sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


NOTÍCIAS

Brasil e Argentina retomam diálogo para normalizar importações

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Começa hoje (4), em Buenos Aires, mais uma rodada de negociações entre Brasil e Argentina para tentar normalizar o comércio entre os dois países. No ano passado, o governo da presidente, Cristina Kirchner, criou restrições para a importação de alguns produtos brasileiros. A medida foi adotada na tentativa de manter o comércio interno aquecido e reduzir os efeitos da crise financeira mundial sobre o país vizinho.

O encontro de Buenos Aires será o primeiro de um acordo estabelecido entre os dois governos para que sejam analisados, periodicamente, problemas de natureza econômica e comercial. Sobre as barreiras impostas a produtos brasileiros, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, lembrou que já houve uma recuperação de 40% no comércio entre os dois países em relação a janeiro de 2009.

Após despachar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim disse que no encontro será analisada a evolução desta situação para eliminar progressivamente as barreiras impostas pelos argentinos. Pelo lado brasileiro, participarão também o ministro Guido Mantega (Fazenda) e Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

“A situação está mais calma, continua havendo a aplicação de licenças não automáticas, mas têm sido liberadas mais rapidamente. Evidentemente que o ideal era que não houvesse. Vamos conversar, vamos discutir e ver como vamos melhorando”, disse Amorim após a reunião com Lula.

Edição: Talita Cavalcante

Agência Brasil – 04.02.2010

Brasil e Argentina esperam retomada do crescimento do comércio em 2010

Buenos Aires (Argentina) - O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e os secretários de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, e da Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, resumiram em três grandes pontos a primeira Reunião de Monitoramento do Comércio Brasil-Argentina em 2010, realizada hoje (4/2), em Buenos Aires. Segundo eles, o pleito brasileiro de redução gradual das licenças automáticas de importação, a integração produtiva e ações conjuntas de promoção comercial em terceiros mercados serão fundamentais para ampliar o comércio bilateral.

Em entrevista coletiva concedida ao final do encontro, o secretário-executivo do MDIC e chefe da delegação brasileira disse que é importante eliminar as licenças não automáticas de importação (LIs), principalmente nesse momento em que o comércio bilateral registra uma retomada de crescimento. De acordo com números divulgados pelo MDIC no início da semana, em janeiro o fluxo comercial entre os dois países cresceu mais de 50%. As trocas comerciais entre Brasil e Argentina somaram US$ 1,251 bilhão em janeiro do ano passado contra US$ 1,906 bilhão em 2010.

"Temos todas as condições de retomar o crescimento do comércio bilateral o mais breve possível", enfatizou Ivan Ramalho, lembrando que em 2008 a corrente de comércio bilateral ultrapassou pela primeira vez na história a casa dos US$ 30 bilhões.

Integração produtiva

No tema integração produtiva, o secretário argentino da Indústria ressaltou que os estudos relativos ao assunto serão aprofundados em 2010. Eduardo Bianchi disse que as análises técnicas irão avaliar vários setores, mas que hoje já há avanços nas áreas de petróleo, gás e autopeças. Representantes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) também participaram do encontro e apresentaram estudos sobre o tema.

Terceiros mercados

A retração das exportações brasileiras e argentinas para países latino-americanos foi um dos destaques da reunião. Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, para retomar o crescimento nesses mercados e evitar que outros países do comércio mundial - como a China, por exemplo - cresçam suas exportações para esses destinos, é fundamental que Brasil e Argentina tenham uma estratégia comercial efetiva. De acordo com ele, a proposta dos dois países é aumentar as exportações de pequenas e médias empresas para a América Latina e realizar ações conjuntas de promoção comercial na região.

As reuniões entre os governos brasileiro e argentino prosseguem nesta sexta-feira, com um encontro entre os ministros Miguel Jorge (MDIC), Celso Amorim (Ministério das Relações Exteriores) e Guido Mantega (Fazenda) e os ministros argentinos de Indústria e Turismo, Débora Giorgi, Relações Exteriores, Jorge Taiana, e de Economia, Amado Boudou.

MDIC – 04.02.2010

EUA ameaçam contrarretaliação ao Brasil

O novo embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, defendeu ontem uma melhora nas relações comerciais entre os dois países e desaconselhou Brasília a retaliar Washington em uma disputa comercial sobre o algodão americano com uma insinuação, senão ameaça: "Retaliação sempre provoca uma contrarretaliação".

