sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


MDIC ajusta números da balança comercial de 2009

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informa que o valor das exportações brasileiras, de dezembro de 2009, fica alterado de US$ 13,720 bilhões para US$ 14,463. Essa mudança ocorreu em razão da inclusão de operações de exportação de energia elétrica, no valor de US$ 758 milhões. Além disso, também em dezembro do ano passado, foram excluídos outros US$ 15 milhões, referentes a ajustes nos demais produtos, de acordo com dados mais recentes do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

Com isso, as exportações totais de 2009 passaram de US$ 152,252 bilhões para US$ 152,995 bilhões. Houve também ligeiro ajuste no valor total das importações, registradas ao longo de 2009, que passaram de US$ 127,637 bilhões para US$ 127,647 bilhões. Com essas mudanças, o superávit comercial (diferença entre as exportações e importações) do ano passado subiu de US$ 24,615 bilhões para US$ 25,348 bilhões.

Conforme informado pelo secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, na entrevista coletiva na qual comentou os dados da balança comercial, em 4 de janeiro de 2010, as operações de exportação de energia elétrica não haviam sido incluídas nos números de dezembro porque a Secex precisava verificar oito Registros de Exportação (RE) ocorridos no Siscomex no dia 30 do mês passado.

De acordo com informação da empresa responsável pela venda de energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão anuente para as referidas exportações, esses registros referem-se à regularização de exportações de energia elétrica efetuada à Argentina, em 2007 e 2008.

Na metodologia de apuração das exportações e importações empregadas pelo Siscomex, é considera a data de desembaraço das operações de comércio exterior. Como os registros foram regularizados no sistema no dia 30 de dezembro de 2009, essas operações foram incluídas no mês dezembro de 2009.

Nações Unidas

As exportações e importações de energia elétrica passaram a ser incluídas na balança comercial brasileira a partir de 2006, conforme estabelecido pela Instrução Normativa nº 649, de 28 de abril de 2006, da Secretaria da Receita Federal (publicada no Diário Oficial da União em 03 de maio de 2006), e Notícias Siscomex nº 56/2006 e Notícias LI nºs 64, 67 e 68/2006, que instruem sobre o preenchimento dos documentos para a exportação e importação de energia elétrica. Anteriormente, essas operações eram computadas na balança de serviços.

Assim, o Brasil passou a atender às orientações da Divisão de Estatística da Organização das Nações Unidas (ONU), no sentido de registrar na balança comercial a comercialização externa de energia elétrica.

MDIC – 08.01.2010


Exportação do agronegócio do Brasil cai 9,8% em 2009 ante 2008

da Reuters, em Brasília

As exportações do agronegócio brasileiro caíram 9,8% em 2009 em relação ao ano anterior, atingindo US$ 64,7 bilhões, informou nesta sexta-feira o Ministério da Agricultura.

O recuo no ano passado deu-se com a retração dos preços em meio à crise financeira mundial, já que o volume de exportações se manteve praticamente estável ante 2008, com queda de 0,4%.

Para 2010, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, previu um crescimento nas exportações em volumes, evitando fazer estimativas sobre preços.

"Acredito que uma projeção de 5% para este ano é bastante plausível", declarou o ministro a jornalistas, ao divulgar detalhes da balança comercial do setor no ano passado.

Em 2009, as importações de produtos agropecuários caíram 16,9%, passando de US$ 11,8 bilhões em 2008 para US$ 9,8 bilhões, deixando o superávit da balança do agronegócio em US$ 54,9 bilhões.

Segundo o ministério, a diminuição das exportações agropecuárias foi menor que a dos demais produtos exportados pelo Brasil, que apresentaram queda de 30%. A participação do agronegócio nas exportações totais brasileiras aumentou de 36,3% em 2008 para 42,5% em 2009.

O complexo soja manteve a liderança do ranking de setores exportadores do agronegócio, representando 26% das exportações em 2009, seguido pelas carnes, com 18%, e do complexo sucroalcooleiro, com 15%.

Entretanto, o complexo soja apresentou no ano redução de 4,1% do valor exportado (de US$ 17,98 bilhões para US$ 17,24 bilhões), "resultado da variação negativa dos preços com variação positiva na quantidade exportada".

O volume exportado de soja em grãos foi 16,6% maior, passando de 24,5 milhões de toneladas para um recorde de 28,5 milhões de toneladas.

