segunda-feira, 21 de junho de 2010


NOTÍCIAS


Terceira semana de junho registra superávit de US$ 806 milhões

Entre os dias 14 e 20 de junho de 2010, terceira semana do mês, a balança comercial brasileira registrou superávit (diferença entre as exportações e importações) de US$ 806 milhões, com média diária de US$ 161,2 milhões. No período, as exportações somaram US$ 4,075 bilhões (média diária de US$ 815 milhões) e as importações US$ 3,269 bilhões (média diária de US$ 653,8 milhões). Nos cinco dias úteis, a corrente de comércio (soma das duas operações) chegou a US$ 7,344 bilhões (média diária de US$ 1,468 bilhão).

Mês

Nas três primeiras semanas do mês, as exportações totalizaram US$ 11,044 bilhões, com média diária de US$ 849,5 milhões. Esse desempenho foi 23,3% maior que o registrado no mês de junho de 2009 (US$ 689 milhões) e 0,8% acima da média diária embarcada em maio de 2010 (US$ 843 milhões).

As importações acumularam US$ 9,259 bilhões (média diária de US$ 712,2 milhões), valor que foi 51,6% superior ao verificado em junho do ano passado (US$ 469,7 milhões) e 4,9% maior que a média diária verificada em maio deste ano (US$ 679 milhões).

O superávit comercial acumulado no mês, até a terceira semana, somou US$ 1,785 bilhão, com média diária de US$ 137,3 milhões. Em todo o mês de junho do ano passado, foi registrado saldo comercial de US$ 4,604 bilhões, com média diária de US$ 219,2 milhões. Por esse critério, o superávit decresceu 37,4%. Na comparação com maio deste ano – US$3,444 bilhões, com média diária de US$ 164 milhões – a retração foi de 16,3%.

Ano

Nos 115 dias úteis acumulados de janeiro até a terceira semana de junho, as exportações brasileiras chegaram a US$ 83,138 bilhões, com média diária de US$ 722,9 milhões. Esse desempenho foi 28% superior ao registrado no mesmo período de 2009 (US$ 564,9 milhões).

As importações, no mesmo período, somaram US$ 75,744 bilhões, com um desempenho médio diário de US$ 658,6 milhões, valor 44,1% maior que o verificado no mesmo período de comparação (US$ 457,2 milhões).

O saldo comercial, no acumulado do ano, chegou a US$ 7,394 bilhões, com média diária de US$ 64,3 milhões, cifra 40,3% menor que a média diária observada no mesmo período de 2009 (US$ 107,6 milhões).

Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará no site www.mdic.gov.br o detalhamento das informações sobre as exportações e importações brasileiras na terceira semana de junho de 2010.

Clique aqui e veja os números.

MDIC – 21.06.2010

O novo aeroporto


Diante da notória dificuldade técnica do governo de elaborar e executar com recursos públicos um programa que reduza a ineficiência do sistema aeroportuário brasileiro e da quase impossibilidade de privatização da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) estatal que controla o sistema, a concessão de novos aeroportos para empresas privadas pode ser o caminho para atender à demanda crescente e evitar o caos aéreo no futuro próximo.

O Estado informou, na semana passada, que o governo pretende conceder a particulares a operação de novo aeroporto de São Paulo, mas muitas incertezas precisam ser eliminadas para ampliar a participação do capital privado no sistema. É preciso definir um marco regulatório que garanta a prestação de serviços adequados à população e assegure condições operacionais aceitáveis para a concessionária e para as empresas usuárias. Questões ambientais surgirão à medida que o projeto avançar.

Apesar dos obstáculos, ele já atrai investidores. O Estado mostrou, na terça-feira passada, que uma empresa brasileira com experiência internacional na construção e operação de aeroportos já manifestou interesse em operar a terceira unidade que deverá atender a capital paulista e anunciou que dispõe até mesmo de local onde ela poderá ser construída.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que, nos mais importantes aeroportos brasileiros, a demanda por pousos e decolagens supera a capacidade operacional. Nos momentos de pico, o Aeroporto Internacional de Guarulhos recebe 65 pedidos de pouso e decolagem por hora, mas só pode atender a 53 em perfeitas condições de segurança. Congonhas chega a receber 34 pedidos de pousos e decolagens por hora, mas sua capacidade é para 24 operações por hora.

