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Governo publica decreto para garantir serviços durante
greve
NATUZA
NERY
KELLY
MATOS
DE
BRASÍLIA
O
governo federal publicou decreto que institui medidas para garantir a
continuidade serviços públicos federais quando houver greve, paralisação ou
operação padrão.
O texto, assinado
pela presidente Dilma Rousseff, está publicado na edição desta quarta-feira
(25) do "Diário Oficial da União".
O decreto autoriza
os ministérios a firmar convênios com Estados e municípios para viabilizar os
serviços nessas situações.
De acordo com o
texto publicado, compete aos ministros ou supervisores de entidades federais
"promover, mediante convênio, o compartilhamento da execução da atividade
ou serviço com Estados, Distrito Federal ou Municípios" e também
"adotar, mediante ato próprio, procedimentos simplificados necessários à
manutenção ou realização da atividade ou serviço".
Na prática, os
ministérios podem delegar que funcionários de outras esferas --estaduais ou
municipais-- trabalhem nas suas áreas de atuação como uma forma de amenizar a
falta de servidores.
O texto também
determina que cada ministro será responsável por aprovar o convênio com Estados
e municípios e deverá estabelecer os procedimentos necessários para garantir o
funcionamento dos serviços públicos durante as greves.
O decreto estabelece
ainda que a liberação de veículos e cargas, relacionados ao comércio exterior,
será executada em prazo máximo a ser definido pelos ministros.
Segundo a Folha
apurou, o Executivo se assustou com dados que mostram que a greve na Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a operação-padrão na Receita
Federal já prejudicam a movimentação de cargas nos portos brasileiros.
A formulação do
decreto foi definida ontem, em reunião de Dilma com os ministros da Fazenda,
Agricultura, Saúde, Justiça e AGU (Advocacia-Geral da União).
Grande parte da
Anvisa está parada desde 16 de julho. Nenhuma mercadoria pode entrar num porto
nacional sem autorização do órgão. Na Receita, a operação-padrão já dura 38
dias.
Conforme o decreto
assinado pela presidente, as medidas que forem adotadas nessas situações devem
ser encerradas quando houver o fim das greves ou paralisações.
Folha de São Paulo – 25.07.2012
Operação-padrão na Receita e
greve na Anvisa afetam importação
Valor médio
importado por dia caiu de US$ 927 milhões em junho para US$ 850 milhões em
julho, segundo a AEB
MARIANA DURÃO,
GLAUBER GONÇALVES / RIO - O Estado de S.Paulo
Os atrasos no
desembarque de navios por causa da operação-padrão da Receita Federal e da
greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
derrubaram as importações em julho ao nível mais baixo desde janeiro, mês
tradicionalmente fraco. Segundo dados da Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB), o valor médio importado por dia caiu de US$ 927 milhões no mês
passado para US$ 850 milhões agora.
A queda se acentuou
nas duas últimas semanas. No caso das exportações, a média diária foi pouco
afetada, pois as operações de saída têm um "canal verde", isto é, são
muito menos fiscalizadas e isentas de tributos.
O resultado é
visível nos portos. Ontem, cinco navios estavam parados fora da Baía de
Guanabara esperando para atracar, informou a Companhia Docas do Rio de Janeiro.
Segundo o órgão, o problema é causado especialmente pela greve na Anvisa, que
inspeciona os navios antes de chegar aos terminais.
Com a manutenção da
greve na Anvisa, a Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar)
aguarda decisão favorável da Justiça para mandados de segurança que pedem a
emissão dos certificados de livres práticas nos portos. Quatro Estados já
conseguiram liminares favoráveis e cinco aguardam decisão.
De acordo com a
Fenamar, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia e Paraná já conseguiram decisões
liminares favoráveis. São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Espírito Santo
aguardam as decisões da Justiça.
Impacto. Segundo o
vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, o impacto no resultado anual do
comércio exterior tende a ser pequeno. Isso porque a entrada de importados será
apenas adiada - pois os navios já estão aqui - e as exportações de commodities
dificilmente serão afetadas. O mesmo não se pode dizer dos custos do
empresariado local. "Você pode não ter prejuízo na balança, mas a greve
vai pesar no bolso do exportador/importador e na imagem do País." Ele
calcula que o custo de manter navios no portos é de US$ 30 mil a US$ 80 mil por
dia, dependendo do tamanho.
Nos portos do Rio e
de Santos, a operação-padrão e a greve estão atrasando em um dia a chegada de
navios, segundo a Libra, responsável por operações nas duas cidades. A empresa
tem buscado acelerar a carga e a descarga de contêineres, além de flexibilizar
os horários para as estadias dos navios nos portos.
Setores da indústria
já começam a se preocupar com atrasos na entrega de matérias-primas. A
Associquim, que reúne cerca de 300 distribuidoras de produtos químicos, teme
que as paralisações afetem a produção de Natal de alguns setores, frustrando a
recuperação da indústria no segundo semestre.