"Podemos trabalhar juntos com o Brasil para melhorar nossas relações comerciais e evitar uma ação retaliadora", pregou Shannon, em português, depois de receber credenciais do presidente Lula.

Diplomatas brasileiros se disseram "perplexos" com a possibilidade de contrarretaliação. O Brasil, defendem, está reagindo ao fato de os EUA terem violado as regras da Organização Mundial do Comércio com seu programa de subsídios ao algodão. Após sete anos, a OMC concedeu em agosto a Brasília o direito de aplicar sanções em bens e propriedade intelectual, que inclui patentes.

O tema é caro aos EUA. Shannon afirmou que os dois governos conversam intensamente para evitar a retaliação. "O trabalho da diplomacia não é acirrar os pontos de divergência. É detectá-los de maneira a não prejudicar os pontos de convergência, que, neste momento, são muitos entre o Brasil e os EUA", disse ele em sua primeira entrevista no Brasil. Mas, segundo o Itamaraty, os contatos são incipientes.

O embaixador na OMC, Roberto Azevedo, confirmou à Folha ter sido procurado pelos americanos, mas não definiu a fase atual como negociação: "Até o momento não foi feito nenhum tipo de proposta concreta".

A declaração de Shannon vem às vésperas da reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior) para definir os produtos alvo das sanções, marcada para terça. A elaboração da lista está atrasada. Com mais de cem itens, atrai interesses políticos e econômicos.

A eventual "contrarretaliação" não ocorreria no âmbito da OMC, onde a decisão é final. Novas barreiras tarifárias poderiam, por sua vez, acarretar novo processo. A opção americana seria, então, travar negociações em curso para abrir mais seu mercado a produtos brasileiros, como o etanol.

Na conta do Itamaraty, as sanções somariam pouco mais de R$ 1,5 bilhão, mas o cálculo depende de dados dos EUA, em aberto. Pouco menos da metade é em "retaliação cruzada" (em outro setor que não o alvo da disputa, como patentes). O Brasil precisa decidir se lançará seu maior trunfo já.

Uma ideia que ganha força é que o país imponha primeiro as sanções sobre bens, para fazer andar a negociação. Recurso final, a possibilidade de sanções em patentes opõe dois dos mais poderosos lobbies do Congresso americano, e o setor farmacêutico já começou a pressionar com cartas por um recuo nos subsídios agrícolas.

Folha de São Paulo – 05.02.2010

Empresas estrangeiras ampliam investimentos no estado de São Paulo

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - No período pós-crise financeira internacional, as empresas de capital estrangeiro aumentaram de 23,3% para 31,1% a participação nas intenções de investimentos no estado de São Paulo, embora o volume financeiro tenha sido inferior na comparação entre o primeiro semestre do ano passado com igual período do ano anterior (2008).

De acordo com dados da Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp),da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), o montante passou de US$ 3,7 bilhões para US$ 3,1 bilhões. No caso das empresas nacionais, houve uma diminuição mais acentuada, de US$ 12,1 bilhões para US$ 6,9 bilhões, e proporção de anúncios caiu de 76,7% para 68,9%.

Os principais aportes vieram de empresas da União Europeia, sobretudo da Espanha, de Portugal, da Inglaterra e da Itália.

Já as empresas de capital norte-americano, que ocupavam o segundo lugar da lista dos principais investidores, caíram para a quinta colocação. As empresas dos Estados Unidos tinham aplicado, no primeiro semestre de 2008, US$ 10,8 bilhões, volume que passou para US$ 3,3 bilhões, no período de janeiro a junho do ano passado.

Edição: Nádia Franco

Agência Brasil – 04.02.2010

Governo vai investir R$ 95,7 milhões na ampliação do Porto de Paranaguá

Da Redação

O governador Roberto Requião homologou, esta semana, o resultado da licitação realizada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), para contratação de empreiteira que fará a remodelação, ampliação e de estruturação do cais, para o aprofundamento dos berços em Paranaguá. O investimento de R$ 95,7 milhões é um dos maiores da história do complexo portuário e aumentará em 30% a estrutura física do cais comercial, consolidando o potencial logístico do porto para o embarque de grãos.

As obras compreendem a construção de um píer de 436 metros, que integrará o Corredor Oeste de Exportação de Granéis e permitirá a atracação e operação simultânea de duas embarcações. Outra intervenção prevista é o reforço da estrutura de atracação, com o alongamento das cortinas de contenção (parede submersa que sustenta o cais). Essa obra permitirá aumentar a profundidade dos berços de atracação para 14,5 metros.