As promessas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007, depois da tragédia em Congonhas com o avião da TAM, de definir "em 90 dias" o local do novo aeroporto de São Paulo não foram cumpridas. A inoperância do governo torna ainda mais grave a situação do sistema.

A privatização, integral ou fatiada, da Infraero, para lhe dar maior competência gerencial e aumentar sua capacidade de investimentos, esbarra numa questão prática. Ela opera 67 aeroportos, mas só uma minoria é rentável e atrairia investimentos privados. Os demais não podem simplesmente ser desativados, pois têm papel importante em suas regiões, ou ter seus prejuízos transferidos para o Tesouro, ou seja, para os contribuintes. Hoje, as unidades rentáveis asseguram a operação das demais.

A concessão de aeroportos para empresas privadas que se responsabilizariam pelas obras e pela operação, de acordo com um modelo ainda a ser definido pode permitir a ampliação do sistema e evitar o agravamento do problema no futuro. Dependendo do modelo escolhido, pode até mesmo assegurar o perfeito atendimento da demanda dos próximos anos, mesmo que o País venha a sediar grandes eventos internacionais.

A Camargo Corrêa, que, por meio de subsidiárias, opera aeroportos no Chile, Colômbia, Honduras e Curaçao e é sócia da empresa que opera o de Zurique, na Suíça considerado um dos mais eficientes do mundo, formou sociedade com outra construtora, a Andrade Gutierrez, para disputar a construção e operação do novo aeroporto de São Paulo. Tem terreno no município de Caieiras, a 35 quilômetros do centro da capital mesma distância do Aeroporto de Guarulhos para a unidade.

Já surgem objeções às intenções das duas empresas. Companhias aéreas temem tarifas operacionais muito altas, administradores públicos falam da necessidade da concessão de autorização para a construção do novo aeroporto. São manifestações prematuras. O modelo de transferência do terceiro aeroporto paulistano para o setor privado se por meio de concessão, que asseguraria maior controle das operações pela agência reguladora, ou de autorização, que transferiria todos os riscos para a empresa privada e lhe daria autonomia para fixar tarifas nem começou a ser discutido, assim como não está definido o local em que ele será construído. Mas essa é uma ideia que, se transformada em realidade, contribuiria muito para melhorar o sistema aeroportuário do País.

OESP – 21.06.2010

Porto passa a operar com novo serviço no próximo mês

De A Tribuna On-line

A partir da primeira semana de julho o Porto de Itajaí, em Santa Catarina, passará a contar com escalas do serviço ASAS II, que ligará a Ásia, África do Sul e Costa Leste da América do Sul. Operado por joint service entre as empresas armadoras Hamburg Süd, Maersk Line e Aliança Navegação e Logística, a escala é o segundo anel de um serviço já operado pelo joint, criado em razão do pico sazonal verificado no trade e que deve prosseguir até novembro de 2010.

Em Itajaí o serviço terá escalas semanais e será operado pelo Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi/APM Terminals). A expectativa é de 800 movimentos por escala, totalizando cerca de 2,4 mil movimentos/mês.

Segundo o diretor Comercial, Robert Grantham, o serviço foi criado pelos armadores para atender a grande demanda de cargas da Ásia para o restante do planeta, "tradicional nesta época do ano".

A rotação engloba os portos de Shanghai, Ningbo, Dachan Bay, Hong Kong, Singapore, Tanjung Pelepas, Durban, Santos, Itajaí, Port Elizabeth, Durban e Shanghai e o serviço vai contar com dez navios, sendo cinco de cada empresa, com capacidade de 2,1 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Com isso, o trade passa a contar com 22 navios porta-contêineres em operação, com capacidades de 3,2 mil TEUs e 4,9 mil TEUs.

