segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


Corrente de comércio soma US$ 5,432 bilhões na segunda semana de janeiro

Entre os dias 11 e 17 de janeiro de 2010 (segunda semana do mês), a balança comercial brasileira apresentou déficit de US$ 592 milhões (média diária de menos US$ 118,4 milhões), resultante de exportações de US$ 2,420 bilhões (com média diária de US$ 484 milhões) e importações de US$ 3,012 bilhões (média diária de US$ 602,4 milhões). A corrente de comércio (soma das duas operações) totalizou US$ 5,452 bilhões, o que representou negociações médias de US$ 1,086 bilhão por dia útil.

Mês

No mês, as exportações acumulam US$ 4,946 bilhões, com média diária de US$ 494,6 milhões. Por esse critério, o desempenho foi 6,2% maior que o registrado no mês de janeiro do ano passado (US$ 465,8 milhões). Já em relação a dezembro último, quando a média diária chegou a US$ 657,4 milhões, os embarques brasileiros caíram 24,8%.

As importações somaram US$ 5,913 bilhões (média diária de US$ 591,3 milhões) nas duas primeiras semanas de janeiro e, comparando os desempenhos médios diários, cresceram 20,4% sobre o registrado em janeiro do ano passado (US$ 491 milhões) e 5,9% na comparação com dezembro de 2009 (US$ 558,4 milhões).

O saldo comercial brasileiro acumulado nas duas primeiras semanas de janeiro está deficitário em US$ 967 milhões (média diária de menos US$ 96,7 milhões). Esse déficit, também pela média diária, foi 283,9% maior que o registrado em janeiro de 2009 (-US$ 25,2 milhões). Já em relação a dezembro do ano passado, quando a balança comercial brasileira registrou superávit médio diário de US$ 99 milhões, o saldo comercial deste ano está 197,7% menor.

Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará no site www.mdic.gov.br o detalhamento das informações sobre as exportações e importações brasileiras na segunda semana de janeiro.

MDIC – 18.01.2010


Importações superam exportações em US$ 592 mi na 2ª semana de janeiro

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

A balança comercial brasileira registrou deficit de US$ 592 milhões na segunda semana do ano --média diária de US$ 118,4 milhões. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, o saldo negativo é resultado de exportações de US$ 2,42 bilhões e importações de US$ 3,01 bilhões no período de 11 a 17 de janeiro.

Com isso, 2010 acumula um deficit de US$ 967 bilhões na conta comercial, resultado de US$ 5,91 bilhões importados e US$ 4,96 exportados.

Em todo o mês de janeiro de 2009, o resultado foi deficitário em US$ 529 milhões --média diária de US$ 25,2 milhões.

No ano passado, a balança comercial brasileira teve superavit de US$ 25,34 bilhões, com exportações somando US$ 152,9 bilhões e importações de 127,6 bilhões.

Folha Online – 18.01.2010


Aumento do desemprego elevará tentação protecionista, adverte OMC

da France Presse, em Paris
da Folha Online

A tentação protecionista que foi criada pela crise financeira global persistirá devido à deterioração do mercado de trabalho, disse nesta segunda-feira o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy.

Para frear esta tendência, Lamy pediu mais uma vez que ocorra a conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial, lançada em 2001 e paralisada no ano passado por divergências entre as potências industriais e os países emergentes e em desenvolvimento.

"Até agora, de um modo geral, o sistema tem resistido [ao aumento do protecionismo]", disse Lamy durante um evento em Paris sobre a economia global em 2010. "A tentação protecionista, a demanda protecionista, está evidente relacionada com a situação do mercado de trabalho, e sabemos que nos próximos meses, incluindo neste e os dois próximos anos, a situação do mercado de trabalho continuará se degradando."

"Temos que permanecer extremamente vigilantes. Devemos continuar resistindo a esta tendência protecionista", acrescentou, lembrando que "o mais concreto, o mais imediato, seria concluir a negociação de Doha."

Segundo o diretor-geral da OMC, "80% do trabalho [sobre a Rodada Doha] está feito" e a conclusão em 2010 "é perfeitamente possível em termos técnicos". "Resta saber se darão o empurrão final."

Os principais atores das negociações prometem concluir da Rodada Doha neste ano, embora a decisão final vem sendo adiada desde 2005.