O cais do Porto de Paranaguá – atualmente, com 2.820 metros de extensão - foi construído em várias épocas, a partir de 1935. Desde então, o porte dos navios mudou, assim como as técnicas construtivas. As últimas intervenções, por exemplo, foram feitas em 2003, em dois dos berços, nos quais a estrutura já permite a dragagem de aprofundamento. O projeto atual prevê obras em 12 berços.

COMEÇO

A ordem de serviço deve assinada até o fim do mês, para início imediato das obras. O prazo para conclusão é de 12 meses. “A engenharia do porto exigirá a abertura de várias frentes de trabalho simultâneas, para que seja dada agilidade máxima na execução das obras”, assegurou o diretor técnico da Appa, André Cansian. “Queremos garantir que a nova estrutura esteja pronta para atender a demanda de embarques de grãos já na safra 2010/2011.”

Para Cansian, essas obras de remodelação e ampliação do cais preparam o Porto de Paranaguá para o futuro, pois, além de permitir a ampliação das operações com grãos, modernizam sua estrutura para receber novos equipamentos e as novas gerações de navios. “Com essa nova configuração, o Porto de Paranaguá, que já está entre os maiores portos graneleiros do mundo, dará outro importante salto, reafirmando sua eficiência e competitividade.”

A tendência é que os grandes portos em todo o mundo concentrem as escalas das grandes empresas de navegação mercante, que têm renovado suas frotas, inserindo as novas gerações de navios com tamanho superior a 300 metros. Hoje, o Porto de Paranaguá recebe navios de até 285 metros de comprimento.

Ainda de acordo com Cansian, as obras programadas apresentam vantagens, tanto sob o aspecto técnico como financeiro. O método construtivo não irá prejudicar as operações do porto e, posteriormente, facilitará a manutenção e futuras intervenções. Além disso, a capacidade de atracação será ampliada sem a necessidade de construir novos berços, o que seria muito mais oneroso.

Fonte: Agência Estadual de Notícias

A Tribuna – 05.02.2010

Porto de Navegantes bate recorde de embarque de contêineres vazios

Da Redação

No último dia 28, o Porto de Navegantes, em Santa catarina, registrou recorde de embarque de contêineres vazios. Foram 1.494 de um total de 3.354 unidades que foram transportadas para Cingapura e China, onde serão utilizadas para estufagem de cargas a serem exportadas para o Brasil.

Ao todo, foram realizados 1.612 movimentos de embarque e desembarque no navio Monte Cervantes, que zarpou com 94% da capacidade ocupada.

De acordo com a Portonave, o movimento de importação vem aumentando desde junho do ano passado, reflexo da baixa do dólar que impulsionou acordos comerciais vantajosos, atendimento e tarifas diferenciadas, e utilização de um scanner de última geração que acelera e facilita a vistoria da Receita Federal.

Entre as principais cargas descarregadas em Navegantes estão plástico, máquinas, bebidas, materiais variados, papel, tecidos, cerâmica. As mercadorias são originadas principalmente dos portos de Houston e Xangai.

A Tribuna – 05.02.2010

Temor sobre finanças na zona do euro derruba Bolsas mundiais

da France Presse, em Londres
da Folha Online

Os temores provocados pela situação financeira de países da zona euro e a incerteza com os números do mercado de trabalho a serem divulgados nos Estados Unidos provocaram fortes baixas nesta sexta-feira nas Bolsas asiáticas, repetindo o declínio visto ontem em Wall Street e na América Latina, e que afeta também as Bolsas europeias hoje.

Na Ásia, as Bolsas foram afetadas pelo nervosismo dos investidores. A de Tóquio (Japão) perdeu 2,78%; em Hong Kong a queda foi de 3,33%; a Bolsa de Seul (Coreia do Sul) perdeu 3,05%; a de Xangai caiu 1,87%; e pela região a Bolsa de Sydney (Austrália) perdeu 2,32%.

Às 8h12 (em Brasília), a Bolsa de Frankfurt caía 1,22% no índice DAX, para 5.465,64 pontos; a Bolsa de Zurique tinha baixa de 1,91%, indo para 6.274,52 pontos no índice Swiss Market; a Bolsa de Madri perdia 2%, com 1.042,76 pontos no índice Madrid General; a Bolsa de Amsterdã caía 2,21%, para 316,10 pontos no índice AEX General; a Bolsa de Londres caía 1,59%, indo para 5.057,38 pontos no índice FTSE 100; e a Bolsa de Paris tinha baixa de 2,21%, indo para 3.607,58 pontos no índice CAC 40.