Robert Grantham destaca que as empresas que formam o joint optaram por operar apenas com os dois portos brasileiros com, maior movimentação, ou seja, Itajaí e Santos. Segundo a Hamburg Süd, a ampliação do serviço prevê uma cobertura mais completa do trade, com transit times eficientes entre os mercados. Ao final de novembro, as empresas pretendem retornar para a configuração com anel único.

A Tribuna – 21.06.2010

Analistas preveem ‘pouso suave‘ para economia brasileira

Fernando Dantas, da Agência Estado

RIO - A economia brasileira deve fazer um "pouso suave" depois do superaquecido início de 2010, na visão predominante entre os analistas. Isso quer dizer que, embora não deva ser nada desastroso, o cenário a partir do fim do ano - e, especialmente, em 2011 - será bem menos propenso à euforia. Afinal, a economia deve desacelerar de um ritmo anual entre 7% e 8% para algo entre 3,5% e 5%, os juros devem subir bastante, a inflação permanecerá ainda num nível elevado e o déficit em conta corrente pode crescer.

Além disso, 2011 pode ser o ano em que o novo governo aproveitará para tentar conter o ritmo de crescimento do gasto público, o que significa segurar o reajuste do funcionalismo e do salário mínimo (que indexa milhões de benefícios previdenciários e sociais), mexendo no bolso de boa parcela da população. "O Brasil vai ter de trazer essa economia aquecida para um nível de crescimento mais razoável, para poder controlar a inflação e o déficit externo", diz o economista Armando Castelar, da Gávea Investimentos.

Ao contrário de outros momentos do passado, quando o País era obrigado a frear violentamente em função de crises, desta vez a desaceleração tem tudo para ser um processo civilizado, na aposta da maioria dos analistas. "Pouso forçado é coisa do passado, quando o Brasil tinha problemas de solvência. Hoje, nós parecemos mais os países desenvolvidos de antigamente, já que os desenvolvidos agora têm problemas parecidos com os que a gente tinha no passado", resume André Loes, economista-chefe do HSBC no Brasil.

O País cresceu 2,7% no primeiro trimestre, em relação ao último trimestre de 2009 (tirando a variação sazonal), o que significa um ritmo anualizado de expansão de 11,2%. Para os próximos trimestres, a maior parte das projeções é de uma cadência bem mais modesta, equivalente a algo entre 4% a 5% ao ano. Por questões estatísticas, mesmo com essa desaceleração, o crescimento anual deve fechar entre 7% e 8%, segundo boa parte das estimativas do mercado financeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

OESP – 21.06.2010

Dólar corrói suportes ante real e pode ir a R$ 1,70, diz banco

Na última sexta-feira, o pronto da BM&F fechou com queda de 0,93%, a R$ 1,7720, enquanto a moeda no balcão recuou 1,01%, também a R$ 1,7720 - menor cotação desde 4 de maio

Patricia Lara, da Agência Estado

SÃO PAULO - O dólar deve atingir o patamar de R$ 1,7200/R$ 1,7000 no próximo mês, segundo o chefe de pesquisa para câmbio do Standard Chartered, Callum Henderson, que recomenda que os clientes da instituição mantenham uma posição vendida em dólar em relação ao real até que o patamar de R$ 1,70 volte a ser testado.

De acordo com Henderson, o dólar está gerando uma erosão nos níveis de suporte ante o real, o que deixa à mão uma nova queda para a mínima de R$ 1,70 registrada em outubro de 2009. O estrategista cita que a moeda norte-americana ante o real caiu abaixo das médias móveis de 20 dias, 60 dias e 250 dias no mercado à vista, o que sugere que pode romper essa tendência e trilhar novos patamares mais baixos.