Folha Online – 18.01.2010


Noção de Brics com visão unificada "não faz sentido", diz "Financial Times"

da Folha Online

A primeira coisa a se aceitar sobre os Brics (Brasil Rússia, Índia e China) é que a noção de que esses países têm uma visão unificada sobre questões econômicas e em outros assuntos "não faz sentido", diz o diário britânico "Financial Times" ("FT").

"Os interesses frequentemente colidem (...) Fingir que uma 'visão de países emergentes' única se mantém atrasou progressos em outros campos como comércio e negociações sobre o clima", diz o editorial.

O "FT" afirma no texto que as economias dos Brics em conjunto tiveram "uma grande década e mesmo uma grande crise financeira, tanto que passaram a ter seus próprios encontros de cúpula".

Mas "com o poder precisa vir a responsabilidade", e o histórico dos Brics tem sido mais de assumir posições que de construir o diálogo, segundo o jornal. "Pouco tem saído das reuniões dos Brics exceto a exigência familiar de que os países emergentes deveriam ter mais poder de voto no FMI [Fundo Monetário Internacional] --um pedido justo, mas que não demanda uma nova configuração de países para ser feito."

"Na OMC [Organização Mundial do Comércio], o agrupamento de países em desenvolvimento, incluindo exportadores de produtos agrícolas como o Brasil e defensores dos pequenos produtores como a Índia, com frequência afundam ao ponto comum mais baixo, o que pede que os países ricos se mexam para compensar."

O crescimento dos países emergentes pode ser bom para todos, desde que as tensões climáticas e sociais consigam ser generciadas, diz o texto. "É bom para os cidadãos desses países, cujos padrões de vida são transformados, e bom para os países ricos, que ganham importações baratas e mercados maiores para suas exportações", diz o "FT".

"Também é bom para a imagem da economia de mercado mostrar que a escada para a prosperidade não foi jogada fora, ao contrário de algumas opiniões."

"Boa sorte aos Brics, e eles merecem mais voz", diz o "FT", mas esses países precisam reconhecer que ""à medida em que ficam mais ricos e mais poderosos, se abrigar sob a bandeira da solidariedade para com os países em desenvolvimento não vai ajudar nem a eles mesmos nem à economia mundial, na qual eles parecem prontos para desempenar um papel maior".

Transformação

Em outro texto, intitulado "Brics: A Face em Transformação do Poder", o "FT" questiona se, no momento em que o mundo sai da recessão, o "centro e gravidade" da economia e da governança mundiais vão mudar decisivamente. "Estamos em um ponto tal como o da Segunda Guerra Mundial [1939-1945], quando os confiantes e inovadores Estados Unidos ultrapassaram a enfraquecida e endividada Europa e refizeram a arquitetura financeira Global?"

"A resposta mais provável é: ainda não", diz o texto. "Os Brics são um grupo tão díspar que quase toda generalização é problemática, mas a China, o membro dominante do quarteto, ainda parece muito ligada a um modelo econômico dependente da demanda externa."

"As assim chamadas economias emergentes (...) sem dúvida são atores no cenário global", disse ao "FT" o professor de economia política Jean-Pierre Lehmann, a escola de gestão IMD em Lausanne (Suíça). "Mas eu não vejo nenhum cataclismo nos próximos dez anos, nem a mudança do centro das finanças se movendo definitivamente para o leste."

Folha Online – 18.01.2010


Governo restringe instalação de portos privados

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - A nova regulamentação do setor portuário, prevista para ser publicada em fevereiro, deve enterrar os planos de investidores que pretendiam construir terminais no Brasil sem passar por processo de concessão. Muitas empresas ainda acreditavam na possibilidade de reverter as determinações do decreto nº 6.620 para construção de novos empreendimentos. Mas a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) já avisou que a instalação indiscriminada de terminais portuários, como ocorreu a partir de meados desta década, será restringida. "A resolução, que sairá o mais tardar em fevereiro, vai valorizar o conceito de porto público (onde várias empresas operam sob o guarda-chuva de um administrador e prestam serviço a terceiros)", diz o diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho.

