quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


NOTÍCIAS

Demanda por frete aéreo dispara quase 25% em dezembro, diz Iata

da Reuters, em Genebra

A demanda por tráfego aéreo de carga subiu quase 25% em dezembro, em um final positivo para o pior ano da indústria de aviação, informou a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), acrescentando que a recuperação da economia está ganhando ritmo.

Mas a entidade divulgou ao mesmo tempo que o setor de aviação enfrentará um duro cenário em 2010 para compensar a demanda perdida em 2009 e lidar com novas exigências de segurança.

"A indústria começa em 2010 com alguns enormes desafios. O pior está atrás de nós, mas não é tempo de comemorar", afirmou o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, em comunicado.

A queda na demanda em 2009, o pior ano da história da aviação, fez com que as companhias aéreas enfrentassem dois anos e meio de queda de crescimento de passageiros transportados e três anos e meio de expansão perdida em fretes de cargas, afirmou ele.

Isso vai exigir que as companhias aéreas se concentrem em equilibrar capacidade e demanda e controle de custos.

"Em termos de demanda, 2009 entrou para a história como o pior ano que a indústria já viu", disse.

A Iata divulgou que o tráfego aéreo de cargas, um termômetro da força do comércio global, em dezembro foi 24,4% maior que um ano antes. O índice de ocupação de aeronaves foi de 54,1.

Para 2009 como um todo, a demanda por transporte aéreo de carga caiu 10,1%, em linha com a previsão da OMC (Organização Mundial de Comércio) de contração das trocas globais. O índice de ocupação de aeronaves foi de 49,1.

A demanda de passageiros subiu 4,5% em dezembro, mas para o ano como um todo houve queda de 3,5%, afirmou na Iata, entidade que concentra 230 companhias aéreas do mundo.

Bisignani afirmou que a indústria de aviação vai enfrentar exigências de segurança mais rígidas depois da tentativa de explosão de um avião de passageiros dos Estados Unidos em 25 de dezembro.

Ele afirmou que as companhias aéreas globais estão investindo US$ 5,9 bilhões por ano em medidas de segurança, algo que é responsabilidade de governos que deveriam pagar a conta.

A Iata prevê que as empresas aéreas vão ter US$ 5,6 bilhões em prejuízos este ano, depois de perdas de US$ 11 bilhões em 2009.

Folha de São Paulo – 27.01.2010

Crise muda ranking de grandes exportadores

A crise acelerou a mudança de perfil dos dez maiores importadores e exportadores do país. O avanço das commodities na pauta de exportações brasileiras, iniciado há alguns anos, intensificou-se em 2009. Como resultado, restou apenas a Embraer como fabricante de manufaturados entre as dez empresas que mais venderam ao exterior no ano passado, em termos de valor. Em 2008, ao lado da Embraer, duas montadoras estavam entre as dez maiores. Em 2005, havia quatro indústrias de manufaturados na lista.

No total, 585 empresas deixaram de vender produtos no exterior no ano passado - um queda de 3% no total de exportadores. Foi o segundo ano consecutivo com queda na quantidade total de companhias que vendem no exterior. Foi a primeira vez, contudo, que o total de grandes exportadores diminuiu - caiu de 260 para 223 o número de empresas com exportações anuais acima de US$ 100 milhões. A principal razão para esse encolhimento no ímpeto exportador foi a concentração das vendas externas nas commodities, que passaram por um vale de preços em 2009.

A queda no número de companhias exportadoras ocorreu em todas as faixas de valores superiores a US$ 40 mil. Entre US$ 10 milhões e US$ 100 milhões, o total de empresas com vendas no exterior caiu de 1.441 para 1.180.

Para o secretário-adjunto de Comércio Exterior, Fábio Martins Faria, a redução nas faixas de maior valor exportado aconteceu em função de uma combinação de fatores. Além da redução de preços de commodities no ano passado, houve também dificuldade dos fabricantes brasileiros de manufaturados para colocar grandes volumes no mercado internacional. "A queda no número de exportadores já era esperada, em função da redução de 22% nos valores totais embarcados em 2009, na comparação com o ano anterior."

"Os preços resultaram num rebaixamento geral das exportadoras para faixas de valores menores", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil. Ele acredita que a redução no número de exportadores reflete o domínio das commodities, principalmente agrícolas, na pauta de exportações e na classificação das que mais vendem ao exterior.