Em Nova York, ontem, o índice Dow Jones Industrial Average --principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês)-- teve queda de 2,61%, para 10.002,18 pontos --ao longo da sessão, o índice chegou a ficar abaixo dos 10 mil pontos pela primeira vez em três meses. Já o ampliado S&P 500 recuou 3,11%, para 1.063,11 pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq perdeu 2,99% no indicador Nasdaq Composite, indo para 2.125,43 pontos.

A América Latina também foi afetada, com baixas de 2,18% no México, 3,81% em Buenos Aires e 2% em Santiago. Na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) o Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, teve forte queda de 4,73%, aos 63.934 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,95 bilhões, bem acima da média (R$ 6,67 bilhões/dia). Neste ano, a cotação do dólar já subiu 8,2%, enquanto o índice Ibovespa já desabou 6,8%.

Europa

Os analistas estão inquietos com o estado das finanças públicas de Espanha e Portugal: ambos têm graves problemas orçamentários, como uma dívida e um deficit públicos em forte alta, o que faz muitos identificarem semelhanças entre sua situação e a da Grécia, que já vem preocupando a zona do euro há várias semanas.

"As inquietações são mundiais, o sentimento dos investidores está marcado pelos problemas da dívida da Grécia, Espanha e Portugal", explicou Marcus Droga, diretor associado da Macquarie Private Wealth em Sydney.

O diretor geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse, também ontem, que a crise "é muito forte" na Espanha, que deve fazer um "esforço considerável" para reduzir o deficit público.

A Espanha realizou uma emissão de bônus para três anos, a uma taxa média de 2,61%, quando para a emissão anterior de bônus do mesmo tipo, no dia 3 de dezembro, a taxa era de 2,13%. A dívida pública da Espanha, que representava apenas 36,2% de seu PIB, aumentou até superar 60% em 2010. O desemprego no país atingiu 18,83% da população economicamente ativa no final de 2009, quase o dobro do da zona do euro.

Em Portugal, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse que os investidores apontam agora para seu país, depois de terem se concentrado na Grécia. "Os investidores estavam muito voltados para uma presa, a Grécia, que parece ter se livrado deles. Agora eles se voltam para outra (presa), para nós", declarou.

Sobre a Grécia, Strauss-Kahn disse que a UE (União Europeia) precisa se ocupar da situação do país, que "é séria". O comissário da UE para Assuntos Econômicos, Joaquín Almúnia, por sua vez, disse na quarta-feira (3) que o plano do governo grego para reduzir o deficit do país nos próximos quatro anos é "factível", mas sua implementação "não será fácil".

O deficit orçamentário do país atingiu 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado --o limite para países da zona do euro é de 3%--, e sua dívida total passou dos 120% do PIB, considerada alta demais. A expectativa é de que o deficit chegue a 2% em 2012.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, pediu nesta quinta-feira aos países membros da zona do euro que busquem estratégias para controlar seus deficit.

EUA

Além dos problema da dívida na Europa, os investidores ficaram abalados com o anúncio, feito ontem, de uma alta inesperada no número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, de 8.000 solicitações, para um total 480 mil. Os analistas previam uma queda para 460 mil.

O dado veio um dia antes da apresentação dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA referentes ao mês passado. A taxa de desemprego no país está em 10%, nível que deve se manter, segundo analistas, mas a expectativa é de criação de 10 mil vagas, após o corte de 85 mil visto em dezembro.

Folha Online – 05.02.2010

Bolsas europeias acompanham temor global e têm forte queda

da Folha Online

As Bolsas europeias registram quedas expressivas nesta sexta-feira, refletindo o movimento negativo visto hoje na Ásia e ontem em Nova York. A Bovespa também teve um dia de perdas ontem --as maiores desde outubro do ano passado. O nervosismo entre os investidores com a situação difícil de algumas economias europeias e a expectativa pelos números do mercado americano de trabalho, que serão apresentados hoje, derrubou os mercados.

