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Fazenda manda
Receita convocar fiscais para substituir grevistas
Por Azelma
Rodrigues | Valor
BRASÍLIA - O ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, baixou portaria
disciplinando a aplicação do Decreto 7.777 no desembaraço aduaneiro de
importações, em períodos de greve nos portos. Publicado na terça-feira, o
decreto da presidente Dilma Rousseff determina a convocação de fiscais
estaduais e municipais em substituição a auditores fiscais paralisados.
A Portaria 260 da Fazenda diz em que situação os grevistas da
Receita Federal deverão ser substituídos. Determina que o despacho aduaneiro de
mercadorias, dentro do Siscomex, deve respeitar a média do tempo gasto no
primeiro semestre de 2012. Se isso não for possível, a Receita deverá fazer
convênios com aduanas regionais para cumprir o desembaraço nos prazos
determinados.
“Caso as condições previstas nesta portaria não sejam observadas,
ocasionando a manutenção do retardamento das atividades”, os responsáveis
deverão ser punidos, diz a portaria publicada no "Diário Oficial da
União" e que entra hoje em vigor.
Valor Econômico – 27.07.2012
Auditores da Receita pretendem intensificar greve
Servidores
pretendem processar o Governo Federal por decreto que estadualiza ou
municipaliza fiscalizações
Decreto
7.777 publicado no Diário Oficial da União de quarta-feira (25) prevê a
substituição de servidores federais por funcionário estaduais e municipais na
fiscalização das importações e exportações. Medida desagradou os auditores
fiscais da Receita Federal, que estão com atividades parcialmente paralisadas
desde o dia 19 de junho. Eles planejam intensificar a greve e mover ação
judicial contra a medida da presidente Dilma Rousseff.
Segundo
o Presidente da Delegacia Sindifisco Nacional em Marília, Luiz Benedito, o
decreto fere a constituição federal que estabelece que a fiscalização e
controle sobre o comércio exterior devem ser realizados exclusivamente pelo
Ministério da Fazenda.
“Houve
uma demonstração de força do governo, que deixou a categoria ainda mais
insatisfeita, para nós é uma provação ilegal”.
O
Sindifisco ainda não decidiu qual será a melhor maneira de derrubar o decreto.
A tentativa inicial poderá ser um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal
Federal) ou até mesmo ações ordinárias na primeira instância da Justiça.
O
Sindifisco aguarda uma proposta do governo até o próximo dia 31. Caso seja
julgada insatisfatória pelo sindicato, a entidade realizará assembleias na
próxima quarta-feira (1) para discutir o rumo da greve que já dura quase 40
dias. O próximo encontro deverá intensificar o movimento, fazendo com que os
auditores entrem em greve geral, a qual deixará apenas 30% dos serviços em
operação. Segundo Benedito até o momento não houve nenhuma tentativa de
negociação por parte do governo federal.
Em
Marília a paralisação fez com que a Receita encerrasse o mês de junho com
redução de 50% a aprovação de créditos tributários ao município. O mês passado,
R$ 7 milhões em créditos tributários foram aprovados para Marília, contra R$ 14
milhões do mesmo período do ano passado. Mais de 3,5 mil processos estão
arquivados e a liberação de declarações retidas na malha fina foram reduzidas
em 46%. Foram liberadas 780 declarações em junho, contra 1.350 no mesmo período
do ano passado.
“O
fechamento de junho deverá ser ainda pior, pois se junho foi ruim e só tivemos
10 dias com atividades parciais, julho foi o mês inteiro e a tendência é
piorar. Nós estamos sujeitos a ter problema com produtos importados, pois nos
portos e aeroportos a operação padrão esta atrasando a liberação de
mercadorias”, avalia Benedito.
A
categoria reivindica um reajuste de 30,19% no salário final e da tabela
remuneratória composta de seis padrões, com uma diferença de 4,5% entre eles.
Além da criação de indenização de fronteira, no valor de 20% do maior subsídio
da categoria.
Diário de Marília – 27.07.2012
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