OESP – 25.07.2012
Agilidade dos auditores fiscais do AM é
questionada
Receita
Federal diz que 90% produtos estão sendo liberados em 24 horas. Indústria e
comércio rebatem
A
Receita Federal divulgou que 90% das cargas importadas que chegam ao Aeroporto
Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, estão sendo liberadas em até 24 horas,
enquanto que “apenas 0,98%” delas levam mais de nove dias. No Porto, 79% das
cargas estão sendo liberadas em até 24 horas, enquanto que 5,35% têm demorado
mais de 9 dias para ser liberada. Nesta quinta-feira (26), os inspetores do
aeroporto e do porto se reúnem com representantes da indústria e do comércio
para discutir o assunto.
Os dados
foram divulgados devido a críticas do comércio e da indústria frente a greve dos
auditores fiscais da Receita que hoje completa 35 dias.
“A
situação na indústria continua muito ruim. Todas as fábricas estão sendo
afetadas de alguma maneira e quando uma mercadoria cai no canal vermelho leva
quase o dobro dos seis dias gastos antes da greve”, pontuou o presidente do
Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.
No
comércio, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael
Bicharra, disse que antes das mercadorias caírem nos canais de fiscalização
está havendo uma malha que freia a liberação dos itens. “Estamos preocupados,
pois mesmo em greve os produtos estavam sendo liberados, mas de uns dias para
cá tenho recebido muitas reclamações de empresários”, informou.
Na
última quinta-feira (19), representantes da Receita e da indústria e comércio
também se reuniram. A Receita disse na ocasião que a demora na liberação de
Declarações de Importação (DI), em alguns casos, está relacionada a pendências
dos próprios importadores, como erros de preenchimento e falta de documentos.
No mês
de julho, 93% das declarações registradas foram desembaraçadas no aeroporto. No
porto, esse percentual de desembaraço é de 91%. Somente neste mês, já foram
liberadas na Alfândega do Porto 2.553 cargas e na Alfândega do Aeroporto 3.286
cargas.
A Crítica – 25.07.2012
Paralisações da Receita e da Anvisa tumultuam portos pelo país
ESTELITA HASS
CARAZZAI
DE CURITIBA
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
As paralisações dos
funcionários da Receita Federal e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) têm atrasado a movimentação de cargas nos portos do país.
Embora ainda não
haja uma estimativa de prejuízos, as filas nos terminais são até sete vezes
maiores que o normal, e o tempo para liberação de mercadorias chega a 30 dias
em alguns portos.
Os auditores fiscais
da Receita Federal, em operação-padrão desde 18 de junho, reivindicam reajuste
salarial de 30,18%. Já os servidores das agências reguladoras, Anvisa incluída,
querem equiparar suas carreiras a outras de Estado e iniciaram greve nesta
semana --segundo o sindicato da categoria, eles ganham até 30% a menos.
No porto de Vitória
(ES), a fila de navios que aguardam para atracar é quase sete vezes maior que o
normal: há 13 embarcações na espera, contra uma média de duas.
O ritmo de emissão
dos certificados de livre prática pela Anvisa --que permitem o embarque e
desembarque de mercadorias-- diminuiu em Vitória desde o início da greve. O
Sindamares (que representa as agências de navegação) entrou na Justiça para
garantir a emissão do documento, mas ainda não há decisão.
Em Paranaguá (PR),
que chegou a ficar com vagas ociosas no porto devido à falta de autorizações da
Anvisa, o movimento voltou ao normal nesta terça-feira (24) à força de decisões
judiciais favoráveis às empresas. Mesmo assim, as operações de importação ainda
sentem reflexos da greve: há cerca de cem processos de importação acumulados.
Nas alfândegas de
Manaus (AM), um dos maiores polos de produção de eletrônicos do país, 25% das
cargas importadas pelas indústrias da Zona Franca estão paradas devido à
operação-padrão dos auditores. A categoria informou que está liberando apenas
cargas perecíveis, remédios e animais vivos.
No porto da cidade,
a movimentação de cargas importadas já caiu 12% em comparação com o ano
passado.
A operação-padrão
também contribui para aumentar a crise na Zona Franca, afetada pela queda nas
vendas. De janeiro a junho, foram registradas cerca de 12 mil demissões em
Manaus --92% a mais que em 2011.
Já no porto de Rio
Grande (RS), há um acúmulo de milhares de automóveis por conta da mobilização
dos auditores fiscais. São quase 10 mil carros importados parados aguardando a
liberação, a maioria da Argentina. O processo de liberação costumava demorar
dois ou três dias e agora leva até 15.
DILMA
A presidente Dilma
Rousseff convocou às pressas, nesta terça-feira, reunião para tratar das
paralisações.
Foram chamados os
ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro; da Advocacia-Geral da União (AGU),
Luiz Inácio Adams; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Saúde, Alexandre
Padilha; e da Fazenda, Nelson Barbosa, interino no cargo durante as férias do
ministro Guido Mantega.
A reunião ocorreu no
Palácio da Alvorada na tarde desta terça-feira, antes de a presidente embarcar
para Londres, onde ficará até o fim desta semana. Logo após a reunião, o
helicóptero presidencial pousou na residência oficial para transportar a
presidente até a Base Aérea de Brasília, de onde Dilma se deslocará até Natal
(RN), para então seguir para a capital inglesa.
Folha de São Paulo – 24.07.2012
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