terça-feira, 29 de junho de 2010


NOTÍCIAS


Governo é responsável pelo aumento da importação

Até há pouco tempo o Brasil importava, para produzir bens de consumo duráveis, essencialmente matérias-primas e bens intermediários. Mas, nos últimos meses, começou a se verificar um forte aumento das importações dos bens de consumo duráveis, acompanhado da retirada dos incentivos fiscais para automóveis e produtos da linha branca.

De janeiro a maio, as importações de bens intermediários exibiram a maior participação nas importações brasileiras (47,2%) e, em comparação com o mesmo período de 2009, apresentaram crescimento de 46,5%. No entanto, no mesmo período as importações de bens de consumo duráveis, que somaram US$ 6,390 bilhões, tiveram aumento de 69,1% (75,1% no caso de automóveis).

Não se pode responsabilizar a taxa cambial, que, aliás, se está desvalorizando ligeiramente nos últimos meses. Na realidade, registrou-se um forte aumento da importação de bens de consumo duráveis após a extinção dos incentivos fiscais, dando a impressão de que os consumidores descobriram que o Brasil tinha uma carga tributária exagerada, enquanto os fornecedores estrangeiros se aproveitaram deste momento para reduzir seus preços em cerca de 6,5%.

A importação de geladeiras e refrigeradores aumentou 240%; a de lâmpadas cresceu 208%, causando o fechamento de algumas indústrias do setor.

Não há dúvida de que a migração dos produtos nacionais para os bens importados tem sua origem nos melhores preços oferecidos pelos produtores estrangeiros. O governo deveria refletir sobre esse fato, e não pensar que é apenas a taxa cambial que pode explicá-lo.

O Brasil produz a um custo elevado por diversas razões, e a principal é a alta carga tributária que as empresas enfrentam, mesmo que possamos imaginar que repassem essa carga aos seus consumidores. Isso ficou demonstrado com os incentivos fiscais que o governo ofereceu a alguns produtos, cujo volume de venda cresceu imediatamente. Infelizmente, o governo não soube tirar a devida lição dessa experiência. A isso se acrescenta o alto custo da política salarial, especialmente quando se trata do desligamento de um assalariado. Sem falar na herança dos portugueses que remonta aos tempos do Brasil colônia, o custo administrativo, que exigiria uma profunda desburocratização do País.

Se o País se livrasse desses pesos, não haveria apenas redução das importações, mas também um aumento das exportações.

OESP – 29.06.2010

Moeda chinesa ainda está desvalorizada, afirma FMI

DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON

O FMI (Fundo Monetário Internacional) considera que o yuan continua desvalorizado apesar da recente apreciação permitida pelas autoridades de Pequim, afirmou na segunda-feira seu diretor-gerente, Dominique Strauss-Kahn.

"Ainda acreditamos -- e essa é uma opinião geral no Fundo -- que o yuan está desvalorizado", declarou o diretor-gerente do FMI, durante coletiva de imprensa em Washington.

"A valorização do yuan vai em boa direção, e continuamos pressionando a seu favor, mas há muitos outros desequilíbrios (econômicos mundiais) que não serão corrigidos com uma simples modificação da taxa de câmbio", completou.

A China anunciou em 19 de junho ter decidido favorecer uma maior flexibilidade na flutuação de sua moeda e continuar a reforma do mecanismo de taxas de câmbio do yuan Essa decisão foi cumprimentada pelos Estados Unidos, que a exigia há muito tempo, e pelo FMI, e diversos países também manifestaram apoio à flexibilização.

Folha de São Paulo – 29.06.2010

China terá medidas antidumping para produtos de aço e ferro da União Europeia

DA EFE, EM PEQUIM

O Ministério chinês de Comércio anunciou a imposição de medidas antidumping a produtos de aço e ferro importados da UE (União Europeia), por considerar que prejudicaram o mercado interno.