A alteração não se restringiu às exportações. No ranking dos maiores importadores, subiram as montadoras. Entre as dez maiores, estão quatro fabricantes de automóveis: Honda, Fiat, Volkswagen e Toyota. Em 2008, eram apenas duas montadoras. A explicação geral da mudança no caso das montadoras está na importação de insumos para produção voltada ao mercado interno, num ano em que houve queda na demanda internacional. Isso fez elas reduzirem o peso entre os maiores exportadores e aumentarem a participação entre os grandes importadores.

"Essa mudança na classificação das empresas é resultado da tendência de maior exportação de produtos básicos", diz o economista Júlio Callegari, do J.P. Morgan.

"Ao mesmo tempo, em 2010, a combinação do nível de atividade doméstica muito forte com o câmbio apreciado deve fazer com que os exportadores continuem se voltando mais para o mercado interno", completa ele.

A força do mercado não fez diferença apenas para as montadoras de automóveis. Benjamin Sicsú, vice-presidente de novos negócios da Samsung, credita principalmente ao mercado interno a subida do oitavo lugar, em 2008, para a quarta posição em 2009 na classificação das dez maiores importadoras.

Em 2009, a Samsung Eletrônica desembarcou US$ 1,47 bilhão em insumos importados. No ano anterior, US$ 1,55 bilhão. A apesar da redução nos valores totais, Sicsú informa que houve, no ano passado, um aumento no volume e no número de insumos importados. Isso aconteceu em função de novas linhas de produtos. "As câmeras fotográficas e os 'home theaters', por exemplo, passaram a ser fabricados em setembro e outubro de 2008 e pegaram o ano cheio de 2009", diz Sicsú. Para 2010 estão previstos duas linhas novas, de notebooks e ar-condicionado.

Ele explica que a empresa importou mais insumos para elevar a produção para o mercado brasileiro. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da companhia, diz, aumentou 3% de 2008 para o ano passado. Na fábrica da Samsung instalada em Manaus, houve elevação no número de trabalhadores. A empresa fechou com 1.560 funcionários em 2008 e ao fim do ano passado estava com quadro ampliado para 1.990 empregados.

Como resultado, a empresa aumentou seu faturamento entre 10% e 15% em 2009, na comparação com o ano anterior. "O crescimento aconteceu porque houve ganho de 'market share'. Nós éramos o quarto em venda de celulares em 2008 e no ano passado ficamos em primeiro", exemplifica Sicsú.

O aumento de produção interna gerou ritmo vigoroso de importações, explica o executivo, porque os produtos fabricados pela Samsung no Brasil possuem alto índice de insumos produzidos no exterior. "A participação dos importados é em média de 70% do valor dos produtos fabricados no país." Segundo ele, a apreciação da moeda nacional não significa, necessariamente, uma vantagem com a significativa importação de insumos. "Essa redução acaba sendo repassada ao preço interno do produto, porque a concorrência no setor é muito grande."

Fabricante de resinas e petroquímicos básicos, a Braskem subiu de colocação na lista dos maiores importadores, como também dos grandes exportadores. Em 2008, a petroquímica era a 27ª maior importadora. No ano passado, subiu para o sexto lugar. Na classificação dos que mais venderam ao exterior no ano passado, a companhia ficou em sétimo lugar. Em 2008, ela havia ficado em 23º.

O diretor de exportação da Braskem, Edison Terra, explica que o salto no ranking dos maiores exportadores deve levar em consideração que em 2008 houve um cenário atípico. Ele explica que a Braskem teve de janeiro a julho de 2008 paradas programadas de manutenção. "No segundo semestre, quando a empresa estava com sua capacidade industrial renovada, a crise já estava afetando o mercado internacional." Além disso, lembra ele, outras duas centrais petroquímicas também tiveram paradas para manutenção praticamente no mesmo período, o que resultou em menor excedente de produção e uma queda no volume de exportação do setor. Dessa forma, a exportação da Braskem também caiu em 2008.

Em 2009, porém, diz Terra, a empresa foi beneficiada pelo chamado "efeito China", principalmente durante o primeiro semestre. Importante mercado para as resinas termoplásticas da Braskem, a Europa reduziu o volume de exportações, mas a petroquímica destinou suas vendas para os países asiáticos.