Segundo ele, apenas terão autorização (sem concessão) para construir terminais de uso privativo empresas que comprovarem movimentação de carga própria. Se houver ociosidade no porto, essa empresa poderá operar com mercadorias de terceiros, desde que a carga tenha a mesma natureza da atividade principal do porto. Ou seja, se uma empresa constrói um terminal para movimentar granéis sólidos, ela não pode movimentar contêineres, veículos ou granéis líquidos. Quem quiser construir porto para movimentar, sem restrições, carga de terceiros terá de passar por um processo de concessão. "O terminal privativo não deve funcionar como centro de lucro, mas como um centro de custo", diz o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, referindo-se à necessidade de algumas empresas de ter seu próprio porto para ganhar competitividade.

Ele destaca que, no mundo inteiro, há o predomínio de porto público e que no Brasil não será diferente. "O nosso objetivo é evitar uma concorrência predatória no setor e dar maior competitividade à economia brasileira." Na avaliação do ministro, isso não vai impedir o investimento privado. Quem quiser construir um porto para movimentação de terceiros poderá construir. "Só terá de passar por uma concessão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 18.01.2010


Brasil e Áustria querem acabar com a exportação triangular

O comércio entre Brasil e Áustria apresentou alta durante o ano passado, quando comparado com 2008. O fato coloca o país à frente das outras nações da União Europeia, que durante o ano de crise financeira tiveram quedas no comércio com o Brasil, mesmo ao utilizar o comércio triangular como meio de relação.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a corrente de comércio bilateral, entre janeiro e novembro de 2008, foi de US$ 1,078 bilhão, enquanto no mesmo período de 2009 o valor apresentado é de US$ 1,094.

Para o cônsul comercial austríaco, Ingomar Lochschmidt o déficit é irreal, uma vez que a balança comercial com a Áustria deve ser contabilizada por meio triangular. "O Brasil exporta para a Alemanha e para a Holanda, e a Áustria compra a maioria dos produtos brasileiros por meio desses países. É muito difícil para o Brasil vender diretamente para nós, pois não temos portos, então, a balança parece desigual. Deve-se contabilizar as compras e vendas não por meio da estatística de exportação, pois em nenhum país é igual e nenhum país está correto. Devemos observar os números de importação, assim, teríamos dados corretos. Para nós, a balança está equilibrada, pois os números de importação dos dois países é muito próximo".

Contudo, Lochschmidt se contradiz ao afirmar que a Áustria vendeu para o Brasil em 2008 aproximadamente US$ 717 milhões e comprou somente US$ 286.9 milhões. Ele afirmou, ainda, que as relações comerciais devem aumentar em 2010, com a diminuição das compras de produtos básicos e elevação do comércio de produtos manufaturados.

"Hoje em dia, vendem-se commodities para qualquer lugar, no entanto, o importante são os produtos de alta tecnologia, e é isso que o Brasil precisa focar."

Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, o Brasil é competitivo em alguns setores, contudo, o pátio industrial ainda deve se modernizar o suficiente para adentrar em alguns mercados mais avançados.

"O Brasil tem excelentes possibilidades de alavancar suas vendas no mercado externo, principalmente se houver investimentos em tecnologia. As fábricas devem modernizar seus equipamentos e reduzir o custo do produto para elevar a competitividade lá fora. Nós temos um ótimo exemplo com a Embraer e sua aceitação no mercado internacional, além da indústria manufatureira em geral, que tem uma boa parcela de competitividade mundial", argumentou.

Com relação ao comércio triangular, Barral afirmou que o Brasil não possui frotas marítimas para adentrar em todos os portos, igualmente, não possui logística para vender para alguns mercados, mas a tendência é elevar as rotas marítimas.

"Usamos rotas pré-definidas, ou seja, os navios que o Brasil utiliza para entregar suas mercadorias passam por determinados portos, então as vendas para os outros países, como a Áustria são feitas por meio da Alemanha, por exemplo, no qual o País tem relações portuárias. Para alcançar alguns países, e eliminar o comércio triangular, o Brasil teria de investir na compra e fabricação de navios cargueiros e em logística, mas, para isso é necessária vontade do setor privado."

Os dados do Mdic apontam que as importações brasileiras provenientes da Áustria no acumulado de 2009 até novembro, tiveram alta de 9,81% com US$ 913.5 milhões em 2009. Enquanto as exportações recuaram 26,29%.