No ano passado, a Ásia assumiu a posição de principal mercado de destino das exportações do setor. Após um aumento de 16,7%, os asiáticos respondem por 30,4% das exportações totais do Brasil.

A União Europeia, cuja participação diminuiu de 33,1% para 29,3%, foi deslocada para a posição de segundo mercado de destino. As exportações para o bloco apresentaram redução de 20,2%.

Recorde

Em dezembro, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 4,981 bilhões, uma alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2008 e o melhor resultado para o mês, segundo o comunicado do ministério.

As importações alcançaram US$ 1,005 bilhão, 13,2% a mais que em dezembro de 2008, e a balança comercial registrou um superávit de US$ 3,975 bilhões.

O setor de carnes liderou as vendas externas em dezembro, com exportações de US$ 1,072 bilhão, aumento de 22,8%, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Para a carne de frango in natura, houve crescimento de 28,5% no valor exportado e de 19,4% na quantidade exportada.

As exportações de carne suína in natura apresentaram incremento de 34,2% na quantidade embarcada e de 21,6% no valor exportado. Já a carne bovina teve alta de 26,8% na quantidade embarcada, com aumento do valor exportado de 32,2%.

Folha de São Paulo – 08.01.2010


Iene anima Bolsas da Ásia, mas política chinesa sobre juros preocupa

da Reuters, em Cingapura

A Bolsa de Tóquio (Japão) fechou na máxima em 15 meses nesta sexta-feira, conforme o iene caiu ante o dólar, impulsionando a maioria dos demais mercados acionários da Ásia. A China, por outro lado, foi abatida por temores sobre um aperto da política monetária para conter o crescimento.

A Bolsa japonesa ganhou 1,09%, indo para 10.798 pontos. O destaque de alta ficou com exportadoras como a Honda Motor, que saltou 3%, em meio a expectativas de que a fraqueza do iene torne seus produtos mais competitivos. Outro impulso veio das empresas relacionadas a chips de memória, devido à crescente demanda global.

"As ações de exportadores provavelmente continuarão sendo bem negociadas por um tempo, auxiliadas pelo fraco iene", disse Kenichi Hirano, do Tachibana Securities.

O dólar atingiu pico em quatro meses ante o iene, por expectativas de um dado forte de postos de trabalho dos Estados Unidos, previstos para às 11h30 (em Brasília), mas depois reduziu parte da alta depois que o ministro das Finanças do Japão, Naoto Kan, dizer que os mercados é que devem determinar o câmbio. Na véspera, ele havia dito que queria ver um enfraquecimento do iene para ajudar os exportadores.

A Bolsa de Seul (Coreia do Sul) fechou em alta de 0,70%, indo para 1.695 pontos; a de Taipé (Taiwan) mostrou ganhou de 0,53%, indo para 8.280 pontos; e a de Cingapura avançou 0,33%, indo para 2.922 pontos.

Pela região, a Bolsa de Sydney (Austrália) subiu 0,26%, para 4.912 pontos.

A Bolsa de Xangai teve alta de apenas 0,10%, para 3.195 pontos, e a de Hong Kong teve alta de 0,12%, a 22.296 pontos.

O ânimo nesses mercados foi contido por preocupações sobre a possibilidade de Pequim adotar mais medidas para conter a inflação. O índice chinês chegou a cair 1%. Na véspera, o banco central surpreendeu o mercado ao elevar a taxa de juro dos títulos de três meses pela primeira vez desde agosto.

Folha de São Paulo – 08.01.2010


França quer regulação das taxas de câmbio na agenda do G20

da Efe, em Paris

O primeiro-ministro francês, François Fillon, criticou nesta sexta-feira as "distorções" atuais nas paridades monetárias mundiais e considerou que o G20 (grupo dos principais países ricos e emergentes) deve se encarregar de regulá-las, além de pedir à UE (União Europeia) que promova "uma verdadeira política de crescimento".

"A regulação da taxa de câmbio tem vocação para entrar na agenda do G20", declarou Fillon, em conferência realizada em Paris sobre as reformas do capitalismo, e insistiu em que "as paridades monetárias devem refletir melhor os fundamentos econômicos", porque as "distorções" que ocorrem agora prejudicam a orientação dos capitais.

O primeiro-ministro defendeu a ideia anunciada ontem pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que disse que a reforma do sistema monetário internacional por meio de um mecanismo "multimonetário" será uma das prioridades da França durante sua presidência do G20 e do G8 (os sete países mais desenvolvidos e a Rússia), no ano que vem.