Na direção oposta, de acordo com a tendência recente gráfica, o primeiro nível de resistência do dólar ante o real está em torno da cotação de R$ 1,7925, patamar que representa a média móvel dos últimos 60 dias. Considerando-se a média móvel de 250 dias, a resistência é em R$ 1,7975. Mas só haverá uma mudança de tendência do comportamento desse par cambial se o dólar conseguir furar a resistência de R$ 1,9110, nível registrado em 25 de maio.

"Um rali acima desse patamar seria um evento de mudança de tendência, já que geraria uma inversão do padrão gráfico "head and shoulders". Esse rompimento levaria a uma meta de R$ 2,12 ou acima disso, o que não é esperado", comenta.
Na última sexta-feira, o pronto da BM&F fechou com queda de 0,93%, a R$ 1,7720, enquanto a moeda no balcão recuou 1,01%, também a R$ 1,7720 - menor cotação desde 4 de maio.

OESP – 21.06.2010

Yuan sobe para maior valor desde 2005

DA REUTERS, EM XANGAI

O yuan subiu nesta segunda-feira para o maior valor de fechamento em relação ao dólar desde a mudança cambial de julho de 2005, no primeiro dia de negociações após o banco central do país flexibilizar a taxa de câmbio.

A moeda fechou a 6,7976 yuans por dólar nesta segunda-feira, com valorização de 0,42% ante o fechamento de sexta-feira, a 6,8262 yuans. Durante as operações, a taxa chegou a subir a 6,7958 iuans, recorde desde a mudança cambial, com alta de 0,47%, e muito próximo do limite de 0,50% adotado pelo banco central.

A China anunciou neste sábado que vai flexibilizar o yuan, informou o Banco Central neste sábado, indicando que está pronto para acabar com 23 meses de câmbio fixo que ficou sob intensa pressão mundial.

A decisão anunciada de surpresa indica que a apreciação será feita de forma gradual.

No entanto, ontem o banco central chinês afirmou vai manter a taxa de câmbio do yuan a um nível basicamente estável, sugerindo que o novo regime cambial do país será muito parecido com o antigo.

Folha de São Paulo – 21.06.2010

Balanço de pagamentos ditará tendência do yuan, diz ministério chinês

Melhora na situação do balanço de pagamentos da China criou uma base sólida para a reforma da moeda

Álvaro Campos, da Agência Estado

PEQUIM - O balanço de pagamentos da China é o principal fator para determinar a tendência da taxa de câmbio do yuan, divulgou a agência estatal de notícias Xinhua News Agency, citando o porta-voz do Ministério do Comércio, Yao Jian.

A melhora na situação do balanço de pagamentos da China criou uma base sólida para a reforma do yuan, disse Yao, comentando o anúncio do Banco Central no fim de semana de que tomará medidas adicionais para flexibilizar a taxa de câmbio do yuan, diz a Xinhua.A reforma do yuan vai aumentar as pressões sobre os exportadores chineses no curto prazo, disse Yao. O porta-voz também teria dito que a crise da dívida na Europa vai impactar nos exportadores chineses em certa medida.

A longo prazo, a reforma do yuan vai promover a competitividade de empresas voltadas para a exportação, afirmou Yao.

As informações são da Dow Jones.

OESP – 21.06.2010

Anúncio da China sobre câmbio é visto por analistas como político

Havia forte expectativa de que a questão do câmbio chinês poderia ser levantada na reunião do G-20 no próximo fim de semana

Danielle Chaves, da Agência Estado

NOVA YORK - Apesar da reação inicial eufórica dos mercados ao anúncio da China de que pretende flexibilizar o yuan, analistas destacam o teor político das declarações às vésperas do encontro do G-20 no próximo fim de semana. Havia forte expectativa de que a questão do câmbio chinês poderia ser levantada na reunião de cúpula em Toronto, no Canadá, um assunto que a China quer evitar.