Às 9h37 (em Brasília), a Bolsa de Frankfurt caía 1,57% no índice DAX, para 5.446,36 pontos; a Bolsa de Zurique tinha baixa de 2,02%, indo para 6.267,53 pontos no índice Swiss Market; a Bolsa de Madri perdia 2,52%, com 1.037,27 pontos no índice Madrid General; a Bolsa de Amsterdã caía 2,24%, para 315,98 pontos no índice AEX General; a Bolsa de Londres caía 1,83%, indo para 5.045,05 pontos no índice FTSE 100; e a Bolsa de Paris tinha baixa de 2,23%, indo para 3.607,15 pontos no índice CAC 40.

Na Ásia, as Bolsas foram afetadas pelo nervosismo dos investidores. A de Tóquio (Japão) perdeu 2,78%; em Hong Kong a queda foi de 3,33%; a Bolsa de Seul (Coreia do Sul) perdeu 3,05%; a de Xangai caiu 1,87%; e pela região a Bolsa de Sydney (Austrália) perdeu 2,32%.

Em Nova York, ontem, o índice Dow Jones Industrial Average --principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês)-- teve queda de 2,61%, para 10.002,18 pontos --ao longo da sessão, o índice chegou a ficar abaixo dos 10 mil pontos pela primeira vez em três meses. Já o ampliado S&P 500 recuou 3,11%, para 1.063,11 pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq perdeu 2,99% no indicador Nasdaq Composite, indo para 2.125,43 pontos.

Na América Latina, a Bolsas também tiveram perdas. Na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) o Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, teve forte queda de 4,73%, aos 63.934 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,95 bilhões, bem acima da média (R$ 6,67 bilhões/dia). No México as perdas foram de 2,18%; Em Buenos Aires de 3,81%; e em Santiago, de 2%.

Europa

A situação das finanças públicas de Espanha e Portugal preocupa analistas e investidores. Os dois países têm graves problemas orçamentários, como uma dívida e um deficit públicos em forte alta, o que faz muitos identificarem semelhanças entre sua situação e a da Grécia, que já vem preocupando a zona do euro há várias semanas.

O diretor geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse ontem que a crise "é muito forte" na Espanha, que deve fazer um "esforço considerável" para reduzir o deficit público.

A Espanha realizou uma emissão de bônus para três anos, a uma taxa média de 2,61%, quando para a emissão anterior de bônus do mesmo tipo, no dia 3 de dezembro, a taxa era de 2,13%. A dívida pública da Espanha, que representava apenas 36,2% de seu PIB, aumentou até superar 60% em 2010. O desemprego no país atingiu 18,83% da população economicamente ativa no final de 2009, quase o dobro do da zona do euro.

Em Portugal, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse que os investidores apontam agora para seu país, depois de terem se concentrado na Grécia. "Os investidores estavam muito voltados para uma presa, a Grécia, que parece ter se livrado deles. Agora eles se voltam para outra (presa), para nós", declarou.

Sobre a Grécia, Strauss-Kahn disse que a UE (União Europeia) precisa se ocupar da situação do país, que "é séria". O comissário da UE para Assuntos Econômicos, Joaquín Almúnia, por sua vez, disse na quarta-feira (3) que o plano do governo grego para reduzir o deficit do país nos próximos quatro anos é "factível", mas sua implementação "não será fácil".

O deficit orçamentário do país atingiu 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado --o limite para países da zona do euro é de 3%--, e sua dívida total passou dos 120% do PIB, considerada alta demais. A expectativa é de que o deficit chegue a 2% em 2012.

EUA

Além dos problema da dívida na Europa, os investidores ficaram abalados com o anúncio, feito ontem, de uma alta inesperada no número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, de 8.000 solicitações, para um total 480 mil. Os analistas previam uma queda para 460 mil.

O dado veio um dia antes da apresentação dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA referentes ao mês passado. A taxa de desemprego no país está em 10%, nível que deve se manter, segundo analistas, mas a expectativa é de criação de 10 mil vagas, após o corte de 85 mil visto em dezembro.

Folha Online – 05.02.2010

Em visita aos EUA, Zapatero reforça que momento econômico na Europa é difícil

WASHINGTON - Em visita aos Estados Unidos, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, reforçou que o momento econômico na Europa é difícil. "A Espanha e outros países estão diante de fundamentais desafios econômicos de grande magnitude", disse o chefe de governo espanhol no fim da noite de quinta-feira em Washington, onde reuniu-se mais cedo com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O primeiro-ministro ainda defendeu a saúde da economia de seu país. Ele fez os comentários horas depois do fechamento do mercado de ações na Espanha. A bolsa de valores de Madri fechou em queda de 5,7% na quinta-feira em meio aos crescentes temores dos investidores com o déficit orçamentário espanhol. Nesta sexta-feira, 5, o Banco Central da Espanha informou que a economia do país continuou em recessão no quarto trimestre de 2009. Com isso, a Espanha ficou atrás de diversas outras economias europeias que emergiram da recessão no terceiro trimestre do ano passado.