Fillon considerou hoje que 2010 "será um ano de transição" nas mudanças dos organismos de gestão internacional, e adiantou que "a França terá a honra de conduzir o processo de aproximação das instâncias, com uma cúpula única sob a presidência francesa em 2011".

Segundo o primeiro-ministro, levando em conta que "o capitalismo não vai se reorientar espontaneamente", considerou que "é preciso criar novas regras para o jogo mundial baseadas na coordenação de políticas econômicas", pelo menos em três terrenos: o comércio internacional, as estratégias nacionais de saneamento das finanças públicas e as paridades monetárias.

"Nossa prioridade deve ser impedir a bolha especulativa da economia e evitar a volta da especulação financeira, dos objetivos financeiros a curto prazo ou da decadência da cooperação internacional", argumentou.

Fillon também insistiu que "nosso dever é prevenir o mal", porque, com o nível de endividamento dos países desenvolvidos, não há margem para novas ajudas dos Estados.

O primeiro-ministro manifestou esperança em que o atual semestre de presidência espanhola da UE destaque o trabalho em "uma política econômica coerente que permita os países do bloco crescerem de forma organizada", para que "a UE possa ser no futuro um dos espaços mais prósperos e influentes do mundo".

"Temos que iniciar este verdadeiro governo econômico europeu" porque, sem ele, "não é possível nenhuma coordenação das políticas", nem a prevenção de choques internos ou externos na zona do euro, argumentou.

Folha de São Paulo – 08.01.2010


Economia mundial mostra "sinais de recuperação mais forte", diz organização

da Efe, em Paris
da Folha Online

A economia mundial mostrou "sinais de uma recuperação ainda mais forte" em novembro do ano passado que o expressado nos meses anteriores, segundo os indicadores publicados hoje pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Os indicadores compostos avançados da OCDE passaram acima de sua tendência a longo prazo nas sete principais economias do mundo, o que representa "uma perspectiva de crescimento".

Esses mesmos indicadores continuam mostrando uma recuperação econômica nas grandes economias dos países não membros da organização, indicou a OCDE, em comunicado.

O indicador composto avançado para a OCDE aumentou para 102,3 pontos, contra 101,4 na leitura de outubro. Nos Estados Unidos o indicador ficou em 100,9 pontos, contra 99,8 em outubro.

Na zona do euro, o indicador aumentou para 104,6 pontos, contra 103,5 em outubro, enquanto no Reino Unido o índice subiu de 104,5 para 105,7 pontos. No Japão, índice subiu para 101,2 pontos, contra 100 um mês antes.

No Brasil, o índice aumentou para 100,9 pontos em novembro, contra 100,1 pontos um mês antes. O indicador composto na China subiu para 100,5 pontos, contra 100,3 um mês antes; Na Índia, o indicador passou de 99,3 para 99,4 pontos; e na Rússia (fechando o bloco dos Brics) o índice subiu de 96,9 para 98 pontos.

A OCDE é formada por: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça e Turquia.

No último dia 15 a organização formalizou o convite para que o Chile se torne seu 31º membro. Após o convite, ficaram na fila para entrar no grupo: Eslovênia, Estônia, Israel e Rússia.

A OCDE ainda acompanha a evolução das economias de Brasil, China, Índia, Indonésia e África do Sul.

Folha Online – 08.01.2010


Concluir Rodada Doha ajudaria a combater a crise, diz Amorim

da Efe, em Paris

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez nesta quinta-feira um chamado para conquistar um acordo que permita fechar a Rodada Doha para a liberalização do comércio mundial, porque isso contribuiria para combater a crise.

"É preciso concluir a rodada de Doha", assinalou Amorim, após lembrar que as negociações na OMC (Organização Mundial do Comércio) estiveram próximas do acordo, e que este é um dos pontos que não se resolveram com sucesso na mobilização internacional frente à crise econômica.

O ministro brasileiro participou, em Paris, de uma reunião intitulada "Novo mundo, novo capitalismo".

Amorim concordou com a afirmação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que também discursou na conferência, em que a reunião de Copenhague "não foi um fracasso total", na medida em que "há uma orientação em que todos os envolvidos devem seguir".

No discurso, Sarkozy também pediu uma decisão sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, e insistiu que não é possível continuar com a situação atual em que a América Latina e a África não têm representação nessa instância de forma permanente.