Segundo informou a agência oficial de notícias "Xinhua", o Ministério de Comércio chinês indicou que serão aplicadas taxas entre 6,1% e 26% nos produtos durante um período de cinco anos.

O ministério acrescentou que a indústria nacional sofreu grandes "danos" provocados pelo dumping aplicado pela UE nestes produtos no mercado nacional.

A China impôs no último dia 28 de dezembro medidas temporárias antidumping contra a importação de sistemas de fixação de aço procedentes da União Europeia com tarifas entre 16,8% e 24,6%.

O Ministério entende que esses produtos estão sendo vendidos ao mercado chinês abaixo de seu preço de custo, prejudicando a indústria siderúrgica da China, maior produtor mundial de aço.

Folha de São Paulo – 29.06.2010

Euro cai à mínima desde 2001 ante o iene

Às 9h53, o euro caía para 108,33 ienes, de 109,78 ienes ontem; frente ao dólar, o euro cedia para US$ 1,2211, de 1,2276

Cynthia Decloedt, da Agência Estado

LONDRES - O euro está entre as moedas mais castigadas nesta manhã pela aversão ao risco, atingindo sua menor cotação desde o final de 2001 contra o iene, a menor desde o final de 2008 frente a libra esterlina e novo recorde de baixa ante o franco suíço. A preocupação com as perspectivas para o crescimento econômico global, em virtude de uma revisão em baixa de um indicador de abril da China, e com a capacidade de financiamento do setor financeiro europeu, provocam fuga dos investidores de ativos de maior risco.

Contra o iene, o euro cedeu a 107,80 ienes, a menor cotação desde novembro de 2001; frente a libra, o euro foi a 0,8114 libras, mínima em 19 meses; e despencou à mínima recorde de 1,3239 franco suíço. Outras moedas sensíveis ao risco como o dólar australiano, da Nova Zelândia e do Canadá também apresentavam fortes perdas nesta manhã.

Às 9h53 (de Brasília), o euro caía para 108,33 ienes, de 109,78 ienes ontem; frente ao dólar, o euro cedia para US$ 1,2211, de 1,2276 no fim da tarde de ontem em Nova York.

Os participantes estão preocupados com a capacidade de os bancos dos países periféricos da zona do euro cumprirem com suas obrigações depois do fim da linha de empréstimos do BCE. Os bancos deverão pagar 442 bilhões de euros na quinta-feira, o que deverá resultar em uma forte redução da liquidez e em uma pressão de alta sobre as taxas dos mercados monetários.

O mercado está ansioso também com a volta da Grécia ao mercado no mês que vem. Ontem, uma fonte do Ministério das Finanças da Grécia disse que o governo do país pretende emitir entre € 4 bilhões e € 4,5 bilhões em títulos de curto prazo no começo de julho, para rolagem de dívida. As informações são da Dow Jones.

OESP – 29.06.2010

França pode levar até 10 anos pra sair da crise, diz banco francês

DA EFE, EM PARIS

O presidente do Banco da França, Christian Noyer, afirmou nesta terça-feira que serão necessários "de cinco a dez anos" de rigor orçamentário para o país poder sair totalmente da crise atual.

Caso a França tente se recuperar de forma mais rápida "podemos ter um efeito negativo sobre o crescimento", disse Noyer ao ressaltar que é preciso fazer a saída da crise "progressivamente". Segundo o presidente, isso levará "pelo menos cinco ou seis anos", podendo chegar a dez.

Em declarações à emissora televisiva "Europe 1", o executivo do Banco da França alertou que o principal obstáculo para o crescimento é o "medo" da população, que teme que a situação piore e seja necessário subir os impostos.

"Se queremos que o crescimento volte e que as empresas tenham confiança no futuro e invistam, é preciso garantir que os impostos não vão subir", insistiu.

Noyer também se pronunciou sobre os cortes anunciados ontem pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, em todo o setor público do país, que afetarão as viagens dos ministros ou funcionários públicos, os atendimentos a clientes oficiais ou as despesas correntes de todas as administrações.

