sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Em SP, servidores federais param 60% das superintendências da capital

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os servidores públicos federais em São Paulo fizeram uma paralisação de advertência hoje (15) em dez órgãos federais. De acordo com o sindicato da categoria, aproximadamente 60% dos servidores no estado aderiram à manifestação, que está prevista para ocorrer também amanhã (16).

A Delegacia Regional do Trabalho (DRT), do Ministério do Trabalho e Emprego, foi o local onde ocorreu a maior mobilização. Também na Advocacia-Geral da União (AGU) houve manifestações em apoio à greve de advertência. Segundo o sindicato, servidores recém-contratados por concurso público nesses órgãos já estão deixando seus cargos devido aos baixos salários.

“Nós estamos preocupados. Logo, no DRT não vai ter mais condição de trabalho. Cerca de 25% dos trabalhadores que ingressaram recentemente por concurso público já saíram, porque o mercado paga melhor", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP), Carlos Daniel Gomes Toni.

Pela primeira vez em São Paulo, servidores do Ministério da Fazenda aderiram à paralisação. Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que pedem 51% de reposição salarial; da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que pleiteiam a implementação da aposentadoria especial e melhoria no plano de carreira; do Ministério da Ciência e Tecnologia, que também protestam por um plano de carreira melhor; e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aderiram à greve de advertência.

Os empregados do Ministério da Cultura, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também participam da mobilização em São Paulo.

Agência Brasil – 15.10.2009


Para exportadores, dólar ideal deveria estar acima de R$ 2

O cenário para exportadores brasileiros deve piorar no curto prazo. É o que aponta a pesquisa sobre a desvalorização do dólar frente ao real, realizada pela Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex). De acordo com o estudo, 68% das empresas entrevistadas acham que o dólar vai se desvalorizar ainda mais. E para todas elas, a cotação ideal da moeda americana seria entre R$ 2 e R$ 2,20.

Para manter essa faixa cambial, o BC precisa incentivar a exportação de produtos mais caros. "Temos competitividade para isto, mas temos alguns produtos como infraestrutura logística, carros, aviões e eletrodomésticos. No longo prazo outras moedas vão entrar no cesto, mas quando os EUA deixarem de ser o maior comprador", concluiu Calil.

Para Roberto Segatto, presidente da instituição, "a pesquisa nos alerta sobre a grande possibilidade de o dólar vir a se desvalorizar ainda mais. Com isso as importações devem crescer, trazendo produtos desnecessários, os quais já produzimos em larga escala. Há perigo da compra de supérfluos também", declara.

Das 414 empresas entrevistadas, 94% alegaram que o dólar no patamar de R$ 1,70 será extremamente prejudicial ao comércio exterior, e diante desta alegação, 83% afirmam que as importações devem crescer até o final do ano e no início de 2010 e 98% enfatizaram que a maior prejudicada será a indústria brasileira.

"Com a desvalorização dá moeda norte-americana frente a moeda brasileira, nós tínhamos a certeza de que as compras externas iriam aumentar, ainda mais com a proximidade das festas de final de ano, agora que o dólar está na casa dos R$ 1,70; R$ 1,80, tenho certeza que o percentual das importações deve subir mais ainda, e em contrapartida, as exportações tendem a cair no mesmo período", argumentou Mauro Calil, professor do Centro de Estudos Calil & Calil.

Todas as empresas, no entanto, frisaram que o governo pode e deve ajudar a conter a desvalorização cambial. Para reverter este quadro Segatto afirma que o governo deve procurar reduzir para o exportador a perda cambial que resulta em menor lucro ou prejuízo, através de medidas compensatórias, como reduzir a carga tributária sobre produção, controlar a entrada de capitais especulativos através de um prazo mínimo de permanência no país e aplicar uma taxação sobre a entrada de moeda estrangeira.

"Outra medida muito eficiente seria atrair investimentos em ativos fixos, para as empresas já existentes, como também, induzir empresas estrangeiras a aportarem no Brasil", acrescentou.

Calil insere ainda entre os meios do governo ajudar a indústria, a redução tarifária. "Se a União reduzir os impostos sobre a folha de pagamentos, sobre matérias primas e produtos, faria que a cadeia de exportação ficasse mais competitiva perante ao mercado internacional. Alguns impostos como PIS, Cofins e ICMS não são recolhidos, mas temos que pensar amplamente, como no pão que o operário come na fábrica, ele está carregado de imposto e esses pequenos custos se ficarem mais baratos tornam o polo fabril mais competitivo".