"As exportações para a China mais do que compensaram a queda de vendas para o mercado europeu no primeiro semestre de 2009", explica o diretor. Segundo ele, no ano passado os chineses aumentaram em 25% as importações totais de resina. No terceiro e quarto trimestres de 2009, as vendas para os demais mercados apresentaram melhora e, ao mesmo tempo, os preços se recuperaram no mercado internacional, embora tenham terminado o ano passado com valores entre 60% a 70% abaixo do pico de 2008. Para 2010, diz o diretor, a Braskem espera uma demanda chinesa no mesmo nível do ano passado, já que o crescimento de 25% de 2009 elevou bastante o patamar de comparação.

Com exportações puxadas pela China e produção para o mercado interno, diz Terra, a subida na classificação das maiores importadoras foi natural, já que aumentou a demanda pelo insumo importado pela petroquímica.

Valor Econômico – 27.01.2010

Fluxo comercial da OCDE tem forte alta no 3º trimestre

DANIELLE CHAVES - Agencia Estado

LONDRES - O fluxo comercial envolvendo economias desenvolvidas cresceu fortemente no terceiro trimestre do ano passado, o que ajudou a guiar a recuperação econômica global. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual o Brasil não faz parte, o valor das exportações de seus 30 membros aumentou 7,8% em relação ao segundo trimestre, enquanto o valor das importações subiu 8,7%. No período, o volume das exportações dos países do G-7 cresceu 5%, enquanto o volume das importações avançou 4,1%.

Os fluxos comerciais mundiais diminuíram nos últimos meses de 2008 e nos primeiros de 2009, mas começaram a melhorar no segundo trimestre do ano passado e agora parecem estar em alta. Essa melhora foi citada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como uma razão para sua decisão de elevar a previsão para o crescimento da economia global, ontem.

O FMI agora espera que a produção mundial suba 3,9% neste ano e 4,3% no próximo, acima das projeções anteriores de 3,1% e 4,2%, respectivamente. A instituição também prevê que os volumes comerciais crescerão 5,8% neste ano e 6,3% em 2011, acima de 2,5% e 5,2% previstos em outubro, respectivamente.

No entanto, os fluxos comerciais permanecem bem abaixo dos níveis que eram comuns antes da intensificação da crise financeira, em seguida ao colapso do Lehman Brothers, em setembro de 2008. O valor das exportações dos membros da OCDE no terceiro trimestre foi 22,1% mais baixo do que o registrado no terceiro trimestre de 2008, enquanto o valor das importações foi 24,7% menor. As informações são da Dow Jones.

Agencia Estado – 27.01.2010

Câmbio flutuante e o fim dos impulsos monetário e fiscal

Recuperada da crise, a economia corre o risco de superaquecer no próximo ano

Marcelo Kfoury

O ajuste automático do câmbio será ao longo de 2010 por causa das eleições e da diminuição da liquidez americana

A grave crise global do fim de 2008 foi mais um teste de estresse para a política macroeconômica brasileira e novamente o resultado foi um sucesso, garantindo ao Brasil papel de destaque perante outras economias no processo de recuperação da atividade econômica.

As políticas de responsabilidade do Banco Central (BC), monetária e cambial, foram executadas de maneira sensata e correta, ajudando o país a ser um dos primeiros a sair da recessão e voltar a crescer expressivamente já no segundo trimestre de 2009. A política fiscal executada também desempenhou papel importante no momento mais agudo da crise, embora a percepção atual entre os economistas seja a de que não há espaço adicional para mais impulso fiscal.

O regime de câmbio flutuante é comumente apreciado durante períodos de baixa volatilidade cambial. Movimentos bruscos e/ou prolongados em uma única direção, porém, levam a um recrudescimento das críticas que normalmente estão associadas a lobbies de setores que se dizem prejudicados pelo “novo” patamar da taxa de câmbio. No último trimestre de 2008, o expressivo aumento da aversão ao risco global juntamente com o declínio dos preços das commodities produziram uma sobredepreciação (”overshooting”) da taxa de câmbio.

Somando-se a isso as posições no mercado de derivativos de diversas empresas, o pânico no mercado cambial só pôde ser debelado graças à ação imediata e pertinente do Banco Central, que utilizou parte das reservas internacionais para elevar a liquidez evitando, dessa forma, distorções de preço. Em paralelo, a depreciação da taxa de câmbio permitiu um ajustamento da conta corrente (de US$ 28 bilhões em 2008 atingindo um mínimo de US$ 17 bilhões em setembro de 2009), graças ao regime de câmbio flutuante e também à contração da demanda doméstica no primeiro trimestre de 2009. Tal ajustamento permitiu a rápida absorção dos efeitos da crise, levando ao consequente fortalecimento do real.

