NOTÍCIAS
Governo abre fronteiras ao
contrabando e à insegurança
Rodrigo Oliveira
O
DOU (Diário Oficial da União) de sexta-feira (28/7) traz mais uma demonstração
da irresponsabilidade e da falta de compromisso do atual Governo com a
sociedade brasileira. A Portaria MF n° 260 estabelece, em mais uma clara
afronta ao arcabouço legal brasileiro, que, caso o despacho aduaneiro não
cumpra os prazos médios estabelecidos por ato do secretário da Receita Federal
do Brasil, a mercadoria deve (pasmem) ser entregue ao importador sem qualquer
fiscalização.
A
norma traz ainda uma previsão de que, quando isso acontecer, a conferência se
dê após a liberação da carga - alternativa que mais se assemelha a uma anedota.
Para facilitar o entendimento do quão bizarra é tal previsão, basta imaginar o
seguinte: um cidadão qualquer quando parado em uma blitz, reclama com o guarda
que está com pressa porque perdeu muito tempo no tráfego e, então, opta por
fazer o teste do bafômetro ou qualquer outra conferência em momento mais
oportuno – o que é prontamente atendido pelo policial. É isso que propõe a
portaria.
Resta
saber agora, se o secretário da Receita Federal do Brasil vai coadunar com essa
ilegalidade, e editar o ato que estabelece os prazos médios de despacho. E se o
fizer, quem liberará tais mercadorias, numa atitude manifestamente ilegal e
irresponsável?
Para
finalizar, vale destacar que a portaria ainda reforça a ameaça – também ilegal
– do Decreto 7.777/12 de transferência das atribuições para os fiscos estaduais
e municipais.
Os Auditores-Fiscais procuraram por meio de diálogo, em 19 reuniões com o
Governo e um ano e meio de espera, verem atendidas as reivindicações da
categoria e não receberam sequer uma contraproposta. Agora, espera o Governo
que a Classe se curve a atos ilegais e autoritários que tentam amedrontar e
usurpar atribuições privativas da categoria.
A
DEN (Diretoria Executiva Nacional) entende que diante da radicalização do
Governo, Auditores-Fiscais devem intensificar a operação-padrão como forma de
responder com clareza às atitudes desmedidas, extemporâneas, equivocadas,
ilegais e autoritárias que se tem visto nos últimos dias.
Sindifisco – 27.07.2012
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