Segundo o professor, a queda do dólar se acentuou pelo grande numero de investimentos dentro da bolsa de valores. "Mesmo comprando muito dólar, o Banco Central não consegue segurar o dólar, pois a oferta é muito maior do que a capacidade de compra".

Diário do Comércio e Indústria – 16.10.2009


Governo estuda taxar capital externo

Fabio Graner e Adriana Fernandes, BRASÍLIA

Diante da contínua desvalorização do dólar ante o real, que ontem caiu abaixo de R$ 1,70, o governo já estuda retomar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de dólares no País. A medida funcionaria como um pedágio à entrada de capital externo, que nas últimas semanas se intensificou e vem se tornando um problema para a competitividade dos exportadores. A estimativa é que até o fim do ano o País receba entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões.

A Agência Estado apurou que a alternativa de tributação foi discutida na última terça-feira, em reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a percepção de que é limitado o poder do Banco Central para conter a valorização do real "só" com as compras de dólares.

Aplicações em renda fixa e em títulos públicos seriam taxadas com o IOF, que seria cobrado no momento em que o contrato de câmbio fosse fechado. Não está descartada a possibilidade de incidência em outras operações cambiais, como, por exemplo, aplicação em bolsa, que tem recebido forte afluxo de capital estrangeiro - as empresas mostram grande apetite por colocar ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), com forte interesse estrangeiro pelas emissões, e ainda há situações específicas importantes, como a capitalização da Petrobrás para explorar petróleo no pré-sal.

O impacto da valorização do real sobre a produção e as exportações preocupa a equipe econômica porque a disputa no mercado internacional ficou mais acirrada depois da crise. Por outro lado, técnicos do governo lembram que a valorização do real tem efeitos positivos de reduzir a inflação, baratear o investimento - porque torna as importações de máquinas e equipamentos mais acessíveis - e também acelerar o crescimento no curto prazo.

Com a cobrança do IOF na entrada do capital estrangeiro, o governo adotaria uma medida que não muda a regra do jogo para quem já entrou no País, mas cria um desestímulo a operações meramente especulativas.

Essa taxação não é uma novidade na atual gestão da política econômica. Em janeiro de 2008, para compensar o fim da CPMF, o governo elevou em 0,38 ponto porcentual o IOF para operações de crédito e câmbio. Em março do mesmo ano, retirou o IOF que incidia sobre exportações e colocou a alíquota do tributo em 1,5% para investimentos estrangeiros em renda fixa e títulos públicos. Operações em renda variável ficaram de fora da taxação.

A medida, porém, não mudou a trajetória do real forte. Quando o IOF foi elevado (março de 2008), o dólar era cotado a R$ 1,68, mas continuou caindo até R$ 1,55 em agosto. Pouco depois veio a crise e o dólar foi a R$ 2. Diante da escassez de crédito externo, o governo, em outubro de 2008, zerou as alíquotas de IOF sobre as aplicações de estrangeiros em renda fixa e títulos públicos.

OESP – 16.10.2009


Zona do euro tem deficit comercial inesperado em agosto

da Reuters, em Bruxelas

A zona do euro registrou deficit comercial em agosto, contrariando as expectativas do mercado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Eurostat, a agência europeia de estatísticas.

O deficit comercial nos 16 países que adotam o euro foi de 4 bilhões de euros (US$ 5,97 bilhões) em agosto, contra superavit de 12,3 bilhões de euros (US$ 18,3 bilhões) em julho e saldo negativo de 11,3 bilhões de euros (US$ 16,8 bilhões) um ano antes.

Economistas ouvidos pela Reuters esperavam, em média, superavit de 9,7 bilhões de euros (US$ 14,4 bilhões).

A Eurostat informou que as exportações não-ajustadas caíram 23% na comparação ano a ano, para 89,7 bilhões de euros (US$ 133,7 bilhões), enquanto as importações tombaram 27%, a 93,7 bilhões de euros (US$ 139,7 bilhões).

Com ajuste sazonal, a zona do euro teve superavit comercial de 1 bilhão de euros (US$ 1,49 bilhões) em agosto, abaixo do saldo positivo de 6 bilhões de euros (US$ 8,94 bilhões) visto em julho.

Folha Online – 16.10.2009

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