Amorim destacou que o G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes) foi o instrumento de ação internacional diante da crise, e por enquanto "é uma instância necessária de mediação".

Mas especificou que não pode ser a nova estrutura de gestão na escala mundial porque não é representativa, como não o era no passado o G8 (os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia).

Com relação a isso, reivindicou uma reforma das instituições formais, e se mostrou satisfeito com o início do trabalho para mudar a organização do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

O chefe da diplomacia brasileira disse que a crise mostrou a emergência dos países em desenvolvimento e pôs em evidência que o Brasil deve estar presente na gestão dos assuntos mundiais.

Explicou que seu país resistiu melhor que as grandes potências ocidentais, e atribuiu isso, entre outras coisas, às políticas sociais, que contribuíram para alimentar a demanda interna, e ao feito que o comércio exterior brasileiro é bastante equilibrado.

Amorim considerou, por último, que a crise "fez emergir o ceticismo frente à capacidade do mercado para oferecer soluções a tudo".

Folha de São Paulo – 07.01.2010


Amorim pede acordo para encerrar a Rodada de Doha

SÃO PAULO - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez ontem um pedido para conquistar um acordo que permita fechar a Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial, porque isso, segundo ele contribuiria para combater a crise.

"É preciso concluir a Rodada de Doha", disse Amorim, após lembrar que as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) estiveram próximas do acordo, e que este é um dos pontos que não se resolveram com sucesso na mobilização internacional frente à crise econômica. O ministro brasileiro participou, em Paris, de uma reunião intitulada "Novo mundo, novo capitalismo".

Amorim concordou com a afirmação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que também discursou na conferência, em que a reunião de Copenhague "não foi um fracasso total", na medida em que "há uma orientação em que todos os envolvidos devem seguir".

No discurso, Sarkozy também pediu uma decisão sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, e insistiu que não é possível continuar com a situação atual em que a América Latina e a África não têm representação nessa instância de forma permanente.

O ministro destacou que o G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes) foi o instrumento de ação internacional diante da crise financeira, e por enquanto "é uma instância necessária de mediação".

No entanto, especificou que não pode ser a nova estrutura de gestão na escala mundial porque não é representativa, como não o era no passado o G8 (os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia).

Com relação a essa afirmação, ele reivindicou uma reforma das instituições formais, e se mostrou satisfeito com o início do trabalho para mudar a organização do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O chefe da diplomacia brasileira disse que a crise mostrou a emergência dos países em desenvolvimento e pôs em evidência que o Brasil deve estar presente na gestão dos assuntos mundiais.

Explicou que seu país resistiu melhor que as grandes potências ocidentais, e atribuiu isso, entre outras coisas, às políticas sociais, que contribuíram para alimentar a demanda interna, e ao feito que o comércio exterior brasileiro é bastante equilibrado.

O ministro brasileiro considerou, por último, que a crise "fez emergir o ceticismo frente à capacidade do mercado para oferecer soluções a tudo".

DCI – 08.01.2010


Importação de carros supera exportação pela 1a vez desde 1995

As importações de veículos pelo mercado brasileiro em 2009 superaram as exportações em unidades pela primeira vez desde 1995, informou nesta quinta-feira a associação que representa as montadoras no país, Anfavea.

O déficit do comércio externo foi de 13,6 mil unidades em 2009. Em 1995, o volume importado havia superado as vendas externas em 103 mil unidades.

O Brasil importou 488,87 mil veículos em 2009, um aumento de 30,3 por cento sobre 2008, e a participação desses veículos no total de vendas passou de 13,3 para 15,6 por cento.

Para o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, a participação das importações nas vendas internas ficará entre 15,5 e 16 por cento em 2010. Segundo ele, as condições de recuperação da economia brasileira a partir de meados de 2009 vão se firmar em 2010, o que ajuda a estimular as compras de produtos fabricados em outros países pelos consumidores.

"Se permanecer nesse percentual, e recuperarmos exportações, é possível conviver com isso (o aumento das importações)", disse Schneider a jornalistas.

A indústria encerrou o ano passado com vendas internas de 3,14 milhões de veículos, um crescimento de 11,4 por cento sobre 2008 e recorde do setor.

As exportações de veículos somaram 475,28 mil unidades em 2009, um tombo de 35,3 por cento ante 2008. Esse volume é o mais baixo desde 2002, quando foram enviadas ao exterior 424 mil unidades, segundo a Anfavea.