Nos últimos meses, a forte entrada de capital para a bolsa de valores e o enfraquecimento do dólar a nível mundial fez com que o real testasse novos valores mínimos em relação à moeda americana em termos reais em novembro do ano passado. A natureza da entrada do capital mudou; ao invés de comprar títulos do governo e derivativos a eles lastreados, o capital estrangeiro está sendo direcionado para a bolsa de valores devido à perspectiva mais favorável de crescimento da economia brasileira em relação à mundial. Diante desse cenário, o déficit da conta corrente dobrará em 2010 em relação a 2009 (de US$ 25 bilhões de déficit para US$ 50 bilhões). Dessa forma, o ajuste automático do câmbio flutuante, que ainda não está ocorrendo por causa da forte entrada de capitais, ocorrerá ao longo de 2010 devido à proximidade das eleições, à diminuição da liquidez nos Estados Unidos, além da piora dos fundamentos externos (déficit na conta corrente) da economia brasileira.

No tocante às políticas fiscal e monetária, a questão é como diminuir os atuais impulsos para o crescimento, uma vez que a economia já se encontra quase que plenamente recuperada, correndo o risco de superaquecer no próximo ano. Prevemos uma taxa de crescimento do PIB de 5,9% em 2010, bem acima dos 4,5% estimados para o crescimento do produto potencial.

O superávit primário, que em setembro de 2008 era de 4% do PIB, atingiu cerca de 1% do PIB em outubro de 2009. Tal queda pode ser plenamente justificada pela contração da arrecadação devido aos efeitos da atividade econômica, mas também pelas isenções fiscais nos setores automobilístico e de eletrodomésticos. Contribuiu também para a queda do superávit primário o aumento dos gastos públicos para suavizar a recessão na virada do ano. Porém, não há evidências que o superávit primário voltará a subir ao nível pré-crise em 2010, mesmo diante de um cenário de crescimento acelerado. O Banco Central está usando uma meta de superávit primário de 2,5% do PIB considerando as deduções do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) e os recursos fiscais do fundo soberano no seu cenário de inflação. Nesse sentido, todo o esforço de ajuste para um crescimento não inflacionário ficará a cargo do Banco Central.

Mesmo sendo ano de eleição, acreditamos que o Banco Central não se ausentará em executar a política monetária da mesma maneira autônoma e responsável como vem fazendo durante toda a vigência do regime de metas para a inflação. Na nossa opinião, o voto dos eleitores brasileiros é mais negativamente afetado pela elevação da inflação do que pelo aumento das taxas de juros. Segundo as nossas estimativas, em 2010, se o Banco Central não aumentar a taxa de juros, a inflação atingirá patamar acima de 5% significando perda de credibilidade da autoridade monetária e elevações ainda maiores das taxas de juros em 2011 para que a inflação retorne à trajetória das metas.

Ainda segundo o nosso modelo, seria necessário um aumento de 3,5% na taxa Selic, começando em março de 2010 até setembro de 2010, para garantir que a inflação se situe em torno da meta em 2010 e 2011. Se houvesse coordenação com a política fiscal, tal aumento de juros poderia ser menor, mas infelizmente esse não é o cenário com o qual estamos trabalhando.

Marcelo Kfoury é economista-chefe do Citi Brasil.

Valor Econômico – 27.01.2010

Fluxo de capital a emergentes deve crescer 66% em 2010, diz IIF

da Reuters, em Zurique

O fluxo de capital privado para mercados emergentes deve crescer em até dois terços neste ano, uma vez que países como Brasil e China estão na dianteira da recuperação global, disse nesta terça-feira o IIF (Instituto Internacional de Finanças, na sigla em inglês).

O IIF espera que os fluxos líquidos de capital para mercados emergentes cresçam a US$ 722 bilhões, ante um valor estimado de US$ 435 bilhões em 2009. Os números referentes ao ano passado tiveram suporte numa recuperação do investimento direto e dos empréstimos bancários ao mercado, afirmou o instituto.

Para a associação bancária global, no entanto, os mercados emergentes parecem estar atentos aos riscos do capital especulativo --fluxos de curto prazo à procura de rentabilidade.

