desaceleração da expansão dos serviços. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) ficou estável em comparação com janeiro, em 53,7. O resultado foi mais forte do que o previsto, de 53,4. Uma leitura acima de 50 indica que a produção está crescendo, enquanto um número menor significa contração.

O PMI industrial aumentou mais do que o esperado, para 54,1 em fevereiro, de 52,4 em janeiro, o nível mais alto desde agosto de 2007. No entanto, o índice de atividades do setor de serviços caiu inesperadamente para 52,0, de 52,5 em janeiro. Economistas esperavam que o PMI industrial subisse para 52,6 e o de serviços permanecesse estável. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 19.02.2010

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