Na opinião de Zapatero, as críticas à economia espanhola são oriundas de países de fora da zona do euro. Essas críticas "têm efeito sobre o mercado", avaliou ele, "mas os fundamentos da economia da Espanha são saudáveis", assegurou. As informações são da Dow Jones.

OESP – 05.02.2010

Dívidas de países europeus fazem Bolsas da região terem forte queda

da Folha Online

As principais Bolsas europeias fecharam nesta quinta-feira com fortes baixas, com os investidores reforçando suas preocupações sobre a saúde financeiras de países da zona do euro --em especial Grécia, Portugal e Espanha.

A Bolsa de Londres fechou em baixa de 2,17% no índice FTSE 100, indo para 5.139 pontos; a Bolsa de Frankfurt caiu 2,45%, para 5.533 pontos no índice DAX; a Bolsa de Paris perdeu 2,75% no índice CAC-40, indo a 3.689 pontos; a Bolsa de Madri retrocedeu 5,94% no índice Ibex-35, indo a 10.241 pontos; a Bolsa de Lisboa encerrou em queda de 4,98%, para 7.442 pontos no índice PSI20; a Bolsa de Amsterdã se manteve estável em 333 pontos no índice AEX General; e a Bolsa de Zurique teve recuo de 2,4% no índice Swiss Market, indo para 6.396 pontos.

O índice FTSEurofirst 300, que mede a variação dos principais papéis do continente, terminou em queda de 2,8%, a 992 pontos --a pior pontuação desde novembro do ano passado.

Alguns países da zona do euro, como Espanha, Portugal e Grécia, registram deficit orçamentários muito acima do limite de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) estabelecido para os países que utilizam a moeda única, e a cada dia que passa aumenta a preocupação dos investidores sobre a capacidade dos países de honrarem suas dívidas.

Até a semana passada, as preocupações se restringiam aos gregos, mas agora também atingem outros países considerados "periféricos" dentro do bloco, como Portugal e Espanha. Como os espanhóis possuem um peso mais significativo dentro da economia europeia, o temor sobre os efeitos de um "default" se tornou maior.

O mercado americano também não ajudou a animar os investidores. O Departamento de Trabalho dos EUA revelou que o número de pedidos de auxílio-desemprego aumentou 480 mil até a semana. Economistas do setor financeiro esperavam uma cifra bem menor, na casa dos 460 mil. Trata-se da quarta alta desse indicador.

Como o mercado aguarda com cautela o "payroll" --relatório do governo americano sobre a geração e de vagas-- de janeiro, que sai amanhã, o dado trouxe mais preocupação sobre a geração de empregos no país.

Folha Online – 04.02.2010

BC britânico suspende programa de estímulo a economia

da Efe, em Londres

O Banco da Inglaterra (autoridade monetária) anunciou nesta quinta-feira a suspensão do programa extraordinário com o qual injetava dinheiro novo na economia britânica para tirá-la da recessão.

Por meio desse programa, o banco central injetou 200 bilhões de libras (US$ 315,6 bilhões) na economia a partir da compra de ativos como bônus do Estado, com o objetivo de impulsionar a concessão de crédito pelos bancos.

O Banco da Inglaterra, que decidiu manter a taxa básica de juros em 0,5% pelo 11º mês seguido, explicou que, com o dinheiro já injetado, um estímulo monetário substancial à economia continuará ainda por "algum tempo".

Os membros do comitê de política monetária do BC britânico, que se reuniram hoje e ontem, não fecharam as portas para novos investimentos públicos.

"(O banco) seguirá avaliando qual é a proporção adequada do programa de compra de ativos e serão realizadas futuras aquisições se as perspectivas mostrarem ser recomendável", afirmou a autoridade monetária britânica após a reunião.

A economia do Reino Unido saiu oficialmente da recessão no quarto trimestre de 2009, após seis trimestres consecutivos de retração. Porém, a fragilidade do crescimento registrado entre outubro e dezembro (apenas 0,1% do PIB) ainda gera dúvidas sobre a solidez da recuperação.

Folha de São Paulo – 05.02.2010

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