Em valores, as exportações brasileiras no ano passado foram as menores desde 2003. As vendas externas da indústria nacional corresponderam a 8,29 bilhões de dólares. Em 2003, tinham sido de 5,64 bilhões de dólares, enquanto em 2008 somaram 13,93 bilhões de dólares.

Entre os fatores apontados pelo setor para a queda nas vendas externas está a valorização do real contra o dólar, que também ajuda as importações, e a fraca demanda nos mercados consumidores do Brasil, por conta da crise internacional.

Do volume total importado de janeiro a novembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) citados pela Anfavea, 58 por cento veio da Argentina, um total de 244,11 mil unidades.

A Coréia do Sul aparece em segundo, superando de forma consistente o México pela primeira vez, com participação de 19 por cento das importações. O México ficou com fatia de 11,2 por cento, e a União Europeia surge em seguida com 5,6 por cento.

Em 2008, a participação da Argentina era de 57 por cento. A Coréia tinha 14,6 por cento; o México, 14,2 por cento; e a União Europeia, 6,7 por cento.

Segundo o presidente da Anfavea, o setor retomou no final do ano passado conversas para um acordo automotivo com a União Europeia, mas ainda "é muito cedo" para dizer se haverá alguma acerto já em 2010.

DCI – 07.01.2010


Setor de TI quer desoneração tributária para aumentar competitividade

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Embora o governo tenha regulamentado em 2009 a Lei 11.774, que permite a redução da contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por empresas brasileiras exportadoras de tecnologia da informação e comunicação (TIC), a Associação Brasileira das Empresas de TIC (Brasscom) considera que ainda há muito a fazer na área tributária para elevar a competitividade do setor nacional.

“Isso representa, aproximadamente, uma redução de 10% a 15% da carga tributária para a exportação”, informou à Agência Brasil o presidente da Brasscom, Antonio Gil. “Foi muito positivo e vai dar uma competitividade maior para as empresas brasileiras”.

Ele afirmou, entretanto, que os custos da mão de obra nacional são muito altos e equivalem ao dobro do custo de países como a Índia, por exemplo. “Na verdade, a nossa capacidade em TI, que é reconhecida no mundo inteiro, é que vai nos ajudar a fazer ofertas diferenciadas porque em termos de mão de obra a gente não tem condições de competir”, avaliou.

Uma questão crítica para a indústria está relacionada à legislação de terceirização que, segundo o presidente da Brasscom, cria passivos para as empresas. Outro problema é o aumento das alíquotas para seguro de acidentes de trabalho. “Era descontado 1% da folha e agora foi alterado, podendo chegar a até 6% da folha, dependendo do tipo de empresa. São ônus que atrapalham bastante o setor”, disse Gil.

Ele lembrou que as oportunidades são grandes para o setor de TIC, tanto no mercado interno quanto externo. O campo com maior potencial de crescimento para o setor brasileiro é o de serviços financeiros, onde o país é o mais avançado do mundo, seguido pela indústria de distribuição e manufatura. O presidente da Brasscom afirmou que a qualificação do profissional brasileiro em TIC “é excepcional”. O que falta no país “é escola e banda larga”, disse. Atualmente, há cerca de 1,7 milhão de pessoas trabalhando nessa indústria no Brasil.

Antonio Gil reiterou a necessidade de que haja uma desoneração na parte do custo do trabalho. “Já houve parcialmente, por conta da regulamentação dessa lei, mas ainda não é suficiente”. Para se ter uma idéia, disse ele, uma hora de trabalho de um profissional do setor de TIC no Brasil custa, em média, US$ 50. “Na Índia, custa US$ 20 ou US$ 30”.

Gil assegurou que cabe à sociedade brasileira entender que a participação nacional no mercado externo de TIC é muito reduzida. “O mercado mundial de offshore (terceirização de serviços fora do país de origem) será de US$ 100 bilhões e o Brasil exporta apenas US$ 3 bilhões”.

O presidente da Brasscom lembrou ainda que o mercado brasileiro atrai também empresas estrangeiras que querem se instalar no país para exportar serviços e por isso é preciso ampliar a competitividade. “Então, no mundo globalizado, com internet, se você não atacar, leva gol”.

Edição: Graça Adjuto

Agência Brasil – 08.01.2010

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