terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


NOTÍCIAS

Brasil bate recorde de importações no mês de janeiro

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

As importações feitas por brasileiros bateram o recorde histórico para os meses de janeiro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

A média diária no mês passado foi de US$ 573,6 milhões, valor 16,8% maior do que o registrado em 2009, quando a economia sofria os impactos da crise econômica.

Para o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, apesar do aumento não há uma "explosão de importações", e o que preocupa o governo são as exportações, que não estão se recuperando no ritmo desejado.

"Nossa grande preocupação é a competitividade das exportações", afirmou, acrescentando que o governo estuda medidas para estimular a venda de produtos brasileiros para o exterior.

Em janeiro, as exportações foram de US$ 565,3 milhões, valor 21,3% superior a janeiro de 2009, quando caíram por conta da crise econômica. No mês passado, a balança comercial fechou com deficit de US$ 166 milhões. O resultado negativo poderia ser ainda pior não fosse a exportação de US$ 1 bilhão em petróleo bruto registrada no mês passado --em janeiro de 2008 havia sido de US$ 325 milhões.

Argentina

As exportações de produtos brasileiros para a Argentina cresceram 58,9% em janeiro. O total chegou a R$ 973 milhões, contra R$ 643 milhões em 2008. No total, as exportações para o Mercosul subiram 61,6%.

Folha Online – 01.02.2010

Barral destaca bom desempenho da balança comercial em janeiro de 2010

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, classificou como bom o resultado da balança comercial de janeiro de 2010. “Registramos um aumento de 21,3% nas exportações e de 16,8% nas importações em relação a janeiro do ano passado”, destacou hoje (1º/2), o secretário, durante entrevista coletiva.

Ao comparar o desempenho das exportações em janeiro de 2010 – US$ 11,305 bilhões, com média diária de US$ 565,3 milhões – com o resultado no mesmo mês em anos anteriores, Barral disse que os números deste ano já superam os de 2009 e estão pouco abaixo do registrado em 2008. Segundo o secretário, ao se comparar os números de janeiro com o resultado do mesmo mês em demais anos, verifica-se crescimento médio de 20%. “A grande ressalva foi 2009, quando as exportações retraíram 22,8% em função da crise”, explicou.

Em relação a dezembro do ano passado, as exportações apresentaram queda de 14% pela média diária. De acordo com o secretário, entretanto, esse comportamento é sazonal. “Historicamente, as exportações em janeiro são menores que em dezembro. A média de retração fica em torno de 14% e 15%. Somente em 2009 foi registrada queda maior que foi de 25,9% que foi efeito da crise”, disse.

A recuperação das exportações para mercados específicos também foi destacada por Barral. As vendas brasileiras para o Mercosul cresceram 61,6% em relação a janeiro do ano passado, sendo que somente para a Argentina houve um incremento de 58,9%. Já para os Estados Unidos foi registrado aumento de 22,8% nos embarques nacionais.

O secretário apontou que, em janeiro, os Estados Unidos voltaram a ser o principal parceiro comercial do Brasil. As exportações para o país somaram US$ 1,369 bilhão e as importações US$1,691 bilhão. A China foi o segundo destino das exportações brasileiras com embarques de US$ 1,127 bilhão, já as importações de produtos chineses ficaram em US$ 1,606 bilhão. Em terceiro lugar se consolidou a Argentina que comprou US$ 973 milhões em produtos brasileiros e vendeu US$ 933milhões para empresas brasileiras.

Importações

As importações totalizaram US$ 11,471 bilhões, com média diária de US$ 573,6 milhões. Esse valor foi 16,8% maior que o de janeiro do ano passado (US$ 491 milhões). Segundo Barral, pela média diária, as importações registraram recorde histórico para meses de janeiro. “No ano passado as importações registraram retração de 12,6%. Neste ano, elas aumentaram 16,8%, o que significou não só uma recuperação, como também um incremento”, ressaltou.

Durante a análise das importações em janeiro, Barral destacou as aquisições de bens de consumo que cresceram 37,2% em relação a janeiro do ano passado. “Esse número foi puxado pelo incremento de 83,8% nas importações de automóveis que vieram principalmente da Argentina, Coréia, México e Alemanha”, explicou o secretário.