Para ele, esses cortes não representam "um montante considerável" de economia, mas são "símbolo" da próxima entrada em uma etapa de "gestão rigorosa".

Folha de São Paulo – 29.06.2010

BIS adverte para risco de nova crise

Relatório do Banco de Compensações Financeiras aponta baixo nível dos juros e déficits fiscais atuais como problemas a serem atacados

BASILEIA, SUÍÇA - O Banco de Compensações Financeiras (BIS, na sigla em inglês) adverte para o risco da longa manutenção das taxas de juros básicos nos níveis mínimos atuais, já que poderia ser o germe de uma nova crise financeira.

Em seu 80.º relatório anual, publicado ontem, o BIS analisa a situação da economia entre 1.º de abril de 2009 e 31 de março deste ano e pede aos governos que façam seus deveres, principalmente reduzir os déficit fiscais, para evitar o surgimento de uma nova crise.

Segundo o gerente-geral do BIS, Jaime Caruana, países altamente endividados não podem esperar que o crescimento econômico se fortaleça para apertar as condições fiscais. Caruana destacou que adiar os cortes nos gastos dos governos e o aumento das taxas de juros ameaçaria renovar os obstáculos para os mercados. "Nós não podemos esperar a retomada de um crescimento forte para dar início ao processo de correção da política", diz o gerente-geral.

Os comentários de Caruana foram feitos após a divulgação do relatório anual do BIS e depois da cúpula do G-20, realizada no fim de semana em Toronto, Canadá. A política monetária continua a ser muito expansiva em todo o mundo. Os bancos centrais de alguns dos países com maior crescimento econômico começaram a retirar os estímulos aplicados durante a crise. Os bancos centrais da Austrália, Brasil, Índia, Israel, Malásia e Noruega elevaram as taxas de juros.

Em termos reais, descontada a inflação, as taxas estão em níveis próximos a zero na zona do euro e são negativas no Reino Unido e nos EUA. No Japão, a leve deflação voltou a situar as taxas reais acima de zero. Se as taxas de juros são muito baixas, podem distorcer as decisões de investimento, levando riscos à estabilidade financeira. Taxas de juros oficiais baixos e taxas a longo prazo mais elevadas aumentam os lucros que os bancos podem obter, ao pedir empréstimos a curto prazo e emprestá-los a longo prazo.

Já a compra de ativos expõe os bancos centrais a um risco de crédito considerável, que poderia submetê-los a pressões políticas. Manter baixas as taxas poderia atrasar os ajustes nos balanços do setor público. Os governos podem reorientar seu perfil de dívida para um financiamento a curto prazo e reduzir os juros.

"Chegou o momento de se perguntar quando e como começar a prescindir dessas contundentes medidas", diz o BIS em seu relatório. Usando uma metáfora médica para descrever o estado de saúde do sistema financeiro, o BIS afirma que "a conjunção das vulnerabilidades persistentes no sistema financeiro com os efeitos secundários de um período tão prolongado de terapia intensiva poderia induzir à recaída do paciente". / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

OESP – 29.06.2010

Workshop sobre Drawback Integrado

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) promoverá, no dia 9 de junho, Workshop sobre Drawback Integrado. O encontro será realizado no auditório do MDIC – Esplanada dos Ministérios, Bloco J, Térreo. Brasília/DF – das 10h às 12h.

As palestras, que serão ministradas por técnicos do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex), tem inscrições gratuitas que podem ser feitas por meio do endereço eletrônico: seminarios.drawback@mdic.gov.br.

Serviço:

Workshop sobre Drawback Integrado
Data: 9 de julho
Horário: das 10h às 12h
Local: Auditório do MDIC – Esplanada dos Ministérios, bloco J, Térreo. Brasília / DF.
Inscrições gratuitas: seminarios.drawback@mdic.gov.br.

MDIC – 29.06.2010

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