No sábado, o Banco do Povo da China surpreendeu com o anúncio de que tomará medidas adicionais para flexibilizar o câmbio, acrescentando, no dia seguinte, que as mudanças não serão amplas e tampouco rápidas. A China tem mantido o yuan atrelado ao dólar desde julho de 2008, como uma medida emergencial para estabilizar a economia chinesa em meio à crise econômica global.

O anúncio deste fim de semana foi inicialmente visto como um voto de confiança na recuperação econômica global e na estabilidade dos mercados financeiros internacionais. Além disso, a flexibilização do câmbio chinês deve ajudar a reduzir os desequilíbrios comerciais globais.

No entanto, alguns analistas destacam o fator político contido na decisão. "Dadas as críticas que Pequim tem enfrentado por causa do atrelamento do yuan ao dólar e a consequente criação de um desequilíbrio comercial global, parecia apenas uma questão de tempo o Banco do Povo da China (PBOC) começar a tornar seu câmbio mais flexível", afirmou Joshua Raymond, estrategista de mercado da City Index. "O momento do anúncio da decisão é claramente um movimento para acalmar as prováveis críticas dos EUA antes da reunião do G-20 marcada para o próximo fim de semana", observou.

William Adams, analista de metais da BaseMetals.com, também destacou o componente político da decisão do governo chinês. "Se o mercado começar a desconfiar que isso é apenas um movimento político antes da reunião do G-20, então haverá espaço para decepção e nós poderemos ver os metais recuando", observou.

Yves Smith, da Naked Capitalism, afirmou não enxergar muita consistência na promessa da China de flexibilizar o yuan. "Embora isso represente o anúncio de uma intenção de liberalização, falta algum sinal particular, como o momento e os mecanismos (da flexibilização)", disse. "Além disso, (a decisão) especificamente rejeita a ideia de ampliar as bandas nas quais o yuan opera, o que é o teste final de um movimento na direção de uma taxa de câmbio baseada no mercado", acrescentou.

De fato, o PBOC destacou que não vai permitir que o yuan suba rapidamente, o que limita o escopo do movimento. A taxa de câmbio dólar-yuan ainda está liberada para flutuar apenas 0,5% para cima ou para baixo da taxa de paridade central. E o banco central fixou para esta segunda-feira a taxa de paridade central do câmbio no mesmo nível de sexta-feira, a 6,8275 yuan por dólar, para deixar claro que a flexibilização será gradual.

Com isso, o entusiasmo dos mercados já começa a arrefecer. No mercado de câmbio, às 9h38 (de Brasília), o euro, que chegou aos US$ 1,2490 mais cedo, subia para US$ 1,2370, mesmo nível de sexta-feira. A libra, que atingiu o nível de US$ 1,4937, avançava para US$ 1,4827, de US$ 1,4812 na sexta-feira.

As informações são da Dow Jones.

OESP – 21.06.2010

Bolsas asiáticas sobem após anúncio de flexibilização do Yuan

DA EFE, EM TÓQUIO

As Bolsas de Valores da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira, depois que o governo chinês anunciou a flexibilização do yuan no sábado.

A Bolsa de Tóquio fechou em seu ponto mais alto em um mês, depois de subir mais de 2%, em uma atmosfera de otimismo após a decisão da China de permitir um afrouxamento gradual da taxa de câmbio do yuan. O Nikkei subiu 2,43%, fechando em 10.238,01, acima da barreira psicológica dos 10 mil.

A Bolsa de Xangai fechou em alta de 2,9% e o mercado de Hong Kong viu alta de 3,08%, com o índice Hang Seng em 20.912,18 pontos.

Em Seul, a Bolsa teve aumento de 1,62%, com o índice Kospi ganhou 1,62%, para fechar em 1.739,68 pontos. A Bolsa de tecnologia Kosadq teve elevação de 0,63%, e ficou em 498,36 pontos.

Na Tailândia, a Bolsa de Valores subiu 1,80%, a 806.07 pontos.

Em Cingapura, o índice Straits Times fechou o pregão de hoje em alta de 1,84%, aos 2.885,64 pontos.