Perguntado sobre o impacto do câmbio sobre as importações, Welber Barral disse que o câmbio é apenas um dos fatores de competitividade. “O dólar mais baixo tem um efeito principalmente sobre as importações de bens de consumo. O efeito sobre os bens de capital não é imediato por que nesse caso as importações estão relacionadas a investimentos de médio prazo e ao crescimento industrial do país. Porém o que mais pesa na balança comercial são os bens intermediários e as matérias primas já que, em função do câmbio, os empresários podem optar por produtos importados no lugar de nacionais”.

MDIC – 01.02.2010

Exportações caem com crise e derrubam produção industrial, diz IBGE

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O bom desempenho do mercado interno não foi suficiente para conter o estrago que a crise provocou na demanda externa, e foram justamente os setores mais dependentes das exportações que influenciaram diretamente o pior desempenho da industria brasileira desde 1990. A produção industrial em 2009 registrou queda de 7,4% ante 2008, primeira resultado negativo desde 1999, quando a indústria havia tido retração de 0,7%.

"A redução dos investimentos e a menor demanda externa foram decisivos para que a indústria apresentasse esse desempenho. Ao logo do ano, já nota-se uma retomada dos investimentos, mas as exportações ainda não reagiram no mesmo ritmo", afirmou Isabella Nunes, coordenadora da PIM (Pesquisa Industrial Mensal).

Ao mesmo tempo, os dados referentes à segunda metade de 2009 mostram claramente uma recuperação da indústria. No primeiro semestre, a produção industrial caiu 13,4% em relação a igual período em 2008. Na segunda metade de 2009, a retração da indústria foi de 1,7%.

"O setor industrial foi o mais atingido pela crise. Houve queda em diversos países do mundo. No Brasil, já vemos um movimento de recuperação, com uma retomada consistente, com qualidade e retomada dos investimentos", afirmou Isabella Nunes, coordenadora da PIM (Pesquisa Industrial Mensal).

Ela acentuou que, diante os ajustes na indústria em função da crise, a queda de 7,4% em 2009 pode ser considerada normal. Acrescentou também que o cenário macroeconômico atual é bem diferente do que era notado em 1990, e que isso vem permitindo que a indústria reencontre o rumo do crescimento de forma mais rápida e mais robusta.

A indústria de bens de capital, por exemplo, despencou 17,4% em 2009. No primeiro semestre, essa redução foi de 22,9%. De julho a dezembro, o ritmo de queda foi menor, com essa produção apresentando variação negativa de 12,3%. No ano, a retração mais expressiva foi observada na produção de máquinas e equipamentos, que despencou 18,5%.

Juntamente com os bens de capital, os bens intermediários representam cerca de 70% da indústria. O desempenho desse segmento também foi decisivo para que a indústria tivesse o pior desempenho em 19 anos. A produção de bens intermediários teve redução de 8,8%, influenciada principalmente pelo desempenho da indústria de metalurgia básica, que caiu 17,4% frente a 2008.

No primeiro semestre, a queda entre os intermediários foi de 15,7%. Já na segunda metade do ano, a retração foi de 1,9%.

A redução da produção de veículos automotores (-12,4%) puxou o resultado negativo dos bens de consumo duráveis, que apresentaram queda de 6,4% ao longo de 2009, na comparação com o ano anterior. A produção de material eletrônico e equipamentos de comunicações registrou queda de 25,5%, impactada pela baixa nas exportações de telefones celulares.

A manutenção do consumo do mercado interno, em função da manutenção do nível de emprego e renda do brasileiro, fez com que a produção de semi e não duráveis caísse de forma menos intensa, com redução de 1,6% frente a 2008.

Folha Online – 02.02.2010

Produção industrial recua 7,4% em 2009 e tem pior resultado desde 1990

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

Ainda em recuperação após a crise econômica, a indústria brasileira não teve fôlego suficiente para evitar o pior resultado desde 1990 (-8,9%). No ano passado, registrou queda de 7,4% em sua produção, na comparação com 2008, quando havia subido 3,1%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em dezembro, a indústria teve retração na produção pelo segundo mês consecutivo. A queda chegou a 0,3% em relação ao mês anterior. No mês anterior, havia sido verificada queda de 0,8%, segundo dados revisados.