O IIF acrescentou que economias maduras precisam apresentar planos com credibilidade para resolver dívidas em crescimento e problemas de liquidez, acrescentou o instituto.

'Enfrentamos uma situação que em meus mais de 50 anos de experiência em bancos é sem precedentes', disse William Rhodes, primeiro vice-presidente do Conselho do IIF, numa coletiva de imprensa em Zurique, na véspera do encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos.

Rhodes acrescentou que a economia mundial está melhorando, mas os riscos permanecem. "A economia global e seu sistema financeiro estão fora de vigilância de emergência", disse ele. "Porém, eles ainda estão longe de estarem saudáveis."

A economia global deve crescer até 3,2% em 2010, após um recuo de 2,5% em 2009, avaliou o IIF. As economias maduras devem avançar até 2,4%, enquanto os mercados emergentes devem subir 6,1% neste ano.

Folha de São Paulo – 26.01.2010

Entrada de dólares do Brasil supera a saída em US$ 10 mi em janeiro

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

A entrada de dólares no Brasil superou a saída até a última sexta-feira (22) e o fluxo cambial está positivo em janeiro em US$ 10 milhões, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central.

Até o dia 18, o valor era positivo em US$ 816 milhões, mas houve grande saída de recursos na quarta-feira e quinta-feira da semana passada. Em todo o mês de dezembro, o saldo foi positivo em US$ 1,98 bilhão.

O setor financeiro --que inclui aplicações, investimentos, gastos e remessas de lucros-- registrou fluxo positivo de US$ 671 milhões, ou seja, entraram mais recursos do que saíram no país nessa conta. Já a área comercial --que registra as compras e vendas de produtos entre o Brasil e outros países-- teve resultado negativo de US$ 660 milhões.

No ano passado, o fluxo cambial foi positivo em US$ 28,7 bilhões --a grande entrada de dólares no Brasil contribuiu para derrubar a cotação da moeda norte-americana.

Reservas

O Banco Central divulgou também dados relativos às intervenções da autoridade monetária no mercado de dólar. Em janeiro, até o dia 22, a autoridade monetária comprou US$ 1,68 bilhão no mercado de dólar à vista, valor que afeta os níveis das reservas internacionais, que até ontem estavam em US$ 241,49 bilhões, segundo o BC.

Folha Online – 27.01.2010

China faz bolsas asiáticas caírem pelo 9º dia consecutivo

Reuters

CINGAPURA - As bolsas asiáticas caíram pelo nono dia consecutivo nesta quarta-feira, 27, com preocupações de que a diminuição do crédito na China possa impedir uma recuperação da economia mundial.

As bolsas europeias operavam em baixa às 7h38 (horário de Brasília), seguindo a tendência na Ásia, com quedas de 1,4% para o índice britânico FTSE 100, de 0,9% para o francês CAC-40 e de 1,3% para o alemão DAX.

O Índice MSCI da Ásia Pacífico exceto o Japão caiu 1% nesta quarta, após perder cerca de 9% nas duas últimas semanas e 2% na última terça-feira, seu menor nível em duas semanas, desde que a China aumentou o depósito compulsório.

O índice japonês Nikkei caiu 0,7% para seu menor nível em cinco semanas, enquanto a Coreia do Sul recuou 0,7%. Xangai teve queda de 1,1% e Hong Kong, de 0,8%.

OESP – 27.01.2010

"BC dos bancos centrais" defende proposta dos EUA para setor bancário

da Efe, em Davos (Suíça)
da Folha Online

O diretor-geral do BIS (Banco para Pagamentos Internacionais), Jaime Caruana, disse nesta quarta-feira em Davos (Suíça) ser favorável às propostas dos Estados Unidos para regular o setor bancário e limitar as atividades e o tamanho dos bancos. O BIS é uma organização internacional responsável pela supervisão bancária, conhecida como "banco central dos bancos centrais".

Caruana afirmou em discurso em um congresso sobre regulação e riscos financeiros do Fórum que "é necessário fazer frente de forma adequada aos riscos sistêmicos" no sistema financeiro. Segundo ele, trata-se de analisar o tamanho dos bancos, a interconexão entre eles, suas atividades e a complexidade para ver os riscos sistêmicos geridos no sistema financeiro.