Folha de São Paulo – 21.06.2010

Euro sai das máximas

Às 10h53, o euro operava em US$ 1,2378, depois de atingir máxima intraday US$ 1,249

Cynthia Decloedt, da Agência Estado

LONDRES - Euro e libra operam abaixo das máximas registradas na esteira de intensa pressão de venda da moeda norte-americana causada pelo anúncio da China no fim de semana de que tomará medidas adicionais para lentamente flexibilizar a taxa de câmbio do yuan. O anúncio moveu em forte alta também outras moedas asiáticas e as chamadas moedas commodities.

Segundo o estrategista de moedas do Credit Agricole CIB em Londres, Daragh Maher, "os investidores deixaram de movimentar-se por conta do apetite ao risco gerado pela notícia, dando uma segunda olhada no mercado, desta vez para
as moeda que realmente irão se beneficiar de um yuan mais apreciado". Os investidores "não sabiam o que fazer com as
moedas mais arriscadas diante da notícia", acrescentou. Segundo ele, logo após o anúncio do banco central da China, o
euro atingiu uma máxima em um mês contra o dólar e o iene foi à máxima em três semanas contra o dólar.

"Deve haver um ângulo nessa história da China (para ser operado no mercado de moedas), mas não pense que o ângulo
certo é o euro-dólar", afirmou Maher. De acordo com o estrategista, as moedas mais influenciadas pelo crescimento chinês, como as moedas emergentes da Ásia, o dólar australiano e o dólar da Nova Zelândia, estão entre as que mais sobem com a notícia.

Às 10h53 (de Brasília), o euro operava em US$ 1,2378, depois de atingir máxima intraday US$ 1,2490 na esteira do entusiasmo com os comentários do Banco do Povo da China (PBOC) no fim de semana. No fim da sexta-feira, o euro
valia US$ 1,2370. A libra, que atingiu o nível de US$ 1,4937, avançava para US$ 1,4819, de US$ 1,4812 na sexta-feira.

Mais cedo, o dólar australiano registrou nova máxima em um mês frente ao dólar, a US$ 0,8844, de US$ 0,8728 no
fechamento de sexta-feira.

O dólar cedeu a uma mínima em um mês também contra o dólar de Hong Kong, a 1.169,30 dólares de HK, mantendo-se
abaixo do nível psicológico de 1.200,00 dólares de HK. Contra a moeda de Cingapura, o dólar caiu para 1,3678 dólares
de Cingapura, menor cotação desde 30 de abril.

O economista da ICAP, Adam Carr, disse que a atitude tomada pela China era desejável, antes do encontro dos líderes
do G-20, e que a importância para a taxa de câmbio é discutível.

Ainda assim, no longo prazo, o PBOC deve permitir uma apreciação gradual do yuan, o que deve ajudar a conter o risco
de alta da inflação, por consequência, promovendo um pouso suave da economia do país, acrescentaram outros analistas. Autoridades na China têm alertado durante alguns meses às pressões de alta da inflação.

Um pouso suave da China pode melhorar o sentimento na Ásia e dar sustentação as ações da região, favorecendo as
moedas emergentes da Ásia e moedas de elevado rendimento como o dólar australiano.

"Com a China retomando a apreciação gradual do câmbio, outros bancos centrais asiáticos devem permitir que suas
moedas se apreciem sem o temor de perda da competitividade, porque seu maior concorrente, a China, tem uma moeda
que está se apreciando", afirmou o estrategista do Commonwealth Bank da Austrália, Richard Grace. As informações são
da Dow Jones.