A razão do aumento nas importações, segundo Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), é a entrada de produtos manufaturados. Ele sinalizou ainda, o elevado déficit comercial entre os países com a crise.

"Não podemos deixar de observar o saldo que está deficitário para o Brasil em US$ 732,1 milhões, valor superior a queda de US$ 585,8 milhões de 2008."

"O Brasil deveria ser mais competitivo e vender em maior quantidade produtos manufaturados, com alto valor agregado. Para isso seria necessário atualizar o setor industrial e reduzir as tributações", disse Segatto.

Para representantes do comércio exterior brasileiro, a Áustria representa uma porta de entrada no bloco econômico e uma parceria fundamental. "Devemos nos preocupar com as importações austríacas, que são maiores do que as exportações brasileiras, contudo, o fato de termos um ótimo relacionamento entre os países e uma alta na corrente comercial demonstra que o Brasil tem muito a ganhar com a relação internacional", concluiu.

DCI – 18.01.2010


Brasil, China e outros emergentes lideram saída da crise, diz FMI

JAIRO MEJÍA
da Efe, em Tóquio

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta segunda-feira que economias emergentes como Brasil, China e Índia lideram a saída da crise global, mas que estas devem se reorientar para um maior consumo interno.

Em entrevista em Tóquio, o responsável pelo FMI disse que a Ásia está marcando o fim da crise econômica mundial, especialmente a China, com números de crescimento semelhantes aos anteriores à crise.

Os dados mais recentes do FMI anteciparam em outubro o fim da recessão em 2010 e consolidaram a Ásia como o motor da recuperação de uma economia mundial que crescerá 3,1% neste ano, um dado que poderia ser revisto para cima na apresentação no final deste mês de um novo relatório de perspectivas da entidade.

Strauss-Kahn, que nesta semana visita Japão e Hong Kong, estimou que as economias emergentes devem se orientar para potencializar a demanda interna, em substituição ao enfoque exportador, e sustentar, assim, seu avanço em um novo contexto econômico.

Segundo ele, o modelo de crescimento da economia global não será o mesmo de antes do "crash" financeiro dos Estados Unidos e sua extensão ao resto do mundo, já que os consumidores americanos deixaram de ser uma peça-chave do desenvolvimento mundial.

De acordo com Strauss-Kahn, muitos acham que o próximo motor mundial serão economias como Brasil, Índia e China, mas isso não será tão fácil, já que os números macroeconômicos não favorecem essa mudança de maneira tão simples.

"As fontes do crescimento da próxima década serão os países emergentes, a economia verde e a tecnologia", disse, acrescentando que, apesar de tudo, líderes tecnológicos como o Japão e os Estados Unidos não serão deslocados nesta transição.

Os números do relatório "World Economic Outlook" ("Perspectivas Econômicas Mundiais") que o órgão apresentará no final deste mês, poderiam mostrar uma volta da China a ritmos de crescimento anteriores à crise, em grande medida, graças às medidas de estímulo e gasto público.

Para Strauss-Kahn, tanto as economias emergentes quanto as desenvolvidas "estão se recuperando mais rápido" do que inicialmente previsto, mas alertou sobre a fraqueza desta melhora e a possibilidade de falta de liquidez.

O diretor-gerente do FMI disse que é cedo demais para retirar as medidas governamentais, a fim de cimentar a recuperação, e lembrou que "as estratégias de saída" serão a chave para não cair de novo na recessão global, que gerou "altos níveis de dívida".

Strauss-Kahn aconselhou aos governos que mantenham as medidas de estímulo até que a melhora da demanda interna seja sustentável.

Essas medidas, que na maioria dos casos significaram injeções de liquidez e ajudas ao consumo, representaram uma despesa de cerca de US$ 2 trilhões no mundo todo, após a crise no sistema hipotecário americano, em 2008.

"Se voltarmos a sofrer uma nova baixa do crescimento, então não sei o que podemos fazer em termos de política monetária. Será muito, muito difícil se recuperar", disse.

O responsável do FMI pediu que os ministros das Finanças e de Economia, e os líderes do G20 (grupo dos países mais ricos e dos principais emergentes), que durante este ano se reunirão em Seul (Coreia do Sul), mantenham o consenso adotado em 2009 para sair da crise.

