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Indústrias preparam ação contra
greve de auditores em Manaus
Henrique Saunier
Movimento
grevista já dura 18 dias e empresas do PIM contabilizam os prejuízos para
acionar a Justiça.
Manaus - As empresas do Polo
Industrial de Manaus (PIM) estão coletando as informações em torno dos
prejuízos acumulados nos últimos 18 dias em decorrência da greve dos auditores
fiscais, a fim de subsidiar o recurso judicial que o Centro da Indústria do
Estado do Amazonas (Cieam) encaminhará à Justiça Federal, nos próximos dias,
com vistas à suspensão do movimento dos auditores.
Até
quarta-feira (4), segundo a alfândega do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes,
US$ 2 milhões em mercadorias ainda estão retidas. A Receita Federal não
informou o volume de cargas ‘paradas’ nos portos de Manaus.
De
acordo com o presidente do Cieam, Wilson Périco, o setor jurídico da entidade
trabalha na confecção do documento. Périco não soube dizer qual instrumento
legal será utilizado.
“Não
sei se isso pode estar pronto nessa ou na outra semana, mas o essencial é que
ingressemos com isso o mais rápido possível, dependendo do que as empresas
repassarem para nós. Até agora, todas as indústrias tem ajudado com as
informações”, disse.
Périco
disse que desconhece a existência de linhas de produção paradas devido ao
movimento grevista. “As indústrias que tiveram interrupções por falta de
insumo, começaram a trabalhar em outros produtos”, completou.
O
presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Amazonas
(Sindifisco-AM), Eduardo Toledo, destacou que o movimento faz com que 10% das
mercadorias fiquem retidas e não descartou a possibilidade da categoria
suspender as atividades em 100%.
“Será
feita uma assembleia no dia 1° de agosto, para decidir se entramos em greve de
braços cruzados. O governo prometeu uma proposta para 31 de julho. Caso não
seja satisfatória, no dia seguinte analisaremos para definir o rumo do
movimento”, adiantou.
Sobre
a ação judicial que o Cieam pretende ingressar, Toledo disse achar difícil que
os juízes determinem a suspensão do movimento. “Não tem o menor sentido, pois
não estamos paralisados”, destacou.
D24am – 05.07.2012
Greve de fiscais da Receita leva exportadores e
importadores à Justiça
ESTELITA
HASS CARAZZAI
DE
CURITIBA
FELIPE
BÄCHTOLD
DE PORTO
ALEGRE
AGUIRRE
TALENTO
DE BELÉM
DANIEL
CARVALHO
DE SÃO
PAULO
A fim de contornar as filas provocadas
pela operação-padrão dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura duas
semanas e meia, empresas exportadoras e importadoras têm
recorrido à Justiça para liberar suas cargas nas alfândegas do país.
O
tempo médio de espera para a liberação de mercadorias, segundo o Sindifisco
(sindicato que representa os auditores fiscais), subiu de um para cinco dias, e
chega a 30 em alguns portos.
No porto de
Paranaguá (PR), que nas últimas semanas teve fila recorde de navios devido à
chuva e ao bom momento do mercado, houve o maior número de decisões favoráveis
à liberação: foram cerca de dez até agora, segundo o Sindifisco local.
As empresas optam
por ir à Justiça sobretudo em razão da ameaça de multa dos navios por atraso,
conhecida como "demurrage", que pode chegar a US$ 10 mil por dia.
A maioria dos
mandados de segurança deferidos era para importação, e determinava que os
fiscais realizassem a liberação em até cinco dias. Atualmente, o tempo para
liberação desse tipo de carga chega a 30 dias.
Na Zona Franca de
Manaus, ao menos uma indústria, a Samsung, já obteve liminar na Justiça Federal
para liberar cargas retidas em decorrência da operação.
O Cieam (Centro da
Indústria do Estado do Amazonas) também planeja entrar na Justiça pelos
associados.
No Rio Grande do
Sul, o problema é maior no porto de Rio Grande (sul do Estado), especialmente
com cargas importadas. O advogado José Gabriel Cardoso diz que duas
importadoras, clientes de seu escritório, já obtiveram mandados de segurança
para conseguir o desembaraço das mercadorias.
As companhias, que
trazem insumos para a indústria local, argumentam que o trabalho da Receita é
um "serviço público indispensável" que não pode ser retardado.
Em Uruguaiana, na
fronteira com a Argentina, a retenção de mercadorias no porto seco, que é o
maior do país, está ocorrendo de maneira aleatória, de acordo com
transportadoras.
Há casos em que o
trâmite transcorre sem alterações, mas também há caminhões parados há mais de
dez dias sem conseguir a liberação.
Os auditores pedem
recomposição salarial de 30,19%. O governo federal afirma que deve apresentar
uma proposta apenas no final do mês.
Folha de São Paulo – 04.07.2012
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