Na comparação com dezembro de 2008, foi constatado incremento de 18,9% na produção da indústria. Deve-se levar em conta que a indústria teve, no final de 2008, um dos piores desempenhos da história por conta dos efeitos da crise.

No quarto trimestre, a produção industrial registrou avanço de 5,8% em relação ao mesmo período de 2008, o resultado interrompe sequência de quatro trimestres de taxas negativas nesta comparação.

A Pesquisa Industrial Mensal demonstra que houve aumento de produção em 18 dos 27 ramos pesquisados em dezembro, na comparação com o mês anterior. O principal destaque ficou por conta da indústria de produtos de metal, com alta de 11,3%.

Por outro lado, os principais resultados negativos foram constatados na produção de material eletrônico, equipamentos de comunicação, com recuo de 12,2%.

Entre as categorias de uso, os bens de consumo duráveis tiveram queda de 4,9% frente a novembro, mas em relação a dezembro de 2008, houve alta de 72,1%.

A produção de bens intermediários cresceu 1% frente a novembro e subiu 21% em relação a dezembro do ano passado.

Já a produção de bens de capital teve elevação de 0,3% frente a novembro e apresentou alta de 23% ante dezembro do ano anterior.

Por fim, a produção de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 0,4% na comparação com novembro. Em relação a igual período em 2008 houve registro de elevação de 6%.

Folha Online – 02.02.2010

Brasil e outros países denunciam UE por violar normas de exportação

da Efe, em Genebra

O Brasil, a Austrália e a Tailândia denunciaram nesta segunda-feira a UE (União Europeia) por violar as normas da OMC (Organização Mundial do Comércio) nas exportações de açúcar.

"Segundo as regras da OMC e do painel que julgou os subsídios europeus ao açúcar qualquer exportação que exceda o volume de 1,37 milhão de toneladas está proibido", disse em entrevista coletiva o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo.

Na semana passada, Bruxelas anunciou que autorizava seus produtores a exportar 500 mil toneladas de açúcar em 2010 acima do autorizado pela OMC.

Essa quota será acrescentada ao teto atual fixado pela OMC, de 1,37 milhão de toneladas, que os exportadores europeus de açúcar já superaram.

"Não excluímos nenhuma ação em relação ao aumento das importações", assinalou Azevedo com relação à possibilidade de abrir uma queixa contra a UE diante da OMC.

A UE justificou o aumento da quota pela "situação atual" de escassez de açúcar pelo deficit de produção na Índia e no Brasil, o que pressionou os preços.

Pelo contrário, a UE teve bons rendimentos e uma produção alta de açúcar e seus preços estão mais competitivos, frente à tendência de alta dessas cotações no mercado mundial.

Histórico

Não é a primeira vez que ocorre uma disputa entre membros da OMC por causa do açúcar.

Há três anos, a UE perdeu uma disputa depois de uma denúncia do Brasil ao órgão de controvérsias da OMC por seus subsídios ao açúcar.

O ditame da OMC proibiu os europeus de exportar açúcar subsidiado acima de 1,37 milhão de toneladas -- montante que se mantém até hoje -- por isso que a UE teve de começar a importar açúcar para abastecer seu próprio consumo.

Folha de São Paulo – 01.02.2010

Mantega admite aumentar juros para conter inflação

MARIANA SALLOWICZ
colaboração para a Folha Online

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que o Brasil está cumprindo as metas de inflação e que isso será mantido em 2010. O objetivo será cumprido mesmo que, para isso, as taxas básicas de juros tenham que sofrer aumento.

"Para este ano, está previsto inflação em torno de 4,5%. Não acredito que fique mais alta do que isso, mesmo com a economia crescendo de 5% a 5,5%", disse.

"Se houver problema de inflação, o Banco Central vai aumentar os juros, mas espero que não precise", afirmou, ao lado do presidente do BC, Henrique Meirelles, e para uma plateia de empresários, em São Paulo.

De acordo com o IPC da Fipe, os preços em São Paulo fecharam janeiro com expansão de 1,34%.

O ministro afirmou ainda que o governo vai cumprir a meta de superavit primário, de 3,3%, "à risca", em 2010, "mostrando que o Brasil é um país fiscalmente responsável e vai continuar nesta trilha diminuindo a relação divida PIB e, portanto, mantendo as contas públicas mais sólidas no país".

Folha Online – 02.02.2010

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