"Uma das lições mais claras que obtivemos foi a necessidade de melhorar a regulação e, sobretudo, a supervisão do sistema financeiro", disse Strauss-Kahn, acrescentando que não foi feito o suficiente a este respeito.

Além disso, lembrou que ficou evidente que, em um mundo globalizado, é necessário o consenso e um marco comum para fazer frente aos problemas, e reconheceu a necessidade de um novo FMI neste novo cenário.

Folha de São Paulo – 18.01.2010


Diretor do FMI alerta contra retirada de medidas de estímulo

Marcílio Souza, da Agência Estado

TÓQUIO - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, reconheceu que a recuperação econômica global está mais rápida do que o previsto, mas alertou os governos contra a retirada antes da hora de medidas contra a crise. Segundo ele, a demanda do setor privado "ainda está muito fraca" na maior parte dos países, enquanto as taxas de desemprego podem aumentar nos EUA, Europa e Japão nos próximos meses.

"Se você sair cedo demais (das medidas de estímulo), você corre o risco de voltar à recessão", acrescentou. Embora o FMI não esteja prevendo uma recessão com dois vales - ou uma volta da recessão depois um período breve de crescimento - Strauss-Kahn disse que "nunca se sabe. Isso pode ocorrer".

O problema é que muitos governos e bancos centrais já exauriram muitas ferramentas de sua caixa de medidas para sustentar o crescimento, disse ele. Se um fim muito rápido às medidas de estímulo provocar um novo declínio, "eu não sei o que poderemos fazer", disse ele.

Embora Strauss-Kahn não tenha respondido claramente à pergunta sobre o que acha das preocupações em torno do aperto monetário na China, ele disse que "certamente precisamos de um rápido crescimento" naquele país.

Segundo ele, a demanda do setor privado e as condições do emprego, que podem ser os "melhores" indicadores para determinar os prazos da retirada, estão fracas em muitas economias. A demanda privada segue dependente do gasto do governo e "não está em caminho sustentável" em muitos países, disse ele. "Há um risco de aumento do desemprego nos próximos meses" nos EUA e na Europa em relação às suas taxas atuais de 10%, e no Japão, onde hoje o desemprego está em 5%, disse ele.

Ele também destacou que, se os bancos centrais mantiverem os mercados inundados em dinheiro por tempo demais, outros problemas podem surgir, como bolhas de ativos. A continuação do gasto orçamentário agressivo pode aumentar a dívida pública, que já está crescendo em muitas regiões. Ainda assim, esses riscos são superados pelo risco de um novo declínio, e "nosso conselho é ter muito cuidado com a saída cedo demais".

Strauss-Kahn indicou que o mesmo se aplica ao Japão. Embora o governo do país precise de um plano para voltar a um "caminho mais sustentável em termos de política fiscal", "a necessidade de evitar qualquer risco de um novo declínio ainda está aí".

O nível da dívida pública do Japão é o mais alto entre os países industrializados, a 180% do PIB. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 18.01.2010


Ritmo da recuperação na Alemanha perde força, diz banco central

da Reuters, em Frankfurt

O ritmo da recuperação econômica da Alemanha está diminuindo com a redução dos gastos do consumidor em automóveis e no varejo, disse o Bundesbank (banco central alemão) nesta segunda-feira.

Apesar da economia do país ter crescido no quarto trimestre, ajudada pela demanda externa, seu dinamismo está sendo limitado pela queda na demanda doméstica, disse o banco central.

A visão do banco central de que o crescimento pode ter continuado no quarto trimestre contrasta com a avaliação da agência federal de estatísticas alemã na semana passada.

Segundo a agência, a atividade econômica ficou estagnada nos últimos meses do ano passado, após a economia ter encolhido um recorde de 5% no ano como um todo.

"A ausência de aumento nas novas encomendas, o declínio das importações e a interrupção da melhora das expectativas empresariais no médio prazo sugerem que a indústria não vai compensar totalmente a queda da demanda no futuro próximo, a partir da expiração do esquema de incentivo à compra de automóveis", disse o banco central.

"Porém, tendo em vista a continuidade da melhora nas expectativas de exportação e o aumento nas encomendas em setores industriais não diretamente ligados à indústria automobilística, o processo de recuperação parece intacto", acrescentou.

Folha de São Paulo – 18.01.2010

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