O Conselho de Estabilidade Financeira, órgão do BIS encarregado da supervisão, apoiou recentemente as propostas dos EUA, já que estão na linha de opções e aproximação que considera em seu trabalho.

Caruana disse à agência de notícias Efe que as propostas dos EUA "entram da categoria estudada nos fóruns internacionais, e há vantagens e inconvenientes". Acrescentou que esses fóruns internacionais apresentarão suas propostas em outubro deste ano, e cada país vai ter uma categoria de opções.

Obama

Na última quinta-feira (21) o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou um plano para limitar o tamanho e as atividades dos bancos e de outras instituições financeiras do país. A medida pretende conter os riscos excessivos assumidos por essas entidades e evitar, assim, que uma crise como a que abalou a economia mundial desde 2008 se repita.

O presidente e a equipe econômica do governo vão, segundo o texto da proposta, garantir que nenhum banco ou instituição financeira que controle um banco possua, invista ou patrocine fundos "hedge" (de alto risco) ou fundos de participações ("private equity") ou operações não ligadas a serviços ao consumidor para seu próprio lucro.

Além disso, Obama propôs um limite mais abrangentes para conter o crescimento excessivo nas carteiras de créditos das maiores empresas financeiras, suplementando a regra já existente de limitação a depósitos.

No domingo (24) a ministra da Economia da França, Christine Lagarde, disse que as restrições ao tamanho e às atividades dos bancos anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "correspondem plenamente com as posições sustentadas pela França".

Já o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, teria dito que as medidas contra os bancos seriam uma interferência da política partidária na política econômica, segundo fontes do setor financeiro --o secretário, no entanto, não manifestou publicamente suas opiniões.

Folha Online – 27.01.2010

Exportações do Japão crescem 12,1% em dezembro

Marcílio Souza, da Agência Estado

TÓQUIO - As exportações do Japão cresceram 12,1% em dezembro na comparação com igual mês de 2008, para 5,413 trilhões de ienes (US$ 60,4 bilhões), o primeiro aumento nessa base de comparação em 15 meses. A sequência de declínios, que inclui a queda recorde de 49,4% registrada em fevereiro de 2009, foi uma consequência da crise mundial.

O aumento das exportações em dezembro superou a previsão média de analistas consultados pela Dow Jones, que era de alta de 8,6%. O resultado também contribuiu para que a balança comercial japonesa registrasse um superávit de 545,3 bilhões de ienes em dezembro de 2009, saindo do déficit de 322,2 bilhões de ienes de dezembro de 2008.

As exportações para a China aumentaram 42,8%, para 1,071 trilhão de ienes e, para a Ásia como um todo, expandiram-se 31,2%, para 3,031 trilhões de ienes. As exportações para a União Europeia aumentaram 1,4%, para 641,3 bilhões de ienes, a primeira alta em 17 meses.

Em 2009, as exportações japonesas registraram uma queda recorde de 33,1%, para 54,183 trilhões de ienes. As importações também apontaram um recuo recorde, de 34,9%, para 51,375 trilhões de ienes. A balança comercial japonesa, portanto, ficou superavitária em 2,808 trilhões de ienes em 2009. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado – 27.01.2010

Ameaça de fim de benefício acelerou fusões no Brasil

AE - Agencia Estado

BRASÍLIA - A decisão do governo de estudar mudanças na regra tributária, que tem incentivado incorporações de empresas, provocou uma corrida de investidores para acelerar a conclusão dessas operações no fim de 2009. Escritórios de advocacia que assessoram esse tipo de negócio verificaram aumento no número de operações nesse período, depois que tributaristas passaram a receber informações sobre a possível alteração.

O governo avalia reduzir as possibilidades de as empresas abaterem de seu lucro o ágio pago na incorporação de outras companhias. O benefício, que vigora desde 1997, é encarado como incentivo aos investimentos, já que a dedução do ágio reduz a base de incidência do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que abocanham cerca de 34% do ganho das companhias.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, confirmou que a equipe econômica estuda o aproveitamento tributário do ágio, mas ainda não há decisão. "Foi uma legislação, feita na época da privatização, que sobrou. Há uma discussão sobre a desnecessidade dessa legislação." Machado preferiu não dar mais detalhes das discussões por causa dos impactos que a mudança pode ter sobre os negócios. "É uma discussão que vamos colocar na rua na hora que tivermos definição de quando fazer e se vamos fazer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 27.01.2010

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