Agência Estado – 21.06.2010

As remessas de lucros

Está acontecendo com as multinacionais europeias o mesmo que ocorreu com as norte-americanas no período mais agudo da crise de crédito internacional suas subsidiárias brasileiras estão remetendo para as matrizes todo o dinheiro que possam, seja ou não lançado contabilmente como lucro ou dividendos. Para isso, algumas delas estão vendendo ativos para empresas brasileiras, ou de outros países que querem entrar em nosso mercado ou ampliar seus negócios aqui. De janeiro a abril, as remessas de lucros foram de US$ 8,078 bilhões, dos quais US$ 4,4 bilhões ou 54,5% de responsabilidade de companhias europeias. Como as empresas brasileiras que operam no exterior remeteram para cá US$ 147 milhões, o déficit nessa conta é de US$ 7,931 bilhões, total que supera os investimentos estrangeiros diretos no período, US$ 7,880 bilhões (líquido).

Isso seria motivo de apreensão. Mas o Brasil já superou a fase em que alguns setores identificavam nas "transferências internacionais" as raízes de nossos males econômicos. Elas são livres e devem continuar livres, desde que não resultem de atividades ilícitas e cumpram as obrigações tributárias, estando em conformidade com as leis em vigor.

Mas o País está sofrendo, sim, o impacto da crise fiscal que se abate sobre os países da zona do euro e que, pelo menos até agora, não se refletiu nas exportações para nenhum país europeu. A situação é mais séria na Espanha e em Portugal, que figuram hoje como grandes investidores no Brasil. É significativo que as transferências de lucros para a Espanha tenham atingido cerca de US$ 1,1 bilhão no quadrimestre, um aumento de 80% com relação ao mesmo período do ano passado. Já os investimentos espanhóis no Brasil tiveram um recuo de 74% de janeiro a abril.

É normal esperar que, com a aceleração do ritmo de atividade no Brasil, as empresas instaladas no País obtenham maiores ganhos e que as subsidiárias das múltis remetam mais lucros para o exterior, o que tem sido também favorecido pela sobrevalorização do real. E essa tendência se acentua quando os países que aqui mais investem passam por crises.

Como mostrou reportagem do Estado (15/6), as remessas de lucros cresceram mais de dez vezes desde 2000, atingindo o pico de US$ 33,8 bilhões em 2008, sob influência direta das turbulências da economia nos EUA, que desembocaram na crise de 2008/2009, com repercussões globais.

Isso, naturalmente, causa problemas para o balanço de pagamentos do Brasil. Com um superávit comercial bem mais baixo que nos últimos anos e com forte pressão sobre a conta de serviços e rendas, que se agrava com o maior peso do déficit do item remessa de lucros e dividendos, o déficit em transações correntes pode superar US$ 76,1 bilhões este ano, como estima o Banco Central. Tudo vai depender do saldo da conta de comércio, que está em recuperação.

O Brasil não tem motivo para adotar restrições, ainda que burocráticas, ao fluxo internacional de capitais, mesmo porque é um de seus grandes beneficiários. Os investimentos diretos das empresas europeias podem cair, as suas remessas podem aumentar, mas não é irrealista esperar que o investimento estrangeiro cresça no segundo semestre deste ano, podendo alcançar US$ 36 bilhões em dezembro, como é a expectativa do mercado. Como mostrou um estudo do professor Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC, o Brasil é, entre os Brics, o país que mais recebeu investimentos diretos estrangeiros em relação ao PIB.

Deve-se ter em conta também que hoje são dezenas as empresas brasileiras com braços no exterior. Se hoje os lucros remetidos para o País por essas companhias são relativamente pequenos, eles tendem a crescer, reduzindo o déficit no item de remessas de lucros e dividendos.

As reservas internacionais, que já alcançam US$ 251,64 bilhões (posição em 14/6), constituem uma poderosa defesa contra crises internacionais de liquidez. Mas isso não basta. O Brasil estará tanto mais protegido se moderar o crescimento da economia e conseguir manter as contas do setor público em ordem. E não é isso que o governo está fazendo.

OESP – 21.06.2010

Proteger floresta no Brasil dá lucro a agricultor nos EUA, diz estudo

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Está circulando entre parlamentares ruralistas um estudo que pode dar argumentos em favor de mudanças no Código Florestal.

Intitulado "Farms Here, Forests There" ("Fazendas Aqui, Florestas Lá", em inglês), o documento americano afirma que os agricultores dos EUA podem ganhar até US$ 270 bilhões em 2030 com a redução do desmatamento nos países tropicais.

O argumento é que a maior proteção às florestas prejudicará a produção de carne, soja, dendê e madeira em países como o Brasil.

Isso levaria a um aumento dos preços e à abertura de um buraco na oferta, que seria preenchido pelos EUA.

"Eliminar o desmatamento até 2030 limitará a receita para a expansão agrícola e para a atividade madeireira nos países tropicais, nivelando o campo de jogo para os produtores americanos no mercado global de commodities", afirma o estudo.

O objetivo do documento, lançado no fim de maio pela ONG Avoided Deforestation Partners, é convencer senadores dos EUA ligados ao agronegócio, a aprovarem a lei de mudança climática em tramitação no Senado.

A lei prevê que os EUA possam negociar créditos de carbono ilimitados pelo desmatamento tropical evitado.

Ou seja, o país pagaria para manter a floresta em pé no Brasil, por exemplo, e poderia abater o carbono que seria emitido pelo desmate das próprias metas de corte de poluição. O Brasil tem se oposto nas negociações internacionais a permitir que a redução no desmate possa gerar créditos ilimitados.

O estudo corrobora a visão de que a conservação ambiental é uma desculpa dos países desenvolvidos para impor barreiras à agricultura do Brasil, mais competitiva.
Tal visão permeia o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que propõe reformar o Código Florestal reduzindo as áreas de mata protegidas em imóveis rurais. A proposta tramita numa comissão especial da Câmara dos Deputados.

Segundo Paulo Adário, do Greenpeace, fiar-se na nova pesquisa como subsídio para mudar a lei brasileira seria ruim para a bancada ruralista. "O estudo tem problemas sérios", afirma.

O principal, diz Adário, é não levar em conta que reduzir o desmate não diminui a fronteira agrícola brasileira.

"Só na Amazônia você tem 20 milhões de hectares de terras degradadas e abandonadas. Quando você para de desmatar, as terras já abertas ganham valor", afirma.

Citando um estudo de Gerd Sparovek, da USP, Adário afirma que é possível dobrar a produção no Brasil só usando áreas abertas e com alta aptidão agrícola.

Ele lembra que desde 2006 vigora uma moratória ao plantio de soja em áreas desmatadas na Amazônia, e nem a produção nem a produtividade caíram. "Neste ano ambas cresceram."

"O estudo faz projeções burras associando linearmente hectares de desmatamento a mais ou menos produto", pondera Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra Amazônia Brasileira.

"Assim, desconsidera que a determinante para a produção não é área e sim produtividade, especialmente nos países onde a produtividade média é baixa, o que é o caso das pastagens no Brasil."

Procurados, os autores do estudo não responderam aos pedidos de entrevista.

Folha de São Paulo – 21.06.2010

Banco central prevê forte crescimento da Alemanha no 2º trimestre

DA EFE, EM FRANKFURT

O Bundesbank prevê um forte crescimento da economia alemã no segundo trimestre do ano, devido ao impulso da indústria e do setor de construção.
Em seu boletim mensal de junho, publicado nesta segunda-feira, o banco central alemão assegura que "a economia alemã ganhou dinamismo no começo da primavera (no hemisfério norte)".

A entrada de pedidos para a indústria aumentou de forma significativa e o setor da construção recupera os trabalhos suspensos pelo inverno.

A recuperação global é o principal motor do fortalecimento da maior economia da zona do euro, já que impulsionou as exportações.

O Bundesbank revisou em alta suas previsões de crescimento da Alemanha para este ano e prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) suba 1,9%, contra os 1,6% previstos há seis meses.

Para 2011, o banco central alemão prevê uma reativação econômica de 1,4%, dois décimos a mais do que tinha calculado em dezembro.

Folha de São Paulo – 21.06.2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário